quarta-feira, março 13, 2013

Cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio é eleito o novo papa

Papa - Bergoglio
O arcebispo de Buenos Aires, o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, foi escolhido o 266º papa. Ao longo de seu pontificado, adotará o nome de Francisco. A tão esperada fumaça branca anunciando aos mais de 1 bilhão de fiéis da Igreja Católica que o novo papa foi escolhido finalmente pôde ser vista saindo da chaminé da Capela Sistina nesta quarta-feira. Muitos fiéis aguardavam esse momento com ansiedade na Praça de São Pedro. Para que o pontífice tenha sido escolhido, seu nome precisou alcançar maioria de dois terços, ou 77 votos. O consenso só foi atingido depois de duas rodadas de fumaça negra desde o início do conclave. O anúncio oficial do novo papa deve ser feito até por volta das 16h20, indicando como ele será chamado daqui para frente. 
O nome do novo papa, o 266º pontífice da Igreja Católica Romana, por tradição não é revelado até que ele apareça na sacada em frente à Praça de São Pedro, onde uma multidão aguarda a notícia. O anúncio será feito pelo cardeal protodiácono francês Jean-Louis Pierre Tauran.
Eram necessários ao menos 77 dos 115 votos no conclave para que um novo pontífice fosse eleito. Depois de alcançar a maioria de dois terços dos votos, o escolhido responde se aceita se tornar papa, os cardeais então juram fidelidade a ele, que tem um tempo para fazer orações sozinho antes de se dirigir aos fiéis. 
A escolha do sucessor de Bento XVI foi rápida, principalmente porque não se apontava um favorito isolado e sim, vários nomes com possibilidade de conquistar a preferência dos cardeais. Em 2005, a fumaça branca só saiu da chaminé na quarta rodada de votação, no segundo dia de conclave. O antecessor de Bento XVI, João Paulo II, foi anunciado como novo pontífice depois de três dias de conclave, em 1978. 
Contexto - Um conclave realizado com o antigo papa ainda vivo foi uma novidade para os cardeais no Vaticano, mas este ano, o conclave para escolher o sucessor do agora papa emérito Bento XVI teve outra situação incomum. As reuniões preparatórias giraram em torno de temas incômodos para o Vaticano, como as irregularidades no Banco do Vaticano e a descoberta de chantagem envolvendo altos integrantes da Cúria que participavam de orgias homossexuais. Houve discussões sobre a divulgação do conteúdo de um relatório com informações sobre os problemas internos da Cúria aos cardeais - apenas o novo papa deverá ter acesso ao documento.

Os cardeais americanos foram os mais insistentes, mas depararam com a resistência dos cardeais da Cúria, liderados pelo ex-secretário de Estado Tarcísio Bertone. Apesar da tentativa do camerlengo de esconder os desmandos no Vaticano, muitas informações foram publicadas por jornais italianos. Para alguns cardeais, ter acesso ao conteúdo completo da apuração encomendada por Bento XVI a três cardeais de sua confiança poderia influenciar seu voto, já que uma das características apontadas como essenciais para o novo pontífice é a habilidade de gerir problemas e conhecimento sobre a Cúria Romana para poder reformá-la.
Segredo - O processo de escolha do papa é envolvido em muito segredo. O próprio termo “conclave” decorre da ideia de que os cardeais são trancados (“com chave”) no interior da Capela Sistina para a votação. Os funcionários que prestaram assistência aos cardeais durante o conclave (cozinheiros, faxineiros, médicos, enfermeiras) tiveram de fazer um juramento de sigilo sobre o que ocorre na assembleia. Violar o segredo resulta em excomunhão.

Os cardeais também fizeram um juramento de sigilo e não puderam ter contato nenhum com o mundo exterior - sem ler jornais, acessar a internet, usar celulares. Um sistema para bloquear o sinal dos aparelhos e impedir o uso de redes sem fio foi instalado no Vaticano. A aparelhagem visa evitar o que aconteceu em 2005, quando um cardeal vazou a informação de que Joseph Ratzinger havia sido eleito e um canal alemão espalhou a notícia antes do famoso anúncio Habemus Papam.

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