segunda-feira, janeiro 20, 2014

Brasil

Mesmo sem o PT, Cabral votará em Dilma, por Ricardo Noblat

O governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) alterna momentos em que ainda acredita no remoto apoio do PT ao vice Luiz Antonio Pezão, candidato à sua vaga, com outros em que não acredita mais.
O PT anunciou que deixará o governo dele no próximo dia 28. Cabral se acha credor de Lula. Duas vezes o apoiou para presidente. No segundo turno da eleição de 2010, Dilma saiu do Rio com larga vantagem sobre José Serra.
Cabral está convencido de que fez uma boa administração ao longo de dois mandatos com destaque para a área da segurança pública. Atribui aos desafetos, Anthony Garotinho à frente, parcela do seu índice de ruim e de péssimo medido pelas pesquisas de opinião.
A campanha deles para enlamear sua imagem foi grande e, de certa forma, bem-sucedida. Cabral deu-se conta disso quando era muito tarde.

Sergio Cabral, governador do Rio de Janeiro

Admite, contrariado, que contribuiu para sua própria desgraça ao usar jatinhos de Eike Batista em viagens de lazer. E quando se deixou fotografar em Paris feliz da vida ao lado do dono da Delta Construções, Fernando Cavendish, o maior fornecedor de serviços ao governo do Rio.
Cavendish - soube-se depois - meteu-se em negócios sujos com o ex-bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Repele, porém, qualquer insinuação de que tenha cometido algum ato desonesto. Não poderia ser diferente.
E compreende que tenha aumentado o grau de exigência dos eleitores. Eles simplesmente não parecem mais dispostos a tolerar qualquer tipo de comportamento dos políticos. Aí Cabral foi relapso.
Nem mesmo isso, imagina, justificaria o rigor com o qual seu governo está sendo avaliado.
Se antes era natural que tivesse um candidato ao governo para chamar de seu, agora considera imprescindível.
Cabral precisa de uma voz para defendê-lo durante a campanha. Pezão não tem carisma, e nem sorri com frequência. Mas foi o administrador da administração Cabral. Viajou mais ao interior do Estado do que a Paris. Esteve presente em todos os momentos bons e ruins do governo.
Pezão está lá embaixo nas pesquisas – não importa. Como disse o deputado Paulo Melo (PMDB), presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro: “Só em filme de Kung Fu meia dúzia vence cem”.
Cabral, o PMDB e a máquina do governo serão os mais ativos cabos eleitorais de Pezão. É razoável que ele obtenha entre 20% e 30% dos votos e que se credencie a disputar o segundo turno. Contra quem? Contra Garotinho - quem sabe?
Assim como o PMDB, em ocasiões especiais, pressiona o presidente da República por mais cargos ameaçando abandoná-lo, Cabral sussurra que ele e sua turma poderão não suar a camisa para reeleger Dilma.
Ou até mesmo apoiar Aécio Neves (PSDB) ou Eduardo Campos (PSB) para derrotá-la caso o PT não marche unido com Pezão.
É blefe. Cabral não é homem de aventuras. E sabe que, vencido no primeiro turno, o PT tenderá a apoiar Pezão no segundo.
Se quiser, Dilma contará com quatro palanques certos no Rio: de Pezão, Garotinho (PR), Marcelo Crivella (PRB) e Lindbergh Farias (PT). Por ora, o ex-prefeito César Maia (DEM) está órfão de candidato a presidente.
O PT só voltaria ao regaço de Cabral se até abril Lindbergh despencasse nas pesquisas. Improvável.
Pela primeira vez em sua história, o PT tem a chance de eleger simultaneamente os governadores de Minas Gerais, Rio e São Paulo.
Acautele-se Dilma se não for reeleita no primeiro turno.
Aí, sim, Cabral e outros nomes do PMDB poderão largá-la. Os políticos, em geral, não gostam dela. Mas a temem.


Sérgio Cabral anuncia que antecipará sua renúncia

Wilson Tosta, Estadão
Depois da decisão do PT, anunciada no sábado, 18, de deixar o governo fluminense em 28 de fevereiro, o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) anunciou neste domingo, 19, que vai antecipar para a mesma data a sua renúncia, inicialmente programada para o fim de março.
Cabral passará o governo para seu vice, Luiz Fernando Pezão (PMDB), candidato à sua sucessão, que, no cargo, ganhará mais visibilidade para cacifar sua candidatura ao Palácio Guanabara. A decisão de antecipar a renúncia foi divulgada pelo jornal carioca "O Globo" e confirmada pela assessoria de imprensa de Cabral.

