sábado, janeiro 29, 2011

Dilma confirma que Mínimo será de R$ 545

Após negar nova ampliação do valor do salário mínimo, a presidente faz a primeira viagem internacional
Porto Alegre. A presidente Dilma Rousseff manifestou-se pouco disposta a alterar os critérios de reajuste do salário mínimo definidos pelas centrais sindicais e pelo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante coletiva concedida ontem, depois de uma reunião com o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT).

A metodologia prevê como índice a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes do aumento e mais a inflação do ano corrente. "O que nós queremos saber é se as centrais querem ou não a manutenção desse acordo pelo período do nosso governo", avisou. "E se querem, o que nós propomos é R$ 545". Dilma também dissociou a discussão do aumento do salário mínimo da correção da tabela do Imposto de Renda.
"No que se refere a esse reajuste, teria sempre de olhar não a inflação passada, porque isso seria carregar a inércia inflacionária para dentro de uma das questões essenciais que é o Imposto de Renda", completou.
Ela confirmou que abrirá escritórios em Belo Horizonte e Porto Alegre. Nascida na capital mineira, ela mantém residência na capital gaúcha.
Argentina
Dilma desembarca na segunda-feira, em Buenos Aires, para a sua primeira viagem internacional após a posse. O roteiro foi escolhido pela proximidade estratégica entre os dois países e pela importância da Argentina como parceiro comercial.
A presidente confirmou que a primeira viagem ao exterior reforça a importância que o Brasil dá às parcerias na América do Sul e considerou que "a Argentina é dos fatores fundamentais de nossa política externa".
No encontro com a presidente Cristina Kirchner será assinado acordo para construção de um reator nuclear. Mas o ponto delicado da viagem será a reunião de Dilma com as mães e avós da Praça de Mayo, que se tornaram famosas pela procura de seus filhos e netos desaparecidos durante a ditadura argentina e para exigir o processo dos responsáveis por estes crimes. A inclusão do encontro na agenda foi um pedido da própria Dilma, que participou de grupos guerrilheiros e foi torturada no Brasil.
O embarque estava previsto para o final da tarde de domingo, mas Dilma o adiou para a manhã de segunda-feira. A agenda em Buenos Aires se resumirá a este dia. O subsecretário-geral do departamento da América do Sul, Central e do Caribe do Itamaraty, embaixador Antônio Simões, ao falar do acordo nuclear, informou que os dois países vão desenvolver tecnologias com o objetivo de construir dois reatores multipropósito, ou seja, que atenderá a diferentes áreas, inclusive médica.
Usinas
As duas presidentes assinarão ainda proposta de construção de duas usinas hidrelétricas de Garabi, no Rio Grande do Sul, e um convênio entre a Caixa Econômica Federal e o Ministério do Planejamento da Argentina para levar para os argentinos a experiência do programa Minha Casa, Minha Vida.
Será assinado também acordo para construção de ponte entre os dois países, ligando Paraíso, em Santa Catarina, a San Pedro, na Argentina.
Battisti
Em carta em resposta ao presidente da Itália, Giorgio Napolitano, a presidente indicou que manterá a decisão do antecessor Luiz Inácio Lula da Silva de não extraditar o italiano Cesare Battisti. Segundo Dilma, a decisão sobre a liberdade do italiano agora depende do Supremo Tribunal Federal. Na carta, Dilma diz que a decisão de Lula não tem qualquer juízo de valor sobre a Justiça da Itália.

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