terça-feira, agosto 30, 2011

Brasil !


Parentes de Lu Alckmin ‘frequentam’ novo escândalo

  Folha
A parentela de Lu Alckmin (foto), primeira-dama de São Paulo, proporciona ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) constrangimentos em penca.

Ainda outro dia noticiou-se que um irmão da mulher de Alckmin foi denunciado sob acusação de superfaturar merenda vendida a prefeitura de Pindaminhangaba (SP).
Agora, os repórteres Evandro Spinelli e Giba Bergamim Jr. informam que uma empresa de familiares da primeira dama é suspeita de fraudar a prefeitura de São Paulo.
A empresa é a Wall Street Empreendimentos e Participações Ltda.Os sócios são Maria Paula Abreu Cesar Ribeiro, Adhemar Cesar Ribeiro Filho e Othon Cesar Ribeiro.
Maria Paula é mulher de Adhemar Cesar Ribeiro, irmão de Lu Alckmin e coletor de fundos eleitorais na campanha presidencial de Alckmin, em 2006.
A Wall Stret é acusada de falsificar documentos para pagar menos do que deveria por autorização da prefeitura para levantar um prédio.
Estima-se que o prejuízo aos cofres municipais foi de R$ 4 milhões. Coisa de 2000, quando respondia pela prefeitura o pós-malufista Celso Pitta.
A prefeitura chegou a reportar os indícios de fraude à Polícia Civil. Na época, Alckmin era vice-governador.
Em 2001, já sob a gestão da então prefeita Marta Suplicy (PT),a prefeitura mandou o caso ao arquivo.
A encrenca foi reaberta na semana passada, graças a uma denúncia anônima encaminhada à Corregedoria do município, agora sob Gilberto Kassab.
Apura-se um esquema de fraude que envolve várias empresas, não apenas a Wall Street. No total, avalia-se que o rombo foi de R$ 41 milhões.
Aos pouquinhos, a árvore genealógica de Lu vai servindo ao marido Gê os seus frutos tóxicos.
O governador não comentou o novo constrangimento. Procurados, os donos da Wall Street tampoco se animaram a devolver as ligações.

99% querem a corrupção no rol dos crimes hediondos

Guto Cassiano
Em enquete realizada por meio da internet, o DataSenado pergunta:
“Você é a favor ou contra o projeto que inclui os atos de corrupção na Lei dos Crimes Hediondos, que aplica punições mais severas aos condenados?”
Iniciada na semana passada, a sondagem já havia recolhido a manifestação de 71.775 pessoas até as 5h55 da madrugada desta terça (30).
O resultado parcial é acachapante: 99,01% a favor do projeto. Contra, escassos 0,9%.
De autoria do senador e ex-procurador da República Pedro Taques (PDT-MT), a proposta corre na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
Sugere a alteração do inciso 8o do artigo 1o da lei que tipifica os crimes hediondos. Adiciona à lista três delitos:
Concussão (exigir vantagem indevida em razão do cargo), corrupção ativa e corrupção passiva.
Hoje, a pena mínima para esses crimes é de dois anos de cadeia. Aprovando-se o projeto, a punição mais branda passa a ser quatro anos de cana.
A enquete permanecerá no site do Senado até esta quarta (31).  O resultado obtido até agora revela a inutilidade do levantamento.
Perguntar ao cidadão se é a favor de elevar a pena para os corruptos é o mesmo que inquirir se o sujeito é contra o câncer ou a favor do chope gelado.
Resta saber: a eventual aprovação da proposta vai inibir a prática dos crimes? Improvável.
Quem rouba sob o risco de arrostar prisão de dois anos continuará afanando se a pena subir para quatro anos.
Diz-se que a oportunidade faz o ladrão. No Brasil, soma-se à oportunidade a impunidade. Se a lei velha não é aplicada, por que a nova seria levada a sério?

Livre de Palocci, Mantega se achega a Dilma e cresce
  Sérgio Lima/Folha
A queda de Antonio Palocci, em junho, fez de Guido Mantega um novo ministro. Aproximou a Fazenda do Banco Central, achegou-se ao Planalto e mudou de status.

Um personagem situado em posição que lhe permite observar os movimentos da maçaneta do gabinete presidencial definiu o “novo” Mantega ao repórter:
“A crise econômica fez dele o ministro mais importante do governo. Frequenta mais a sala da presidenta. Há dias em que fala com ela pelo telefone até três vezes.”
Antes, Mantega enfrentava o contraponto de Palocci. Nos subterrâneos, acusava o ex-chefe da Casa Civil de puxar-lhe o tapete.
Na fase de composição do governo, Dilma gostaria de ter acomodado na Fazenda o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Manteve Mantega a pedido de Lula.
Antes de cair, Palocci participava, a convite de Dilma, de todas as audiência concedidas a Mantega. Livre da sombra, o “novo” Mantega agora já conversa a sós com a chefe.
Em matéria econômica, Mantega não é a única voz ouvida por Dilma. A exemplo do que fazia Lula, ela passou a cultivar o hábito de ouvir diferentes economistas.
Consulta-se amiúde com o próprio Coutinho. Recolhe opiniões de gente de fora do governo. Por exemplo: à direita, Delfim Netto; à esquerda, Luiz Gonzaga Belluzzo.
Para elevar o próprio status, Mantega revelou-se um personagem que Lula chamaria de “metamorfose ambulante.”
Na gestão passada, comandou a política de cofres abertos de que tanto se queixava Henrique Meirelles, o comandante do BC na Era Lula.
Sob Dilma, Mantega converteu-se em ferrenho defensor da política fiscal austera. Ironicamente, adere a teses que eram esgrimidas por Palocci.
Antes de cair em ruína política, embrulhado em prosperidade patrimonial, Palocci soprava nos ouvidos de Dilma a tese da austeridade.
Em fase camaleônica, Mantega ajusta-se às diretrizes de Dilma que, diferentemente de Lula, age para acertar o passo das duas pernas da política econômica.
Na inflexão determinada pela presidente, a perna fiscal (gastos públicos) subordina-se, por assim dizer, à perna monetária (juros).
Quer dizer: Dilma deseja oferecer ao Banco Central as condições para a queda dos juros no médio e longo prazos. Retira dos lábios de Tombini o discurso à Meirelles.
Quanto a Mantega, cuida de dançar no ritmo da nova música. Afinando-se com o BC, evita pisar nos calos de Dilma. Por isso ganhou desenvoltura no salão.

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