terça-feira, outubro 18, 2011

Orlando Silva só ficará no cargo se for convincente


Roberto Maltchik e Gerson Camarotti, O Globo
Sob bombardeio intenso da oposição e até de setores da base governista, o ministro do Esporte, Orlando Silva, contava [ontem] com o apoio da presidente Dilma Rousseff, que elogiou sua disposição de prestar esclarecimentos ao Congresso. Ela disse, no entanto, que aguardará os desdobramentos das acusações e das investigações para traçar o futuro do ministro, responsável pela organização da Copa do Mundo de 2014.
Mas o destino do ministro está nas mãos de sua capacidade de convencimento e de provar sua inocência, diziam auxiliares da presidente, no Palácio do Planalto.
No primeiro dia de visita à África do Sul, Dilma frisou que respeita o princípio da presunção de inocência , porém, não assumiu pessoalmente a defesa de Silva. Admitiu que "no passado" foram firmados convênios com organizações não governamentais (ONGs) "frágeis" e sem o controle adequado.
Dilma conversou com Orlando Silva ainda no sábado, por telefone, quando a revista "Veja" chegou às bancas com as denúncias de desvio de recursos no Esporte, em convênios com ONGs ligadas ao PCdoB , partido do ministro.
- Não só nós presumimos a inocência dele, como ele tem se manifestado com muita indignação quanto às acusações. O governo está acompanhando atentamente todas as denúncias, os esclarecimentos e as investigações. Aliás, o ministro Orlando pediu investigação da Polícia Federal, do Ministério Público Federal sobre as acusações feitas a ele e que ele reputa uma injustiça. Além disso, se dispôs a ir ao Congresso Nacional. Enquanto isso, o governo vai continuar acompanhando tanto qualquer denúncia que apareça quanto todos os esclarecimentos e as iniciativas de investigações - afirmou a presidente, que, segundo um auxiliar, está "medianamente preocupada" com o caso.
[Ontem], Orlando Silva se reuniu no Planalto com os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil). Foi orientando a ser convincente nos esclarecimentos:
- Mais do que se defender, Orlando precisa ser convincente. Não haverá uma segunda chance - resumiu um auxiliar da presidente.

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