Foto: Alexandre Auler / O Globo


O fantasma do PTN volta a rondar Eduardo Paes

Thiago Prado, Veja
O depoimento para a Polícia Federal de um secretário do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (foto abaixo), vai reacender a suspeita de caixa dois do PMDB na campanha eleitoral de 2012. Naquele ano, faltando uma semana para a votação, VEJA revelou um vídeo em que o então presidente do PTN no Rio, Jorge Esch, dizia a correligionários que acertara o apoio do partido para a candidatura Paes por 1 milhão de reais - 200 000 reais para a campanha de vereadores e 800 000 reais para ele próprio, num estranho acerto de contas referente ao período em que trabalhou na RioLuz, estrutura municipal responsável pela iluminação pública.
Na ocasião, Paes negou o acordo e disse que o PTN só foi ajudado com material de campanha. Paes foi reeleito sem dificuldade. Mas o mecanismo de apoios de partidos nanicos ao PMDB permaneceu mal explicado.
A história não foi exatamente a contada pelo PMDB, segundo o relato por escrito de Antonio Manoel de Souza, mais conhecido como Tonico, responsável pela Coordenadoria da Criança e do Adolescente, divisão com status de secretaria. Tonico conta, sem precisar a data, que foi ao Comitê Central do PMDB, na Barra da Tijuca, em 2012, para receber recursos de doação para a campanha. “Eu estava lá para receber do meu partido (PSL), lá estava também o (vereador) Jimmy Pereira do PRTB e, neste dia, presenciei que o (vereador) Dr. Gilberto de Oliveira Lima estava lá e entrou na sala para receber os recursos do PTN”, afirmou.



Lewandowski assume presidência do STF na segunda

Erich Decat, Estadão
O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e revisor do processo do mensalão, ministro Ricardo Lewandowski (foto abaixo), assume em regime de plantão a presidência da Corte nesta segunda-feira, 20.
O ministro ocupará o lugar da ministra Cármen Lúcia que estava no posto desde o último dia 7, quando o presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, entrou em férias. Com a volta de Joaquim prevista para o início de fevereiro, ele reassume o comando do Supremo. Ao sair em férias, Joaquim Barbosa deixou de assinar o mandado de prisão do ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP), condenado no processo do mensalão.
Ao assumir o plantão do STF, o ministro Ricardo Lewandowski pode ter, no entanto, um outro entendimento e expedir o mandado de prisão de João Paulo Cunha.



Por ‘rolezinhos’, Rio tem churrasco e funk na rua

Marcelo Gomes e Thaise Constancio, Estadão
Manifestantes que protestavam contra as restrições aos "rolezinhos", passeios em massa de jovens da periferia em centros de compras em São Paulo, levaram o Shopping Leblon e o vizinho Rio Design Center, no Leblon, na zona sul do Rio, a não abrir suas portas no domingo.
Cerca de 50 ativistas, impedidos de entrar no local, promoveram um baile funk com churrasco na rua. A Polícia Militar reforçou o patrulhamento, mas não aconteceram confrontos nem prisões. O único incidente registrado envolveu um repórter da Globo News, hostilizado por ativistas. O profissional saiu escoltado.


Minha Casa Minha Vida sofre com fraude em cadastros

Erich Decat, Estadão
A fraude na lista de beneficiados é o problema mais comum encontrado no Minha Casa Minha Vida, segundo levantamento que leva em conta as investigações abertas pelo Ministério Público Federal sobre o programa habitacional que é bandeira eleitoral da presidente Dilma Rousseff.
Desde o lançamento, em 2009, no governo Luiz Inácio Lula da Silva, os procuradores abriram 224 procedimentos, dos quais 82 são sobre as fraudes de cadastro. O segundo problema mais comum é a corrupção, como o pagamento indevido de vantagens a servidores públicos. Há 26 procedimentos abertos sobre o tema.



