quinta-feira, março 31, 2011

Dilma e Lula prestam homenagem a Alencar no Planalto

A presidente Dilma, o ex-presidente Lula e Dona Marisa no velório de José Alencar no Palácio do Planalto / Foto: Gustavo Miranda - Agência O Globo
SÃO PAULO E BRASÍLIA - A cerimônia de rito de encomendação da alma de José Alencar, na noite de quarta-feira no Palácio do Planalto, durou cerca de 30 minutos e teve início pouco depois que a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegaram ao Salão Nobre do Palácio do Planalto, por volta de 21h30m. Até as 22h30m desta quarta-feira, 8.100 populares foram ao Palácio do Planalto para ver o corpo do ex-vice-presidente, além de centenas de autoridades dos três Poderes.

Lula, muito emocionado e já chorando, abraçou dona Mariza, mulher de José Alencar, e seus filhos. O presidente aproximou-se do caixão e beijou a testa do amigo Alencar. A ex-primeira dama, Marisa Letícia, também abaixou-se e beijou Alencar. Ao final da cerimônia, Lula e Dilma voltaram a se aproximar do caixão e os dois beijaram Alencar.
A presidente Dilma aproximou-se do caixão e, por alguns segundos fitou o corpo de Alencar, pegando levemente em sua mão. Em seguida todos sentaram-se nas cadeiras enfileiradas próximas ao caixão e a cerimônia teve início. O secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Dimas Lara, celebrou o ato. Dom Dimas fez questão de falar sobre a coragem e a fé de Alencar no enfrentamento do câncer.
- A última palavra não pertence à morte, mas à vida. Essa é a grande lição que Alencar nos legou. Impressionante seu otimismo depois de cada cirurgia. Ele repetia: não tenho medo da morte, minha vida está nas mãos de Deus - afirmou D. Dimas: - Nosso irmão com certeza estava preparado porque sempre se mostrou confiante nas mãos de Deus.
O ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, fez uma prece. Durante o ato, a entrada de populares não foi suspensa. Alguns chegaram a tirar fotos dos ministros e de Lula e Dilma, mas eram logo contidos pelos funcionários do cerimonial. No final da cerimônia, Lula e Dilma aproximaram-se novamente do caixão. Outras autoridades presentes também.
Corpo de José Alencar foi velado com honras de chefe de Estado
O corpo do ex-vice-presidente José Alencar chegou às 11h01m ao Palácio do Planalto e foi velado durante toda esta quarta-feira com honras de chefe de Estado . Por decisão da família e desejo manifestado pelo próprio Alencar, o corpo será cremado em Contagem (MG) - cidade localizada a 15 km do Centro de Belo Horizonte. Após 21 tiros de canhão, o caixão subiu a rampa carregado por cadetes da Marinha, Exército e Aeronáutica e foi recebido com aplauso no Salão Nobre. O corpo foi levado em cortejo fúnebre no carro do Corpo dos Bombeiros, da Base Aérea de Brasília até o Palácio. Alencar morreu na tarde de terça-feira de falência múltipla dos órgãos em decorrência do câncer no abdômen.
A visitação pública ao velório do ex-vice-presidente José Alencar foi aberta às 12h51m, no Palácio do Planalto e se estendeu até as 23h. O corpo deixará o Palácio do Planalto às 6h desta quinta-feira e seguirá para Belo Horizonte, onde será velado no Palácio da Liberdade. À tarde, será cremado, em Contagem.
No Palácio do Planalto, os bispos dom Dimas Lara Barbosa, secretário da CNBB, e dom Lorenzo Baldisseri, núncio apostólico, celebraram missa de corpo presente, fechada para a família e autoridades.
Além da viúva Mariza Gomes da Silva, acompanharam o velório no Planalto o filho Josué Gomes da Silva, a nora Cristina, as filhas Patrícia e Maria da Graça e os netos, Bárbara, Josué, Ricardo e Davi. Após a cerimônia, o velório foi aberto à visitação do público.
Ministros do governo Dilma Rousseff compareceram em peso à cerimônia, assim como integrantes do governo Lula, parlamentares e ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Supremo.
A viúva de Alencar, Dona Marize, se despede do marido. Foto: Gustavo Miranda
O corpo de José Alencar chegou por volta das 10h na Base Aérea de Brasília e foi recebido pela família e pelo presidente em exercício Michel Temer, os presidentes da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o vice presidente do Supremo Tribunal Federal, Ayres Britto, e o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz.
O trajeto do Hospital Sírio-Libanês em direção ao Aeroporto de Congonhas durou 15 minutos. O cortejo foi aplaudido por populares na saída da garagem. Ele seguiu acompanhado por batedores da polícia do Exército e seguranças. As ruas próximas ao hospital foram parcialmente interditadas ao trânsito para a saída do cortejo.
Além da impresa, curiosos acompanharam a saída do corpo do hospital. Entre eles estava a auxiliar de limpeza Lindomar Alves Vieira, de 59 anos, que assim como o ex-vice-presidente é mineira de Caratinga, cidade vizinha a Muriaé, cidade onde Alencar nasceu.
- A gente fica triste, é como se fosse um parente. Eu não o conhecia, mas o admirava pela sinceridade, humildade e inteligência - disse Lindomar, afirmando que, se pudesse, acompanharia o velório em Minas.
Dilma e Lula acompanharão velório de Alencar em Minas
A presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vão para Belo Horizonte, nesta quinta-feira, acompanhar o velório do ex-vice-presidente José Alencar, no Palácio da Liberdade. Eles embarcam às 10h. Ministros e a ex-primeira-dama Marisa Letícia também irão a Minas Gerais.
Dilma deve retornar à Capital Federal antes da cerimônia de cremação, marcada para às 14h, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. A cerimônia será acompanhada apenas por familiares e mais amigos mais próximos.
No total, 154 coroas foram encaminhadas ao Palácio do Planalto. No fim do rito de encomendação, celebrado pelo bispo dom Dimas Lara Barbosa, a presidente Dilma ficou um tempo próxima ao caixão, acompanhada da viúva, Mariza Gomes da Silva, a quem confortou, enquanto o ex-presidente continuava chorando copiosamente.
Para o ministro da Secretaria Geral, Gilberto Carvalho, a cerimônia foi reconhecimento ao trabalho de Alencar:
- A fila do povo representa o sentimento ao que ele foi como político, empresário e ser humano. Esse gesto do presidente Lula (de emoção) só atesta aquilo que eu sempre disse: Alencar foi muito mais do que um vice, foi um companheiro testado nas horas mais duras e difíceis. Aqui dentro do Palácio passamos por muitas dificuldades, e o Zé foi a pessoa que mais estava perto do Lula nessas horas.

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