Ex-prefeito terá ainda que pagar os advogados do município que tentaram reaver o dinheiro de obras enviado para paraíso fiscal nos anos 90
Paulo Maluf e o atual prefeito de SP, Fernando Haddad. Deputado vai ter que devolver 58 milhões de reais para administração de aliado (Vagner Campos/Brazil Photo Press/AE)
A corte de Jersey anunciou que as empresas offshores ligadas ao ex-prefeito e atual deputado federal Paulo Maluf (PP) terão de devolver quase 58 milhões de reais (ou 28,3 milhões de dólares) aos cofres públicos do município de São Paulo, além de pagar nove anos de custos com advogados no processo que ainda tramita no paraíso fiscal, uma ilha localizada na costa da França e que faz parte do Reino Unido. A prefeitura estima que tenha gasto nesse período mais de 9 milhões de reais com o pagamento de advogados.
A condenação de Maluf já havia sido divulgada em novembro de 2012, quando a corte concluiu que as empresas ligadas à família do ex-prefeito haviam sido usadas para desviar dinheiro de obras públicas em São Paulo durante sua administração - uma dessas obras é a avenida Água Espraiada, construída nos anos 90 e que depois foi rebatizada como avenida Jornalista Roberto Marinho.
"Paulo Maluf era parte da fraude na medida em que, pelo menos no decorrer de janeiro e fevereiro de 1998, ele ou outras pessoas em seu nome receberam ou foram creditadas no Brasil com uma série de 15 pagamentos secretos", concluiu a corte em novembro.
À época, a corte só havia divulgado o valor original da verba desviada: 21 milhões de reais (ou 10,5 milhões de dólares). Ainda faltava definir o valor corrigido e com multas, que cheou a quase 58 milhões de reais. Um cálculo da Procuradoria de São Paulo havia estimado que o valor a ser devolvido seria entre 45 milhões e 65 milhões de reais.
As empresas de Maluf já recorreram da decisão. Uma sentença final deve sair em março. O valor que voltará para a prefeitura está bloqueado em Jersey, sendo que parte importante é composta por ações da Eucatex - empresa que pertence à família Maluf.
(Com Estadão
0 comentários:
Postar um comentário