quinta-feira, junho 24, 2010

PRESOS FUNCIONÁRIOS DA AL

Clique para Ampliar


Entrevista coletiva: autoridades forneceram à Imprensa detalhes da operação que teve como objetivo desarticular um esquema fraudulento envolvendo verbas públicas 
MIGUEL PORTELA


Presos funcionários da AL acusados de fraudes


Policiais Federais fizeram buscas na sala onde funciona a Primeira Secretaria da Mesa Diretora da Assembleia
Três pessoas presas, entre elas dois empresários e uma servidora da Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE), outras duas foragidas e uma fraude em licitações públicas no valor estimado de R$ 30 milhões. Esses são os desdobramentos da ´Operação Goliath´, desencadeada ontem, pela Polícia Federal, em parceria com o Ministério Público Estadual (MPE) e a Controladoria Geral da União (CGU).

De acordo com a PF, a quadrilha, que vinha sendo investigada desde 2007, atuava no desvios de verbas públicas em, pelo menos, dez municípios do Ceará e em órgãos da estrutura administrativa nos âmbitos federal e estadual. As fraudes, segundo as investigações da PF, ocorreram, principalmente, em licitações para locação de veículos e, também nos contratos de construção de obras públicas.

As três pessoas presas durante a operação foram o empresário Mirgon de Oliveira Oiteral, do ramo de construção e publicidade, com atuação principalmente no Município de Trairi; Jânio Falcão do Carmo, dono da empresa ´Litorânea Rent a Car´ e servidor da AL; e a também servidora da assembleia, Maria Lúcia Ramos Martins. Outras duas pessoas, cujos nomes não foram divulgados, estão com prisão preventiva decretada e continuam sendo procuradas.

Durante uma concorrida entrevista coletiva realizada na tarde de ontem, na sede da PF, o superintendente regional do órgão, delegado federal Aldair Rocha, afirmou que, além das prisões, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão expedidos pela 11ª Vara da Justiça Federal e pela 2ª Vara da Comarca de Pacatuba.
Assembleia
Um dos locais onde foram cumpridos mandados de busca e apreensão foi a Assembleia Legislativa. Na manhã de ontem, um grupo formado por sete policiais federais esteve no gabinete da Primeira Secretaria da Mesa Diretora A movimentação dos ´federais´ chamou a atenção de parlamentares e funcionários da casa. Havia a informação de que dois servidores haviam sido presos nos gabinetes.

Contudo, segundo a PF, as prisões ocorreram nas residências dos suspeitos, e não na AL. O superintende da PF frisou mais de uma vez durante a coletiva que, a operação não tinha ligação com a assembleia ou com parlamentares. "As buscas visaram as mesas funcionais dos dois servidores daquela casa, que também trabalham nas empresas investigadas".

O representante da Procuradoria dos Crimes Contra a Administração Pública do Ministério Público Estadual (MPE), promotor Eloílson Landim, explicou que, a quadrilha atua onde for possível, desde prefeituras a órgãos federais e estaduais, "mas a maioria das fraudes ocorreu em prefeituras", ressaltou.
Farsa
Landim chamou de "grande farsa", algumas das obras investigadas pela ´operação Goliath´. Segundo ele, muitas nem existem e outras são realizadas com fraudes em várias etapas do processo licitatório. Já o assessor da CGU, Elíbio Estrela, disse que, ainda não é possível afirmar quantas empresas ´fantasmas´ estão envolvidas nas irregularidades. "Os dados serão analisados e depois divulgaremos essas informações".
EMERSON RODRIGUES

0 comentários:

Postar um comentário