domingo, fevereiro 06, 2011

Prêmios de consolação


Para agradar aos políticos derrotados nas eleições que agora estão sem emprego, PT e PMDB tentam criar um trem da alegria no segundo escalão do governo federal

Octávio Costa e Sérgio Pardellas
img.jpg
Até o próximo dia 25, o governo Dilma Rousseff pretende preencher todos os cargos de segundo escalão, acomodando os interesses dos partidos que compõem a base aliada. Não tem sido tarefa fácil. Não bastasse a acalorada disputa entre PT e PMDB por postos estratégicos em estatais, o Palácio do Planalto vem enfrentando outro grande problema na hora de definir os nomes com base nas listas apresentadas pelos dirigentes partidários. Contrariando orientação da própria presidente da República, as legendas têm indicado políticos que, desprovidos dos votos que também são desprovidos da bagagem técnica necessária para a função. Na maioria dos casos, o critério adotado pelos partidos observa o compadrio em detrimento da qualificação, transformando as vagas disponíveis, muitas vezes postos considerados chave para o desenvolvimento do País, num mero consolo para desempregados. É a famosa boquinha para quem, sem qualquer especialização, sobrevive à custa de nomeações para cargos públicos. “São pessoas que não têm qualificação para entrar no setor privado com o nível salarial que usufruem no setor público. Qualquer empresa que considere a relação custo/benefício não os contrataria”, constata o economista Raul Velloso, especializado em finanças públicas.

O PT, por exemplo, entregou ao ministro da Casa Civil, Antônio Palocci, uma extensa lista de políticos reprovados nas últimas eleições para serem acomodados no segundo escalão. Entre eles, Zeca do PT, candidato derrotado ao governo de Mato Grosso do Sul, para a diretoria de Administração de Itaipu; Rodrigo Soares, candidato a vice-governador derrotado na Paraíba, para uma diretoria da Sudene; e o ex-deputado Paulo Rocha (PT-PA), que teve sua candidatura ao Senado impugnada pela Lei da Ficha Limpa, para uma diretoria da Eletronorte. Para piorar, nenhum dos citados possui familiaridade com a área em que deseja atuar. “Nossos políticos são generalistas. Ou conseguem o cargo público ou vão tentar algum trabalho de consultoria, mas nem todos têm essa facilidade”, atesta Velloso. 

O PMDB não ficou atrás. Insiste em acomodar os derrotados nas eleições para governador Geddel Vieira Lima (BA) na Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), José Maranhão (PB) na vice-presidência de Loterias da Caixa, Íris Rezende (GO) na vice-presidência de Agronegócio do Banco do Brasil, e Orlando Pessutti (PR), que desistiu da candidatura à reeleição no Paraná para apoiar Osmar Dias (PDT), na vice-presidência de Governo do Banco do Brasil. “Temos o direito de indicar nomes. O Ministério da Saúde tem 1.262 cargos. Sabem quantos são ocupados pelo PMDB? Apenas dois”, esbravejou, durante a semana, o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), que aposta na prática distorcida e viciada do Congresso. 

A cultura das benesses custa caro aos cofres públicos. Por baixo, apenas os cargos citados consumiriam cerca de R$ 2 milhões por ano do Orçamento da União. “Essa prática remonta às origens do Estado brasileiro. O grande problema é que, na partilha do poder, os partidos não têm o mínimo critério para o preenchimento de cargos, não indicam quadros técnicos”, lamenta o advogado João Geraldo Piquet Carneiro, um dos criadores da Comissão de Ética Pública destinada a fiscalizar a conduta dos servidores federais. Se os partidos políticos pensassem no interesse público e, não, na boa vida de seus afilhados, a Esplanada dos Ministérios deixaria de ser um cabide de empregos. 

1 comentários:

  1. CONCURSO, SONHO DISTANTE.6 de fevereiro de 2011 às 16:27

    O MAIOR VILÃO DA GESTÃO DO PREFEITO CARLOS FELIPE, ¨O EMPREGUISMO POLÍTICO¨.

    A Gestão Vida Nova do prefeito Carlos Felipe, arrecadou em DOIS ANOS, mais de 139 MILHÕES DE REAIS, gastou com os SERVIDORES MUNICIPAIS MAIS de 71 MILHÕES, sendo que, cerca de 16 MILHÕES de REAIS, foi com pessoas contratadas por tempo determinado, AQUI, ocorreu o EMPREGUISMO POLÍTICO, o prefeito completou a metade do seu mandato e NÃO realizou o Concurso Público, conforme, determina a Constituição Federal.
    A própria Secretaria de Administração, reconheceu que em 2010, a prefeitura contratou cerca de 660 servidores, fora os cargos de confiança, mas o Edital para o Concurso Público da prefeitura de Crateús aprovado em 2010, foram criados cerca de 280 vagas apenas, mesmo assim, o prefeito Carlos Felipe, talvez faça o Concurso Público, só no meio do ano e vanha a chamar os aprovados, só no final do ano, afirmações feitas pelo prefeito Carlos Felipe, em dezembro do ano passado.
    A Procuradoria Regional do Trabalho da 7º REGIÃO, em Fortaleza, marcou uma audiência a ser realizada em 22/02/2011, com o Prefeito Carlos Felipe e uma representação dos SERVIDORES, na pauta consta, o atraso de pagamento dos servidores, mas poderá também ser tratado, o atraso da realização do Concurso Público e ofertar poucas vagas.
    O apoio político, que o prefeito Carlos Felipe tem dos vereadores MARCIO CAVALCANTE, PAULO TELES e JOÃO de DEUS(agora EUDES OLIVEIRA), tem um custo financeiro muito grande para a prefeitura municipal, passa por indicações de pessoas ligadas aos vereadores, para serem nomeades e contratadas, o atual secretário de Educação Dr. MAURO SOARES, afirmou para o vereador Antonio Luis Júnior, que está para não aguentar mais, a interferência dos vereadores da base aliada, em algumas ações da Secretaria de Educação, desabafou o vice-prefeito MAURO.

    ResponderExcluir