quarta-feira, fevereiro 16, 2011

À espera de cargos, base aliada promete aprovar mínimo de R$ 545

Dilma promove teste de fidelidade e condiciona nomeações à aprovação do salário no valor desejado pela Fazenda

Adriano Ceolin e Andréia Sadi, iG Brasília |

Diante da promessa de que irá ganhar os cargos que restam no segundo escalão do governo da presidenta Dilma Rousseff, a base aliada se comprometeu a aprovar nesta quarta-feira (16), na Câmara dos Deputados, o projeto de lei que reajusta o salário mínimo para R$ 545 contra as propostas de R$ 560 e R$ 600.
Pelos cálculos de integrantes da base e até mesmo da oposição, o governo deve vencer com uma diferença de entre 150 e 200 votos. Com aval do Palácio do Planalto, a liderança do governo aceitou realizar votação nominal (em que o deputado registra o voto) para testar a fidelidade dos seus aliados.
Foto: agencia brasil
O PDT é o único partido que defende o valor de R$ 560, o que coloca em risco o emprego do ministro Carlos Lupi (Trabalho)
Até agora, o único foco de resistência na base governista é o PDT. O  - que é também presidente nacional licenciado do PDT. Os pedetistas têm o apoio dos oposicionistas do DEM.
No restante da base governista, as dissidências serão mínimas. Segunda maior bancada na Câmara, o PMDB garantiu 65 dos seus 78 votos. O partido é o principal interessado na nomeação de cargos de segundo escalão.
“Após a votação do salário mínimo, vamos ter uma reunião com os ministros Antonio Palocci (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Saúde) para definir um nome de consenso para a presidência da Funasa (Fundação Nacional de Saúde)”, disse o deputado Danilo Forte (PMDB-CE).
Presidente da Funasa até abril do ano passado, Forte foi substituído por seu aliado Faustino Lins. Em princípio, Forte tentou mantê-lo no posto. Diante da negativa do governo, busca entrar em acordo com Padilha para indicar um nome de consenso entre PT e PMDB.
Nesta terça-feira (15), o vice-presidente da República e presidente licenciado do PMDB, Michel Temer, foi pessoalmente à Câmara pedir que a bancada do partido votasse de acordo com a orientação do governo.
Mesmo após ter perdido o comando da empresa estatal de energia elétrica Furnas, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) desistiu de apresentar uma emenda para o salário mínimo no valor de R$ 560.
Cunha contou que atendeu a um pedido do líder da bancada do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN). “Iam dizer que é retaliação”, disse. “Os R$ 560 vão surpreender, mas não o suficiente para derrubar a proposta do governo”, apostou o deputado.
O líder Henrique Alves tem uma previsão mais otimista. Ele acredita que 70 dos 78 votos do PMDB serão favoráveis à proposta do governo. Para integrantes do PMDB, seria “um desgaste desnecessário” votar contra o que quer a presidenta Dilma neste início de mandato.
exigência de fidelidade da base foi assunto da reunião de coordenação política realizada na segunda-feira (14). "A orientação é clara: aliado que é aliado vota com o governo. Se não votar, que vá compor a oposição. Não dá para fazer pose de governo na Esplanada e mudar quando chega no Congresso”, relatou ao iG um dos ministros presentes à reunião
‘Lupi tem coragem’
O líder do PDT da Câmara, Giovanni Queiróz (PA), disse não estar impressionado com a pressão do governo. “Temos uma bandeira histórica de defesa do salário mínimo e do trabalhismo”, disse, referindo-se ao antigo PTB, que deu origem ao PDT.
Queiróz lembrou a demissão de João Goulart, então ministro do segundo governo do presidente Getúlio Vargas (1951-1954), por ter defendido o aumento que visava dobrar o valor do salário mínimo. Jango tornou-se a principal liderança do PTB após o suicídio de Vargas.
PSB, PR e PP
A líder do PSB na Câmara, Ana Arraes (PE), anunciou que a bancada fechou questão para votar os R$ 545. No entanto, na reunião que antecedeu o anúncio, os deputados socialistas Julio Delgado (MG) e Luiz Erundina (SP) chegaram a defender o valor de R$ 560.
Ana é mãe do presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que tenta mostrar o partido como um dos principais aliados da presidenta Dilma.
Além do PSB, PR, PTB e PP fecharam questão no valor de R$ 545. "Vamos votar todos com o governo", disse o deputado Paulo Maluf (PP-SP). "Queremos só a garantia de que haverá reajuste da tabela do Imposto de Renda", afirmou o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ).
PSDB quer R$ 600
Apesar de não acreditar na vitória, o PSDB vai defender a aprovação de uma emenda para o aumento do mínimo ser de R$ 600. "Nosso poscionamento é mais político. Sabemos que é muito difícil uma vitória", afirmou o deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG).
Os tucanos, porém, acreditam que o formato da votação nominal irá constranger os integrantes da base aliada. "É claro que a votação nominal causa problema para muita gente. Afinal de contas, vão ter de assumir que estão querendo um valor abaixo da inflação", disse Jutahy Júnior (PSDB-BA).

1 comentários:

  1. A RAPOSA VELHA DO SARNEY, JÁ DEVERIA ESTAR USUFRUINDO DA SUA MILIONÁRIA FORTUNA, POIS SABEMOS QUE SUA FAMÍLIA AO LONGOS DOS ANOS SE APROPRIOU PARTE DA RIQUEZA DO ESTADO DO MARANHÃO.ELE JÁ OCUPOU TODOS OS CARGOS POLITICOS EXISTENTE AQUI NO BRASIL, O QUE ELE QUER AINDA MAIS? SIMPLESMENTE ELE IMAGINA QUE O PODER AQUI NO BRASIL É VITALÍCIO.JÁ ESTÁ NA HORA DO POVO BRASILEIRO EXPULSAR DE VEZ ESTE ELEMENTO PARA FORA DO CAMPO. COMO PRESIDENTE FOI UMA DECEPÇÃO.NA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS ELE DEVERIA LANÇAR UM LIVRO INTITULADO "CANSEI DO PODER".

    MUITO OBRIGADO,ATÉ A PRÓXIMA!

    A HARPIA

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