quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Kassab articula criação de novo partido

O prefeito de SP, Gilberto Kassab (André Vicente - 03.fev.2011/Folhapress)

FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), articula para maio o possível lançamento do PDB (Partido da Democracia Brasileira). A nova sigla contaria de saída com cerca de 20 congressistas em Brasília e com um governador, Raimundo Colombo, de Santa Catarina e hoje também filiado ao DEM.
Não é novidade que Kassab esteja insatisfeito com a sua sigla, o DEM. Também já era conhecido que uma de suas opções seria criar uma nova agremiação partidária.
Folha ouviu de interlocutores próximos ao prefeito que essa possibilidade está sendo tratada de maneira objetiva para se materializar ainda no primeiro semestre.
O PDB será um rito de passagem para buscar a associação com outro já existente.
PMDB e PSB são considerados por Kassab. O prefeito paulistano considera necessário fundir alguns partidos para produzir uma novidade na política brasileira: uma grande legenda que tenha expressão nacional e seja ideologicamente de centro.
Kassab e seu grupo permanecerão no DEM se a disputa interna na sigla não culminar com a eleição do senador José Agripino (RN) como presidente nacional do partido, em meados de março.
Essa hipótese é remota. Agripino faz parte do grupo que elegeu na semana passada como líder da bancada do DEM na Câmara o deputado ACM Neto, da Bahia.
O racha no DEM tem algumas nuances, mas a divergência básica é sobre como o partido deve se alinhar ao seu sócio preferencial na política, o PSDB.
Há os demistas, como Kassab, que apoiam o ex-candidato a presidente tucano José Serra. E há alguns como ACM Neto e o presidente nacional do partido, Rodrigo Maia, que simpatizam mais com o senador por Minas Gerais Aécio Neves.
Sair de um partido é difícil. Quem se desliga arrisca-se a perder o mandato. A Justiça Eleitoral tem sido condescendente se a causa for "mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário e grave discriminação pessoal". Não é o caso de Kassab.
Construir uma nova sigla também é uma empreitada complexa, mas ninguém perde mandato se essa é razão da saída de uma agremiação partidária já existente.
Uma legenda só recebe o registro definitivo do Tribunal Superior Eleitoral depois de cumprir, entre outras exigências, o recolhimento das assinaturas de 0,5% do total de eleitores que votaram para deputado federal na última eleição distribuídos em, pelo menos, nove Estados. Hoje, esse número é de 490 mil eleitores.
Com 20 congressistas em Brasília, ele próprio e mais um governador de Estado, Kassab acredita ser viável concluir esse processo com alguma rapidez.

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