sábado, outubro 22, 2011

Brasil!


Planalto e PC do B já avaliam nomes de sucessor de ministro do Esporte

Governo, que conta com demissão de Orlando, cogita prefeita de Olinda e deputados federais
Presidente determina auditoria no ministério para embasar decisão final e não depender de denúncias da imprensa
Natuza NeryAndréia Sadi e Breno Costa, Folha de S. Paulo
Antes de o destino do ministro do Esporte, Orlando Silva, ser oficialmente selado pela presidente Dilma Rousseff, integrantes do Planalto e do próprio PC do B já discutiam, reservadamente, nomes que pudessem substituí-lo.
Nos bastidores, auxiliares próximos à presidente afirmam que ela gostaria que Orlando se antecipasse e formalizasse sua exoneração, sinal que o partido e o próprio ministro se recusavam a emitir.
Depois de uma semana de desgaste, ele se reuniu no início da noite de ontem no gabinete presidencial.
Ao contrário da expectativa geral de que sua demissão pudesse ser oficializada ainda ontem, a equipe da presidente assegurava que o desfecho viria depois.
O motivo: ela desejava se cercar de mais dados sobre o nível de irregularidade em contratos suspeitos celebrados pelo Esporte com ONGs ligadas ao PC do B.
No governo, as condições de permanência de Orlando são consideradas praticamente nulas.
Dilma determinou que a CGU (Controladoria-Geral da União) fizesse uma auditoria nos contratos do Esporte para embasar sua decisão final.

PGR pede abertura de inquérito no STF contra Orlando e Agnelo

O procurador-geral da República concede coletiva - Foto:/ André Coelho

André de Souza, O Globo
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu na tarde de [ontem] a abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ministro do Esporte, Orlando Silva, e o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. Ambos são suspeitos de terem desviado recursos públicos do Programa Segundo Tempo, destinado ao incentivo da prática esportiva entre crianças e adolescentes.
Já existe um inquérito no Superior Tribunal de Justiça (STJ) investigando Agnelo pelas supostas práticas de corrupção. Gurgel pede que essa investigação seja transferida para o STF e juntada com as apurações contra Orlando Silva. Durante a semana, Gurgel disse mais de uma vez que as acusações contra os dois, se confirmadas, são graves.
O ministro está no centro da mais recente crise política envolvendo o governo, desde a publicação no fim de semana de matéria da revista "Veja" acusando-o de desviar dinheiro do Segundo Tempo, por meio de ONGs de fachada. O ministro foi apontado como mentor e beneficiário desse esquema. Os desvios teriam começado quando Agnelo era ainda ministro do Esporte e Orlando secretário-executivo da pasta.
O policial militar João Dias Ferreira, ex-militante do PCdoB, disse na reportagem que as entidades só recebiam recursos se houvesse o pagamento de uma taxa de até 20% do valor dos convênios. Ainda segundo a denúncia, o PCdoB indicaria os fornecedores e as pessoas encarregadas de conseguir notas fiscais frias.
O motorista Célio Soares Pereira contou que entregava dinheiro pessoalmente a Orlando Silva na garagem do ministério. Em oito anos, o esquema teria desviado R$ 40 milhões.

Nota do Ministério da Justiça sobre empresa da mulher de Orlando Silva

O Globo
O Ministério da Justiça informou na noite de [ontem] que não tem contrato direto com a empresa Hermana Filmes, de propriedade de Ana Cristina Petta, mulher do ministro do Esporte, Orlando Silva.
A pasta soltou nota após a divulgação de que a Hermana recebeu, por meio da ONG Via BR, recursos da Comissão da Anistia, vinculada ao Ministério da Justiça. A empresa da mulher de Orlando Silva teve a incumbência de fazer o trabalho de pesquisa e análise do momento histórico relatado no documentário "Repare bem", que conta a história de três gerações de famílias de desaparecidos políticos.
Na nota, o Ministério da Justiça diz que "a proposta de documentário da Via BR foi classificada em terceiro lugar entre as 19 propostas selecionadas e aprovadas. No total, 24 propostas se candidataram ao edital. Das 19 aprovadas, firmou-se convênio com nove delas".
Veja a íntegra da nota:
"Sobre o convênio firmado com o Instituto Via BR, o Ministério da Justiça informa: 

