segunda-feira, maio 20, 2013

Brasil


COMENTÁRIO

O Senado acovardou-se, por Ricardo Noblat

Tarde da noite da última terça-feira, Renan Calheiros (PMDB-AL) conversava com amigos na residência oficial do presidente do Senado, no Lago Sul, em Brasília, e ainda atendia ou disparava telefonemas.
Àquela altura parecia convencido em definitivo de que só lhe restava a opção de empurrar goela abaixo do Senado a Medida Provisória 595, que estabelece um novo marco regulatório para o setor portuário.
Vez por outra, porém, interessado em sondar o  estado de ânimo do seu interlocutor, comentava como se ainda hesitasse sobre o que fazer: "Se eu rasgar o acordo estarei expondo o Senado à desmoralização".


Havia um acordo firmado em 2003 pelos líderes de todos os partidos sob as bênçãos do então presidente do Senado, José Sarney. Medida Provisória só seria aprovada ali depois de pelo menos duas sessões de discussão.
Sem truques, duas sessões equivalem a dois dias. Não é o suficiente para que se examinem assuntos complexos e que envolvam variados e poderosos interesses. Mesmo assim é melhor do que votar no escuro.
Medida Provisória é instrumento por meio do qual o presidente da República legisla e obriga o Congresso a agir com rapidez. Entra em vigor de imediato. Cabe ao Congresso referendá-la ou não.
O acordo de 2003 fora quebrado uma semana antes para a aprovação de duas medidas que beneficiariam os inscritos no Bolsa Família.
"A oposição não pode ficar contra os pobres", argumentou José Agripino Maia (DEM-RN).
(A oposição tem forte sentimento de culpa em relação aos pobres.)
Os líderes de todos os partidos concordaram com Agripino. E os do PMDB e do governo se apressaram em repetir: "Isso jamais significará a abertura de precedente".
O acordo só seria quebrado daquela vez.
Nada mais falso.
Ou melhor: mais falso somente o ar de pesar de Renan quando perto do meio-dia da quinta-feira, apenas duas horas depois de a Câmara dos Deputados ter encerrado a votação da Medida Provisória 595, e a 12 horas do fim do prazo para que ela caducasse se não fosse votada pelo Senado, ele disse como se sua palavra valesse de fato alguma coisa:
- Esta será a última vez que sob a minha presidência procederemos assim.
(Segure o riso!)
Você compactuaria com algo que julgasse de público uma "aberração"?
No Dicionário do Aurélio, aberração que dizer anomalia, distorção, desatino.
E com algo simplesmente "deplorável", você compactuaria?
Deplorável é igual a detestável, lamentável, abominável.
Só mais uma: e com algo "constrangedor"?
Constranger tem a ver com tolher a liberdade, coagir, violentar, compelir, obrigar pela força.
Sim, foi Renan que chamou de "aberração" o ato de o Senado votar o novo marco regulatório dos portos sem discuti-lo pelo tempo necessário.
Foi também Renan que tachou de "deplorável" o que ele mesmo se dispôs a patrocinar.
Por fim, foi Renan que reconheceu o "constrangimento" do Senado em se comportar não como manda a lei, mas como queria a presidente da República com sua pressa, maus modos e incompetência para fazer política.
A Medida Provisória poderia ter dado lugar a um projeto de lei para votação em regime de urgência - não mais do que 45 dias.
A presidente dispensou a colaboração do Senado. Por sua vez, o Senado não se incomodou com sua falta de relevância.
O Senado rendeu-se e covardemente abdicou dos seus poderes. Por que o fez?
Ora, ora, ora...
Poucos entre os 81 senadores são homens reconhecidamente decentes. A política corrompeu-se, virou  um lucrativo negócio que movimenta milhões de reais.
A propósito, sobre isso Lula deu testemunho em dois momentos - há 30 anos quando acusou o Congresso de abrigar 300 picaretas; e há uma semana ao falar aos moços. Disse então:
- O político ideal que vocês desejam, aquele cara sabido, aquele cara probo, irretocável do ponto de vista do comportamento ético e moral, aquele político que a imprensa vende que existe, mas que não existe..."
E completou:
- Quem sabe esteja dentro de vocês.
Porque dentro dele também não está.


POLÍTICA

Petistas minimizam ataques de Aécio ao governo Dilma

Daiene Cardoso, Estadão
Um dia após o novo presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG, foto abaixo), atacar a governo Dilma Rousseff, defender o legado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e as privatizações do governo tucano, os petistas tentaram minimizar o discurso do provável adversário da presidente Dilma Rousseff na sucessão presidencial de 2014.
Aos ouvidos dos aliados de Dilma, as declarações do tucano demonstraram "carência de conteúdo" e evidenciaram a "falta de contato" com a realidade da população. "Ele tinha de consultar mais o povo. Ele não pode falar coisas tão fora da realidade, fora da vida das pessoas. Quem sabe viajando agora pelo País ele aprende um pouco", ironizou o secretário nacional de Comunicação do PT, Paulo Frateschi.


