sexta-feira, setembro 30, 2011

Brasil!


Parte do CNJ se arrepende do apoio à ‘nota’ de Peluso

  FolhaA nota lançada ao ar por Cezar Peluso, mandachuva do STF e do CNJ, contra a corregedora Eliana Calmon parece condenada a um vôo de galinha.
Peluso arrastou para dentro de sua nota 12 dos 15 conselheiros do CNJ. Seis dos signatários revelam-se arrependidos.
Submetidos a reparos pontuais e críticas generalizadas, perceberam que, de grão em grão, acabaram numa panela em que ferve a aversão à punição de maus juízes.
Deve-se a revelação sobre a contrição dos conselheiros penitentes à coluna de Mônica Bergamo, na Folha. Leia:
CARTA ABERTA: Racha no CNJ (Conselho Nacional de Justiça): seis de seus 15 integrantes se arrependeram de ter endossado às pressas a nota divulgada pelo presidente do colegiado e do STF, Cezar Peluso, contra a corregedora Eliana Calmon. E devem divulgar nova manifestação para esclarecer seu posicionamento.
PRESSA: De acordo com vários relatos, Peluso estava muito nervoso com as declarações de Eliana Calmon de que há "bandidos escondidos atrás da toga". Chegou a bater as mãos na mesa ao discutir a nota. Por isso, ela teria sido aprovada "de afogadilho" pelos demais conselheiros.
COMO ESTÁ: Um deles, Bruno Dantas, esclarece a posição do grupo: "A nota era para criticar o maniqueísmo da declaração da ministra Eliana Calmon. Mas passou a impressão de que ela está isolada e de que todos os conselheiros apoiam o esvaziamento da Corregedoria. Isso não é verdade. Queremos a manutenção dos poderes do CNJ de investigar desvios."

Em busca de rumo, PSDB reúne seus 8 governadores

Divulgação
Às voltas com um debate interno sobre a redefinição de seus rumos, o PSDB reúne nesta sexta (30), em Goiânia, seus oito governadores estaduais.
No encontro, os executivos tucanos serão apresentados aos resultados de um estudo que inclui pesquisa de opinião recém-saída do forno.
O próprio autor do trabalho, o sociólogo Antonio Lavareda, cuidará de esmiuçar os dados para os governadores.
No geral, o estudo e a sondagem embutida nele expõem as fragilidades do tucanato –da falência do discurso à ausência de propostas.
O presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), que também participará da reunião, serve-se dos resultados para defender uma reestruturação radical do partido.
Lavareda já havia exposto o diagnóstico que inquieta o tucanato às bancadas do PSDB no Senado e na Câmara. Repetirá a dose em Goiânia.
Além do anfitrião Marconi Perillo, governador tucano de Goiás, vão à mesa Geraldo Alckmin (São Paulo), Antonio Anastasia (Minas)...
...Beto Richa (Paraná), Teotônio Vilela Filho (Alagoas), Simão Jatene (Pará) e Anchieta Júnior (Roraima).
A pajelança começará de manhã, será esticada num almoço e só terminará do meio para o final da tarde.
Afora o debate sobre os rumos –ou descaminhos— do partido, os governadores tucanos tentarão afinar a viola em relação a temas que correm no Congresso.
Deseja-se chegar a uma partitura comum, que leve à unificação do discurso sobre projetos que têm impacto direto nas arcas estaduais.
Entre eles: financiamento da saúde pública, teto salarial para PMs e bombeiros, remuneração de professores e benefícios fiscais às micro e pequenas empresas.
Trabalha-se com a perspectiva de divulgar uma “Carta de Goiânia”, um texto com o resumo da posição dos gestores tucanos.
Discute-se a hipótese de incluir no documento um lote de cobranças dirigidas ao governo Dilma Rousseff.
Coisas urgentes (Lei Kandir e redução dos juros que incidem sobre as dívidas estaduais) e de médio prazo (redefinição do "pacto federativo". Leia-se reforma tributária).
No início da tarde, os governadores farão também um debate sobre a conjuntura econômica, tisnada pela crise que eletrifica os EUA e a Europa.
Nessa estágio, a discussão será guiada por uma exposição do economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-ministro de FHC.
É a terceira vez que os oito governadores do PSDB se reúnem desde que foram eleitos ou reeleitos na campanha de 2010.
Já haviam se encontrado em Maceió e em Belo Horizonte. As conversas anteriores, como a atual, ocorreram contra um pano de fundo envenenado.
São dois os nós que o tucanato demora-se em desatar. O primeiro é uma guerra de foice que José Serra e Aécio Neves travam no escuro.
Os dois disputam a vaga de presidenciável do PSDB na sucessão de 2014. Aécio é, de longe, o preferido da maioria da legenda.
Há três dias, em jantar com 41 dos 53 deputados federais do partido, Aécio saiu da toca. Disse que irá a 2014 em qualquer circunstância, contra Lula ou Dilma.
Porém, a despeito de acumular um par de derrotas (2002 e 2010), Serra não esboça a mais remota intenção de depor as armas.
Para complicar, Alckmin observa o vaivém das foices com ares de quem se imagina em condições de encarnar uma terceira via partidária.
O segundo nó que paralisa o tucanato é a ausência de nitidez quanto à estratégia para se contrapor ao PT de Lula e Dilma.
No gogó, a reestruturação do PSDB existe desde meados de 2009. Na prática a legenda, um conjunto de amigos 100% feito de inimigos, não sai do lugar.
Promete-se para outubro um seminário redentor. Vão a debate desde a reformulação do pragrama partidária à retirada tardia do legado de FHC do armário.
Foi incumbido de organizar a pauta um arquirival de Serra: o ex-senador Tasso Jereissati, hoje presidente do Instituto Teotônio Vilela, braço acadêmico da legenda.
Considerando-se a quantidade de veneno acumulado, o antídoto preparado nas provetas do neo-PSDB parece fraco.

FHC diz que o corte de juros já se mostra ‘precipitado’

EFE
Tomado pelos elogios que dedica a Dilma, FHC não é mais aquele. Mas, para mostrar que ainda não é inteiramente outro, fez uma ressalva ao governo dela.
Acha que, ao podar os juros em meio à crise, o BC caminhou “no fio da navalha”.  Tomada no início do mês, a decisão revela-se agora “precipitada.”
“Hoje, o Banco Central deu uma nota preocupante. Prevê menos crescimento e mais inflação. Então, se você olhar pelo que foi dito hoje, foi precipitado.”
FHC refere-se a relatório trimestral divulgado pelo BC nesta quinta (29). A pevisão de crescimento do país em 2011 caiu para 3,5%. Há três meses, previa-se 4%.
A estimativa de inflação para o ano, que era de 5,8%, subiu para 6,4% –encostou no pé direito da meta, que é de 6,5%. E pode furar esse teto, admite o BC.
A despeito de tudo isso, para desassossego de FHC, o BC de Dilma anota no relatório que é possível fazer novos cortes “moderados” na taxa de juros.
Segundo a nova ótica que guia a ação do BC, a inflação será puxada para baixo não pelos juros, mas pelo desaquecimento que a crise externa vai provocar. A ver.

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