quarta-feira, setembro 18, 2013

Projeto de inclusão em Tauá destaca a educação especial

A importância do atendimento inclusivo tem ressaltado a iniciativa como modelo para a região
Tauá. Inclusão, solidariedade, união, aprendizado. Esses são os resultados do projeto "Agindo e Incluindo", coordenado neste município pela Secretaria Municipal de Educação e que se transformou em referência na educação especial nesta região do Estado. Em torno de 325 alunos com deficiências diversas, matriculados em 60 escolas da rede pública e privada de ensino são assistidos pelo projeto.

Um total de 320 alunos são atendidos pelo projeto, que abrange 60 escolas
FOTO: SILVÂNIA CLAUDINO


Os alunos frequentam normalmente as aulas na rede regular e no contra turno são atendidos nas 16 salas multifuncionais existentes no município. A cidade também é polo de formação do projeto do Governo federal "Educação Inclusiva: Direito à Diversidade", recebendo profissionais de 21 localidades.

Além do atendimento nas escolas, o projeto conta com o Núcleo de Atendimento Pedagógico (Nape), situado na Escola Jorge Massilon Cavalcante, no centro da cidade.

A fonoaudióloga Geísa Paixão, superintendente técnica da Educação Especial no município, destaca a importância do atendimento inclusivo nas escolas. "O projeto garante a inclusão dos alunos com deficiência nas salas de aula regulares das escolas e o atendimento educacional especializado através das salas de recursos multifuncionais. O foco é eminentemente pedagógico", destaca Paixão.

No Nape, existem seis salas - informática, assistência social, pedagogia, fonoaudiologia e terapia ocupacional - e uma equipe multiprofissional preparados para receber os alunos encaminhados pelas escolas. Em ambiente e com profissionais especializados os alunos são avaliados e encaminhados para o atendimento, conforme a necessidade detectada na avaliação.

A iniciativa, que começou em 2009, faz a diferença na vida das crianças, das famílias, dos profissionais envolvidos e das escolas.

Dificuldades
A diretora da Escola Maria Alexandrina Nogueira Marques, Francisca Alves de Sousa conta que as atitudes dos alunos e o cotidiano da Escola mudou com o projeto. São 16 alunos atendidos, com deficiências diversas, como visual, cerebral, auditiva, paralisia, síndrome de down, entre outros.

"No princípio, achamos difícil lidar com as crianças e foi um grande desafio. Hoje, porém, enxergamos como um grande ganho. Todos nós crescemos como educadores e como seres humanos. Aprendemos a amar as crianças com deficiência e a Escola constrói um caminho diferente. Todos contribuem e agem diferente, amando, respeitando e nos projetos vão surgindo dentro da própria escola, voltados para a inclusão e o amor no nosso dia a dia", ressalta a diretora.

Ela conta que os próprios alunos ajudam aos colegas especiais e dão ideias de projetos para incluir as crianças e melhorar o dia a dia deles na escola. "Os profissionais e alunos se envolvem em uma grande corrente de suporte e apoio para as crianças, com projetos e ideias. E os pais dos alunos especiais percebem o avanço das crianças em casa e acabam vindo à escola e contribuindo também", salienta.

Para a professora Rosana de Oliveira, responsável pelo atendimento na sala multifuncional da Escola, a emoção de trabalhar com o público especial é indescritível. "A gratificação e satisfação é o bem maior que recebo. Trabalho com a perspectiva de contribuir para que eles se tornem o mais independente possível. E o projeto já cumpre o seu papel só em propiciar a possibilidade deles estarem dentro do contexto escolar. Isso já socializa e tem um valor significativo", analisa a educadora.

Suporte
Assim como Rosana, 14 professoras atuam nas salas especiais da rede, contando com o suporte de 8 cuidadoras, que auxiliam os alunos que são dependentes de terceiros para atividades de locomoção, higiene e alimentação. Recebem formação continuada da Secretaria e atuam de acordo com planejamento feito de acordo com as peculiaridades dos alunos assistidos pelo projeto.

De acordo com a Secretaria de Educação, a Escola Maria Alexandrina é referência do Projeto. Conta com 16 alunos especiais matriculados e atendidos pelo projeto. A Escola, assim como várias outras da rede municipal, é adaptada para receber o público especial. Possui rampas e banheiros adequados ao uso das crianças especiais.

"Barreiras fortes sempre são encontradas nos ambientes em que circulamos e temos o cuidado de que as escolas também sejam adaptadas na parte da estrutura física. O projeto vê tudo isso e boa parte das escolas já estão adequadas às características desses alunos", destaca a superintendente Geísa.

Conforme a superintendente, as escolas que ainda não se enquadram nesse perfil estrutural estão sendo adaptadas e passando por reformas.

Mais informações
Secretaria de Educação de Tauá - Avenida Moacir Pereira Gondim, S/N - Tauazinho
Tauá
Telefone: (88) 3437. 3713

SILVÂNIA CLAUDINOREPÓRTER 

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