Quadrilha que tentou desviar R$ 73 milhões cometeu erros grosseiros

Jaílton de Carvalho, O Globo
O grupo que tentou desviar R$ 73 milhões da Caixa forjando um bilhete de Mega-Sena premiado usou 200 contas para camuflar a origem do dinheiro roubado, segundo levantamento preliminar da polícia. Mas, em alguns momentos, cometeu erros considerados crassos. Dias depois do golpe, um dos suspeitos foi a uma concessionária em Goiânia e comprou nada menos do que seis Corollas e uma caminhonete Hillux de uma única vez. Para a polícia, esta foi, provavelmente, a maior venda desses tipos de carro numa concessionária para um único cliente. Em geral, quem faz compras desse tamanho são empresas.
A polícia se surpreendeu com a simplicidade do golpe. Num mundo marcado pelo domínio da tecnologia, a fraude teria se limitado à abertura de uma conta em nome de um correntista fictício e à liberação do pagamento de R$ 73 milhões por um bilhete premiado também inexistente. A Caixa informou que o gerente-geral da agência da Caixa em Tocantinópolis (TO), Robson Pereira do Nascimento, um dos acusados, autorizou o pagamento do falso prêmio sem a apresentação do bilhete. Nascimento está preso desde o mês passado, quando se tornou um dos principais suspeitos da fraude.


Prefeito de Coari (AM) é acusado de abusar de meninas de 9 a 15 anos

G1
O Fantástico denuncia uma vergonha nacional: um lugar onde meninas de 9 a 15 anos sofrem abusos sexuais por parte de um grupo de pedófilos que seria liderado por um prefeito.
“Eu tinha 9 anos. E a minha mãe cozinhava no barco. Eu ficava lá brincando, enquanto minha mãe estava trabalhando. Ele me estuprou dentro do barco mesmo, entendeu. Eu fiquei muito apavorada, com vergonha, nunca consegui colocar isso para fora. Hoje em dia, ele quer a minha filha”, conta uma vítima.


Inflação alta, dólar e gastos públicos dificultam trabalho do BC

Gabriela Valente, O Globo
O ano virou, mas o Banco Central continua a ter de lidar com os fantasmas de 2013. O comportamento da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, que orienta o sistema de metas de inflação do governo), que no ano passado atingiu 5,91%, acima dos 5,84% de 2012, levou o BC a aumentar os juros, na semana passada, mais que o esperado pelo mercado financeiro, para 10,5%, e deixou no ar que a escalada deve continuar.
Os problemas que rondam o presidente Alexandre Tombini e sua equipe vão além da inflação resistente. As manobras do Ministério da Fazenda para fechar as contas públicas prejudicam a imagem do país. A nota de risco do Brasil pode ser rebaixada por agências internacionais. Cada vez mais, investidores retiram dólares do mercado brasileiro, o que encarece a moeda americana e bate na inflação porque aumenta o preço dos importados. Se o rating brasileiro for rebaixado, essa situação piora.


Na Argentina, 75% consideram situação econômica preocupante

Janaína Figueiredo, O Globo
Os argentinos estão vivendo um mês de janeiro atípico. Longe da relativa tranquilidade dos últimos verões, este ano o país está em estado de alerta por sinais cada vez mais preocupantes de sua economia. Na semana passada, o dólar paralelo, que o governo Cristina Kirchner (foto abaixo) insiste em ignorar, subiu 1,15 peso e fechou em 11,95, a cotação mais alta desde 1991.
A nova equipe econômica, chefiada pelo jovem ministro Axel Kicillof minimiza um problema que economistas locais consideram grave e diretamente relacionado ao principal drama que assola o país: uma inflação que no ano passado, de acordo com as principais empresas de consultoria privadas, alcançou 28,3% e este ano poderia chegar a 40%. Pelo índice oficial, a alta foi de meros 10,9%.



Milhares desafiam proibição judicial e protestam na Ucrânia

O Globo
Milhares de manifestantes e policiais entraram em confronto neste domingo no centro da capital ucraniana, uma semana após a aprovação de uma lei antiprotesto vista como uma tentativa das autoridades de suprimir as manifestações contra o governo. Um grupo de ativistas radicais armados com paus e pedras tentou romper uma barreira policial para se aproximar do edifício do Parlamento ucraniano, que foi isolado por fileiras de agentes e ônibus. Dezenas de pessoas ficaram feridas.
Cerca de 100 mil ucranianos participaram do protesto, desafiando novas leis que visam a erradicação das mobilizações. O encontro, o maior deste ano em um ciclo de protestos pró-Europa na ex-república soviética nos últimos dois meses, foi estimulado pela legislação levada às pressas pelo Parlamento na semana passada e a oposição diz que levará a um estado policial.

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