Tauá amplia carros-pipas para abastecimento rural

Muitos açudes secaram nas localidades, exigindo roteiros cada vez mais longos para os caminhões-pipa
Tauá. A Operação Pipa neste município foi ampliada em 55%. A frota de carros-pipas utilizada no abastecimento de água das comunidades do município conta agora com 17 veículos a mais, aumentando de 31 para 48 carros-pipa, de acordo com dados da Defesa Civil local. A coordenação da operação fica por conta da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Tauá e 40° Batalhão de Infantaria. A meta é promover o socorro das 25 mil famílias rurais que atualmente dependem do carro-pipa para o abastecimento de água.

No Interior cearense, a dependência pelo pipa é quase que total FOTO: ALEX PIMENTEL

De acordo com o órgão, ontem, 17 novos caminhões foram contratados para se juntarem aos 31 caminhões que diariamente já percorrem centenas de quilômetros levando água para as comunidades da zona rural do município.

O aumento ocorreu em função da redução na reserva hídrica dos mananciais no município. Os açudes que ainda tinham água potável secaram totalmente. A operação estava funcionando suprida pela água dos açudes Conceição, Campinas, Cajazeiras e Barragem do Trici, localizados próximos à sede do município, situação que facilitava o transporte da água para as comunidades rurais diariamente. Os pipas pegavam água nesses locais e transportavam para as comunidades de forma rápida. Cada caminhão leva, em média, 50 carradas mensais.

O sofrimento devido à escassez de água na zona rural a cada dia aumenta em todo o Estado. A cada dia mais comunidades dependem dos carros-pipas. Em Tauá, o coordenador explica que a situação se torna ainda mais difícil devido à extensão territorial do município e ao fim das reservas hídricas - que após dois anos de causticante seca chegam aos seus limites - tornando a vida no sertão um grande desafio.

Segundo a Defesa Civil, esses mananciais chegaram ao fim das suas reservas, secando completamente. Daí, a operação começou a ser suprida por dois reservatórios localizados distantes da sede: Açude Arneiroz II, localizado a 54km de Tauá e Açude Zé do Tó, no distrito de Marruás, a 55km da sede. Com a distância, os 31 carros ficaram insuficientes para manter a operação.

"O quadro se agrava mais ainda porque há no município comunidades muito distantes e carentes com a falta de água. Belém, por exemplo, é localizado a 140km da sede. Enquanto tínhamos água nos reservatórios próximos da sede, os 31 caminhões davam conta de forma eficaz. Agora, que os reservatórios secaram e temos que recorrer aos dois distantes, a situação ficou complicada. Temos uma demanda reprimida de 900 carradas de água, que esperamos equilibrar com esses novos 17 carros-pipa", explica o coordenador local da Defesa Civil, Orlando Barros.

Após a vistoria, realizada desde o último dia 12 e o sorteio dos novos caminhões transportadores de água - método escolhido diante da grande oferta de pretendentes para a operação - os 17 veículos serão contratados e começam a atuar no início da próxima semana.

Porém, o quadro é tão crítico, que Barros admite que o elevado aumento na frota ainda não é o suficiente para a plenitude no atendimento à população necessitada. O ideal seria a contratação de mais 10 carros-pipa para atender de forma plena à necessidade. Barros afirma que já solicitou o novo aumento aos órgãos competentes no Estado e governo federal. "A situação é muito crítica e por mais que nos esforcemos é difícil chegar ao ideal. Mas continuaremos monitorando, prestando o melhor serviço possível à população buscando aumentar a oferta", diz.

Racionamento

Em Crateús, a distância também é grande para os transportadores de água. O abastecimento de água para os 26 carros-pipa que realizam a operação no município está sendo realizado no vizinho município de Novo Oriente, direto da estação da Cagece, cuja água é do Açude Flor do Campo. De acordo com a Defesa Civil de Crateús, mensalmente a frota de veículos da operação aumenta, dada a necessidade e a falta de água crescente nas comunidades rurais.

"Todos os meses aumentamos cerca de dois carros a mais na operação para suprir a necessidade de água das comunidades rurais. Com o racionamento aqui, estamos suprindo a operação com água em Novo Oriente", informa Teobaldo Marques, coordenador da Defesa Civil.

Desde o ano passado, a operação emergencial iniciou no Estado e são empregados recursos na ordem de R$ 1 milhão mensais, atendendo a quase 180 mil famílias, segundo dados da Defesa Civil do Ceará.

Para o coordenador, Coronel Gilberto Tavares há a necessidade de ampliação da operação, ação que está em fase de implantação pela Defesa Civil a fim de garantir o abastecimento de água para a população necessitada no Estado.

Mais informações
Coordenação de Defesa Civil
Rua Solon Medeiros, S/N
Alto Brilhante
Tauá - Inhamuns
Telefone: (88) 3437.2266

SILVANIA CLAUDINOREPÓRTER