segunda-feira, março 19, 2012

Serra das Almas abre nova trilha ecológica


O habitat do mascote da Copa do Mundo 2014, o tatu-bola, já começa a atrair a atenção de setores da sociedade
Crateús Um grupo de visitantes, composto por empresários, imprensa, gestores, autoridades municipais, estudantes e ambientalistas, inaugurou o mais novo roteiro de passeio ecológico na Reserva Natural Serra das Almas, a Trilha dos Macacos, neste Município. A visita objetivou conhecer a Reserva, existente há 12 anos, com ações de conservação do bioma, gerenciadas pe
A Trilha dos Macacos foi percorrida por ambientalistas e convidados, numa promoção da Prefeitura de Crateús e Associação Caatinga - Foto: Silvania Claudino
la Associação Caatinga, ONG que apresentou o tatu-bola para mascote da Copa de 2014.
A Prefeitura Municipal coordenou o passeio, conduzido pelos guias turísticos da Reserva. Das 9 às 14 horas do último sábado, a comitiva percorreu a trilha na Reserva, de pouco mais de 6 mil hectares. O lugar é habitat do tatu-bola. O animalzinho, que virou atração mundial e está em extinção, não foi visto durante o passeio. Mesmo assim, a visita encantou os participantes.
“A Associação Caatinga tocou a terra com essa proposta e a Copa sai do foco da mobilidade e volta os olhos para a questão ambiental. Ao conhecer a beleza desse local no meio da caatinga, as espécies da fauna e flora que aqui estão conservadas no bioma, todos irão perceber como são importantes para o País áreas de proteção ambiental”, destaca o prefeito Carlos Felipe.
O passeio começou na sede de Crateús, distante 50km da Reserva, localizada em Tucuns, localidade serrana no Município. A paisagem e o clima ameno do lugar encantam os visitantes, que foram recebidos pela Associação Caatinga na Vila de Tucuns para um café da manhã regado a alimentos típicos do local: rosca de goma, macaxeira, manzape, tapioca, entre outras guloseimas características da culinária região.
Mata nativa
O grupo dirigiu-se para a Reserva, distante 15km da Vila. Parte da estrada é de terra, a chamada “carroçal” e logo se chega à entrada da Reserva. Antes de entrar, os visitantes recebem dos guias as instruções para o passeio. A primeira regra é o silêncio, para respeitar o habitat das espécies nativas e facilitar o aparecimento delas, seguida de outra indispensável: não mexer e não matar nenhum animalzinho, por menor que seja. A partir da entrada, a mata nativa já tem uma cor, brilho e altura diferentes.
Grandes árvores e alguns tipos de animais já dão o ar da graça, como formigas gigantes, que circulam tranquilamente na terra, sem incomodar os visitantes, chamando a atenção somente pelo tamanho. Joazeiros, xique-xique, gameleira e outras frondosas árvores começam a ser vistas pelos visitantes.
No centro de visitantes, muitos adquirem chapéus, camisetas e livros que falam do bioma caatinga e da história da ONG. Quadros com fotos dos animais existentes na Reserva chamam a atenção do grupo. É quando todos se preparam para fazer uma das trilhas da reserva: a nova Trilha dos Macacos, trajeto de 2km que possibilita adentrar na mata nativa e conhecer espécies do lugar, nascentes d´água e animais que vivem no bioma que só existe no Brasil.
Para o gerente da reserva, Ewerton Torres Melo, a visita é muito bem vinda e a Associação vivencia um momento muito rico e surpreendente. “O tatu-bola está sendo divulgado mundialmente, inclusive em países que nunca imaginávamos. Então é uma oportunidade ímpar de chamarmos a atenção para os animais ameaçados de extinção”, destaca ele.
Conservação
João Pretina, presidente da Associação Comunitária de Tucuns, participou da visita à reserva, embora para ele o local já seja comum. Nascido e criado na região, sempre vai ao local. “É perfeito aqui porque conserva-se plantas e animais que só víamos quando a gente era menino. A Associação faz um trabalho excelente para preservar tudo isso aqui e então nós começamos também a dar valor, a cuidar melhor. Agora com o tatu-bola, nós daqui perto e o mundo vão olhar para os animais que estão desaparecendo”, ressalta.
A professora e ambientalista Márcia Cristina, mestranda em Gestão Ambiental, acredita que a visibilidade conquistada com o tatu-bola trará frutos para a região. “O bioma é tipicamente brasileiro. A reserva contribui com a mudança de mentalidade das pessoas, no sentido de conscientizar para a preservação de um local fantástico como esse, que tem as principais espécies vegetais e animais da caatinga”.

0 comentários:

Postar um comentário