sexta-feira, março 22, 2013

Crateús, Construção civil vai demitir pessoal

Crateús Suspensões em construções de novas residências e demissões de trabalhadores. Esses são os prejuízos na construção civil e na economia deste município, em função do colapso no abastecimento de água, ocasionado pela estiagem, que esvaziou o Açude Carnaubal, reservatório que abastece a cidade. Um número de 300 trabalhadores já está sendo dispensado nessa semana e mais 200 daqui a um mês, de acordo com dados da Associação dos Construtores de Crateús.
Casas em construção no município de Crateús precisam da ligação na rede de água da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) para poderem ser entregues aos moradores FOTO: SILVANIA CLAUDINO

A decisão de dispensar a maioria da mão-de-obra que atua no setor foi tomada pelos construtores depois da reunião que ocorreu na tarde da última quarta-feira, com representação local da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) e o promotor de Justiça, Hugo Frota Magalhães, representante do Ministério Público (MP). A Cagece propôs estudar a liberação de 44 cotas de novas ligações para os construtores, que são em torno de 27 na cidade, e seis cotas para particulares. O encontro, realizado a pedido dos construtores, visou a mediação do MP em torno de um consenso entre as duas partes no que concerne à autorização de novas ligações de água em unidades residências construídas e em andamento.

Prejuízos
A Associação solicitava a liberação de, pelo menos, 60 novas ligações pela Cagece, argumentando que amargam grandes prejuízos porque sem o serviço, não receberão o valor referente às residências, financiadas pelo Programa Minha Casa Minha Vida, da Caixa Econômica Federal.

"O número de 44 nos satisfaz porque conseguiremos pagar os credores, mas a situação paralisa o setor e então temos que fazer as demissões", diz Gleysson Abreu, presidente da Associação dos Construtores.

Para ele, a realidade que vive o setor imobiliário na cidade é muito delicada e a retração prejudicará todos os outros setores, gerando um efeito negativo em toda a economia da cidade.

"Entendemos a situação, que é complicada para todos. A economia da cidade sentirá bastante porque vai deixar de girar na cidade em torno de R$ 4 milhões em 60 dias e trabalhadores de forma direta e indireta serão também prejudicados. Paralisando a construção civil prejudica todo o comércio", lamenta Abreu.

O empresário José Vagno Mota afirma que já suspendeu novas construções e novos negócios. "As pessoas continuam procurando e não temos como atender. Agora só quando chover, talvez no próximo ano", lamenta. Revela preocupação citando que tem o compromisso de entregar 30 casas até o final de julho. Acreditava na liberação de 60 novas cotas, com a possibilidade de renegociação em um prazo de 90 dias.

A Companhia diz que está adotando ações para prevenir racionamento no Estado. "De uma forma geral, a Cagece, em conjunto com a Cogerh, a Sohidra e os poderes municipais, está adotando todas as medidas cabíveis para prevenir a necessidade de racionamento, em todo o Ceará. Entre as ações que estão sendo providenciadas podem ser citadas: a perfuração de novos poços, a construção de adutoras trazendo a água de mananciais alternativos, a disponibilização de carros pipas, além de outras medidas técnicas", informou em nota na última quarta-feira.

Medidas
O MP requisitou, diante do requerimento formal dos construtores, uma posição técnica e jurídica da Cagece e da (Cogerh) acerca da atual realidade no abastecimento de água local, com a maior brevidade possível para unir elementos e liberar ou vetar o pleito dos construtores.

"Aguardaremos a posição dos dois órgãos responsáveis pelo gerenciamento dos recursos hídricos, distribuição e abastecimento de água a fim de nos manifestarmos. A nossa análise tem como base o coletivo, entendendo que a água deve ser destinada prioritariamente para o consumo humano e em segundo plano para questões básicas de sobrevivência", frisou o promotor de justiça, Hugo Frota Magalhães.

Mais informações
Ministério Público em Crateús
Telefone: (88) 3691.0239

SILVANIA CLAUDINOREPÓRTER

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