1. Trata-se de uma proposta para realização de documentário que foi selecionada por meio de edital de Chamada Pública no ano de 2010. As propostas foram avaliadas por um comitê de seleção composto por membros do Ministério da Justiça e externos. Data da reunião: 07/06/2010. Data da publicação do resultado no Diário Oficial da União: 11/06/2010;
2. A proposta de documentário da Via BR foi classificada em terceiro lugar entre as 19 propostas selecionadas e aprovadas. No total, 24 propostas se candidataram ao edital. Das 19 aprovadas, firmou-se convênio com nove delas;
3. A proposta da Via BR foi apresentada pela presidente do instituto, Vanessa Stropp Borba, que assina o convênio (conforme documento anexo). Não há contrato direto do Ministério da Justiça com a Hermana Filmes ou com Anna Cristina Lemos Petta;
4. No escopo do convênio, consta que a Via BR contratou a empresa Hermana Filmes para desenvolver trabalho técnico especializado de pesquisa para subsidiar documentário, pelo qual pagou R$ 32.107,60 (conforme documento anexo);
5. Há registro que, em 26/09/2011, a empresa Hermana Filmes depositou reembolso do valor integral na conta do convênio, conforme comprovante depósito anexo.
6. O referido documentário, objeto do convênio, está previsto contratualmente para ser entregue em dezembro."

Empresa acusada de desviar dinheiro fez saques de R$ 335 mil

O Globo
Relatório da Polícia Civil do Distrito Federal na Operação Shaolin, base do inquérito contra o governador Agnelo Queiroz, informa que a Infinita, uma das empresas acusadas de desviar dinheiro do programa Segundo Tempo, fez dois saques no valor total de R$ 335 mil nos dias 7 e 8 de agosto de 2007.
As datas dos saques coincidem com o período em que o empresário Geraldo Nascimento de Andrade diz ter ajudado a entregar R$ 256 mil em espécie a Agnelo, em frente a uma concessionária em Sobradinho, cidade-satélite de Brasília. Andrade era um dos donos da JG Comércio de Alimentos.
A JG e a Infinita são acusadas de envolvimento no desvio de verbas do Segundo Tempo. Em depoimento à Polícia Federal na quarta-feira, o policial militar João Dias Ferreira disse que a Infinita e a JG eram empresas de fachada. Elas seriam operadas por Miguel Santos Souza para fornecer notas fiscais falsas para ONGs financiadas pelo Segundo Tempo.
Segundo o policial, as ONGs simulavam compras para repassar o dinheiro às empresas de Souza. A partir daí, o dinheiro abasteceria os cofres de dirigentes do PCdoB, partido que controla o Ministério do Esporte desde 2003.
Duas ONGs de João Dias, a Federação Brasiliense de Kung Fu e a Associação João Dias de Kung Fu, são acusadas de desviar R$ 3,2 milhões do Segundo Tempo. Relatório da Operação Shaolin informa que João Dias usou notas falsas das empresas de Souza para justificar despesas inexistentes nos programas de incentivo ao esporte a crianças do Distrito Federal.
No depoimento prestado à PF, João Dias não incluiu Agnelo entre os supostos beneficiários dos desvios do programa Segundo Tempo.

Pastor afirma que Esporte cobrou 10% para PC do B

Fundador de igreja que recebeu R$ 1,2 milhão diz ter se negado a pagar propina
Nova testemunha diz ter sido procurada por emissários do ministro do Esporte para repassar dinheiro para o partido
Andreza Matais e Felipe Coutinho, Folha de S. Paulo 

O fundador de uma igreja que recebeu R$ 1,2 milhão do Ministério do Esporte diz que foi pressionado a repassar 10% do dinheiro para os cofres do PC do B, o partido que controla o ministério.
"Veio um monte de urubu comer o filezinho do projeto", disse à Folha o pastor evangélico David Castro, 56, que dirige a Igreja Batista Gera Vida, de Brasília. Ele diz que se recusou a pagar a propina.
É a segunda pessoa que vem a público nesta semana acusar o Ministério do Esporte de desviar para o PC do B dinheiro destinado a convênios com organizações não governamentais.
O policial João Dias Ferreira, dono de duas ONGs que tiveram convênios com o ministério, disse à revista "Veja" que o próprio ministro Orlando Silva recebeu propina na garagem do ministério. Orlando nega a acusação.
O ministério fechou convênio com a Igreja Batista Gera Vida no fim de 2006 para desenvolver atividades esportivas para 5.000 crianças carentes, dentro do programa Segundo Tempo.
O projeto foi apresentado ao ministério pelo pastor Castro no início de 2006, quando o ministro era o atual governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, hoje no PT. 

0 comentários:

Postar um comentário