POLÍTICA

Aposentados do Congresso por invalidez seguem trabalhando

G1
Durante três meses, o Fantástico investigou a farra das aposentadorias por invalidez no Congresso Nacional. O programa encontrou pessoas que recebem altos benefícios do Senado e da Câmara, mas levam uma vida normal, trabalhando e ganhando dinheiro, mesmo que no papel esteja escrito que elas deveriam estar afastadas por causa de alguma doença grave.

GERAL

Polícia Federal investigará boato sobre suspensão do Bolsa Família

André de Souza, O Globo
O boato de suspensão dos pagamentos do Bolsa Família causou tumultos em pelo menos 12 estados, com beneficiários correndo para agências da Caixa Econômica Federal para sacar seus benefícios. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou neste domingo que a Polícia Federal investigue a origem do rumor.
A notícia, já desmentida pelo Ministério do Desenvolvimento Social, gerou problemas em pelo menos 113 agências da Caixa, sendo o Ceará o estado mais afetado. No sábado, centenas de pessoas lotaram agências bancárias da Caixa Econômica Federal (CEF) e lotéricas, principalmente nas capitais do Nordeste e Norte. A Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, também foi afetada. O temor de que era o último dia para receber o benefício provocou tumultos.

Foto: Fábio Rossi / O Globo

GERAL

Vocalista diz que dono da Kiss mentiu sobre fogos: 'não foi a 1ª vez'

Terra
O vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, acusado de provocar o incêndio que matou 242 pessoas na madrugada do dia 27 janeiro na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), disse que Elissandro Spohr, o Kiko, um dos donos da casa noturna, mentiu ao afirmar que não sabia que a banda faria um show pirotécnico no local.
Ambos estão presos na Penitenciária Estadual de Santa Maria. "Ele (Kiko) está mentindo, ele sabia.Ele sabia, porque a gente toca na boate dele desde 2010", disse Marcelo. O vocalista afirmou ainda que não foi o fogo de artifício preso em sua luva que deu início às chamas dentro da boate - testemunhas afirmaram que Marcelo ergueu a mão, fazendo com que o artefato encostasse no teto. Marcelo disse não saber o que deu início ao incêndio. "Essa é a pergunta que a gente faz, até agora eu não sei porque eu não vi como começou." As informações são do Fantástico.

GERAL

Presos consomem drogas, recebem mulheres e têm trânsito livre no RS

G1
No meio da noite, presos fogem de uma casa de detenção por uma escada para buscar drogas. Depois, voltam carregados para dentro da cadeia. As imagens mostradas pelo programa Fantástico na noite deste domingo (19) foram feitas por um agente penitenciário no Instituto Penal de Viamão (IPV), na Região Metropolitana de Porto Alegre, considerado o maior do regime semiaberto no Rio Grande do Sul, com 278 detentos.
As gravações foram obtidas com exclusividade pelo repórter Fábio Almeida, da RBS TV, em Porto Alegre. Nas imagens, um dos detentos aparece em cima do muro. Ele apoia uma escada de madeira na parede e desce para o pátio (foto abaixo). Ao todo, 10 detentos caminham tranquilamente para fora da prisão. Alguns usam touca ninja, outros carregam armas. A polícia afirma que eles voltam ao presídio com drogas que serão consumidas e vendidas dentro do IPV.


GERAL

Morre o jornalista Alberto Tamer, aos 81 anos

O Globo
Morreu ontem o jornalista Alberto Tamer, aos 81 anos, de insuficiência cardíaca, após passar uma cirurgia no coração. O jornalista foi internado em fevereiro deste ano para uma cirurgia no hospital Albert Einstein e há um mês estava no Incor, em São Paulo. Tamer trabalhou por mais de 50 anos no jornal “O Estado de S. Paulo”, onde foi editorialista, colunista e se destacou na cobertura de assuntos econômicos.
Tamer foi também comentarista e apresentador nas rádios Jovem Pan e Eldorado e nas emissoras de TV SBT, Manchete e Bandeirantes. Em 1994, mudou-se para Paris, de onde enviou matérias especiais para o Estado, sem deixar de escrever sua coluna.


ECONOMIA

Dívida da Odebrecht vai a R$ 62 bi

David Friedlander, Estadão
Depois de se firmar como a maior empreiteira do País, dominar o setor petroquímico com a Braskem e espalhar sua marca por áreas tão diferentes quanto a produção de etanol e a construção de submarinos, a Odebrecht começa a encarar a conta dessa trajetória fulminante nos últimos anos: a dívida do grupo disparou e atingiu R$ 62 bilhões, com bancos e investidores que compraram suas debêntures.
Essa dívida está espalhada por várias empresas - e praticamente dobrou desde 2010. O débito cresceu 36% apenas em 2012, segundo o balanço consolidado do ano. As demonstrações foram publicadas no dia 25 de abril no Diário Oficial da Bahia e em um jornal daquele Estado, onde fica o conselho de administração da Odebrecht.


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