sábado, outubro 23, 2010

Serra diz ter ficado 'decepcionado' com declarações de Lula


Candidato do PSDB fez campanha em 3 cidades gaúchas nesta sexta (22).
Para tucano, há 'uma crise nas pesquisas' de intenção de votos

O candidato à Presidência da República pelo PSDB, José Serra, chega ao Hotel Everest para participar de evento no qual recebeu apoio da senadora eleita pelo PP do Rio Grande do Sul, Ana Amélia Lemos, na região central de Porto Alegre (RS), na tarde desta sexta-feira (22). O objetivo de Serra é capitalizar os 3,4 milhões de votos de Ana Amélia. No Rio Grande do Sul, Serra busca atrair os
3,4 milhões de votos de Ana Amélia. (Foto: Fábio
Berriel/AE)
O candidato José Serra (PSDB) disse nesta sexta-feira (22) que ficou decepcionado com as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que ele fingiu ter sido atingido por um objeto no Rio de Janeiro durante caminhada na quarta-feira (20).
"Fiquei decepcionado porque o presidente da República é para governar o país e não para atuar como se fosse um simples militante partidário, e militantes daqueles que tratam a oposição como inimigos e não adversários", disse após o encontro com lideranças do PP gaúcho em um hotel de Porto Alegre. Na ocasião, ele recebeu o apoio da senadora eleita Ana Amélia Lemos (PP-RS), que obteve mais de 3 milhões de votos.
O presidenciável disse que, após ter sido atingido, sentiu tontura, por isso foi encaminhado para o médico. "Atiraram várias coisas. Algumas atingiram, outras não. Tive tontura, quase desmaiei, mas não desmaiei", disse.

Pesquisas
Questionado sobre a pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira, que aponta avanço da adversária, a ex-ministra Dilma Rousseff (PT), ele afirmou que os institutos de pesquisa estão em "crise".
"Há, na verdade, uma crise nas pesquisas. Erraram incrivelmente no primeiro turno. O Ibope errou até na pesquisa de boca de urna. Há institutos sérios, como o Datafolha, há institutos menos sérios, que são mais alugados por partidos, pelo governo, como o Vox Populi. Mas hoje está todo mundo meio perdido nessa história", disse.

Tarso Genro
José Serra comentou sobre o fato de o governador eleito do estado, Tarso Genro (PT), ser de um partido adversário, mas garantiu, que, se eleito, não governará pensando na "carteirinha" do governador ou dos prefeitos.
"O meu compromisso é com o povo, não vou olhar carteirinha. Aqui, elegeu-se um governador de oposição a nós, mas será tratado como representante dos gaúchos e será muito bem tratado naquilo que interessar ao Rio Grande do Sul", disse.

Após o evento no hotel, com os representantes do PP, o candidato foi até a sede da TV RBS, onde concedeu uma entrevista exclusiva. Ele criticou a distribuição de ministério entre aliados. “Tem uma tonelada de ministérios inúteis só para empregar amigos”, afirmou sobre o atual governo.
Após deixar a sede da RBS em Porto Alegre, o candidato pegou um trem na estação do Mercado Público, no Centro da capital gaúcha. Na estação, conversou com eleitores e ganhou um pão de queijo de uma mulher. Falou com várias pessoas no vagão e chegou a trocar de vagão para falar com mais gente.
Canoas
O candidato desembarcou em uma estação no Centro de Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre. De lá, seguiu em uma van para o diretório local do PV, onde foi recebido por Gisele Uequed, candidata a deputada pelo PV que não foi eleita embora tenha recebido, de acordo com o diretório municipal, a melhor votação de um candidato do PV no estado.
Serra disse aos verdes que tem afinidades com o partido em São Paulo e que meio ambiente não é “pretexto eleitoral”. “Ou o desenvolvimento é sustentável ou não se terá desenvolvimento.”
Ele também  afirmou que fez uma “petição para ser membro honorário da pátria gaúcha”. Pediu “uma força” para “os colegas da Assembleia”.
Críticas
De lá, o candidato seguiu para um comitê do PSDB em Canoas e discursou ao lado de outras autoridades, como o candidato ao governo do Rio Grande do Sul José Fogaça (PMDB), derrotado por Tarso Genro.
O candidato voltou a criticar o que chamou de “imitação” de suas propostas por parte dos adversários. “Não chega a ser irritante, mas mostra o vazio.” Serra criticou ao governo federal pela gestão na saúde e disse que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) “é tudo menos de aceleração”.
Serra também citou a Petrobras. “O problema da Petrobras não é privatizar, isso eles estão inventando. O problema é de gestão, é fazer com que a Petrobras não sirva a grupos aliados.”
Antes de terminar seu discurso, o candidato disse que “em nove dias vamos decidir o futuro do Brasil” e pediu ajuda dos gaúchos: “Nós precisamos ganhar votos dos indecisos. (...) Vamos fazer o milagre da multiplicação dos votos.”
Gravataí
A agenda de Serra no Rio Grande do Sul terminou na cidade de Gravataí, também na região metropolitana de Porto Alegre. Ele participou de um evento rápido, que durou cerca de meia hora, com a militância.
No discurso, fez menção a escândalos envolvendo a adversária: "Minha vida é limpa. Nunca botei braço direito meu fazendo maracutaia. E são vários braços direitos, inclusive um gaúcho. Como se chama? Cardeal, fazendo os maiores negócios."
Serra se referia a Válter Cardeal, diretor da Eletrobras, apontado por fraude em empréstimo. A estatal, porém, nega irregularidades.

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