sexta-feira, fevereiro 01, 2013

346 poços devem ser implantados no Ceará

Em reunião, Comitê Integrado de Combate à Estiagem apresentou medidas de enfrentamento à seca
Após as previsões nada otimistas da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) sobre a quadra invernosa cearense, o Comitê Integrado de Combate à Estiagem do Estado, que envolve órgãos e associações relacionados à problemática, se reuniu, ontem, para apresentar medidas de enfrentamento à seca que o Ceará deve encarar nos próximos meses.

De acordo com o Comitê, uma das suas principais preocupações é com o abastecimento de água para as famílias do Interior. Assim, a Operação Carro-Pipa deve ser intensificada. Ao todo, 41 cidades já são contempladas Foto: Waleska Santiago

A Defesa Civil do Ceará anunciou que está trabalhando na implantação de 346 poços em todo o Estado e na intensificação da Operação Carro-Pipa. Ao todo, 41 cidades estão sendo atendidas pelo projeto e outros nove municípios esperam o serviço até o fim deste mês de fevereiro.

Uma das principais preocupações do Comitê neste ano é com o abastecimento de água para as famílias do Interior. Para auxiliar os municípios onde há ameaça de colapso no fornecimento, a Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh) propõe a construção de novos açudes e a perfuração de mais poços em cidades como Crateús e Milhã a médio e longo prazos.

Conforme o major Wagner Maia, chefe do Núcleo de Engenharia da Defesa Civil, a previsão meteorológica da Funceme para 2013 surpreendeu as autoridades e exigiu a mudança do plano de ações desenvolvidas no Estado. Segundo ele, o órgão agora busca verbas para suprir a demanda por alternativas de abastecimento no Interior.

"É uma situação complicada. Estamos conversando com o governo sobre a liberação de recursos tanto para ações emergenciais como também ações estruturantes, tendo em vista que a seca é cíclica, ou seja, provavelmente vamos ter problemas de novo no futuro", ressalta Maia.

Rebanhos
Outro ponto de ação emergencial discutido pelo Comitê foi o estabelecimento de uma reserva alimentar para os rebanhos.

A proposta apresentada pela Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec) inclui o uso de terrenos ociosos na produção alimentos para a manutenção do gado.

De acordo com o presidente da Faec, Flávio Saboya, a medida é importante para manter uma atividade econômica mínima que permita a recuperação financeira em 2014.

"Temos que manter parte dessa estrutura produtiva do Estado para que não tenhamos o êxodo rural das nossas populações e o esfacelamento das atividades econômicas no semiárido", analisa Saboya.

Preocupação
Segundo o titular da Secretaria do Desenvolvimento Agrário do Estado (SDA), Nelson Martins, o prognóstico da Funceme, que detectou 45% de chances de que haja chuvas abaixo da média histórica, causou bastante preocupação aos integrantes do Comitê. "Uma coisa é um ano de seca, outra são dois anos seguidos. Em 2012, a gente conseguiu segurar bem, mas um novo período de estiagem vai ser difícil", admitiu o secretário.

Martins assegurou que as famílias residentes nos municípios mais atingidos pela estiagem poderão contar com os benefícios de assistência fornecidos pelos governos federal e estadual.

Conforme ele, cerca de 312 mil trabalhadores rurais já estão cadastrados no programa Garantia Safra, que se compromete a indenizar os agricultores que tiverem prejuízos nas colheitas. O secretário afirmou, ainda, que a SDA negocia a ampliação do crédito fornecido pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

VANESSA MADEIRAESPECIAL PARA CIDADE 

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