"DILMA" TODOS NÓS VAMOS FICAR EMOCIONADOS

Dilma fala em subir a rampa e faz críticas a Serra

CUIABÁ - A candidata petista à Presidência Dilma Rousseff discursou nesta quarta-feira em Cuiabá (MT) demonstrando estar segura da vitória. Ela previu como será o dia em que assumir o governo no lugar do presidente Lula.

- Todos nós vamos ficar emocionados quando o presidente Lula estiver descendo aquela rampa (do Palácio do Planalto) no dia 31 de dezembro. E ele estará passando para mim, para disputar a eleição, uma grande responsabilidade. Não é só governar, mas cuidar do povo que ele ama. Neste dia, a única coisa que vai me consolar é que, pela primeira vez, uma mulher estará subindo a rampa - discursou a candidata.

Dilma participou em Mato Grosso de dois atos de campanha em favor do governador Silval Barbosa (PMDB), candidato à reeleição, e do ex-governador Blairo Maggi (PR), que disputa o Senado. Pela manhã esteve em Rondonópolis, 210 quilômetros ao sul de Cuiabá . À tarde, foi à capital mato-grossense.

Na entrevista coletiva que deu em Cuiabá, a petista fez críticas à propaganda eleitoral do candidato José Serra (PSDB), que tem alertado para o risco de os ex-ministros Antônio Palocci e José Dirceu voltarem ao poder num eventual governo Dilma.

- Meu adversário está fazendo uma coisa que não é correta. Ele faz um movimento sistemático, primeiro de fazer a crítica e esconder que é ele que está fazendo, o que é muito estranho. É melhor assumir - disse.

Dilma comparou a atual estratégia tucana ao que foi feito pelo próprio PSDB em 2002, quando José Serra disputava a eleição contra o então candidato Lula.

- Ele utiliza falsas informações, utiliza o medo, ou a criação de um clima que lembra muito a estratégia de 2002. Ele passava o tempo inteiro dizendo que o governo do Lula ia ser o caos, que o céu ia cair sobre nossa cabeça, que o Brasil não ia crescer, que a inflação ia sair do controle. A ponto de colocar uma pessoa na televisão dizendo que tinha medo - lembrou Dilma, citando a participação da atriz Regina Duarte na campanha de Serra.

Se há um jabuti numa árvore, alguém o colocou lá

A candidata disse ainda que, "vira e mexe" os tucanos tentam desqualificar sua campanha e o governo do presidente Lula.

- Apesar de, em algumas circunstâncias - e aí a gente não entende nada mesmo - eles aparecerem na propaganda ao lado do presidente Lula.

A petista voltou a falar das "matérias jabutis", reportagens cujo propósito seria, segundo ela, o de "pautar" sua campanha.

- O jabuti não sobe em árvore. Então, se há um jabuti numa árvore, alguém o colocou lá. Uma das matérias jabutis é esta história de ajuste fiscal. Estão falando de ajuste fiscal num país que cresce 7% ao ano, que tem a inflação sob controle e tem US$ 255 bilhões em reservas. Matéria jabuti eu não respondo - afirmou.

Dilma enfrentou uma saia-justa durante a passagem em Cuiabá. Sua agenda previa um ato com Silval Barbosa e os candidatos da coligação "Mato Grosso em Primeiro Lugar", que tem PMDB, PT e PR. Mas o também candidato ao governo Mauro Mendes, que pertence ao PSB, partido da base de sustentação de Lula, esteve no aeroporto e recepcionou a candidata. Assessores de Mendes chegaram a marcar uma entrevista conjunta com Dilma Rousseff, o que assessoria da petista desautorizou. Houve bate-boca entre integrantes das duas equipes. Ao final, Dilma fez apenas uma foto com Mauro Mendes e seguiu em direção ao ato de Silval Barbosa.