segunda-feira, janeiro 06, 2014

Brasil

Eduardo Campos - por ora, refém de Marina, por Ricardo Noblat

No final do ano passado, em conversa com um amigo a bordo de um avião que os conduzia ao Rio de Janeiro, Eduardo Campos, governador de Pernambuco e aspirante a candidato à presidência da República pelo PSB, desabafou num momento de irritação:
- Não aguento mais ouvir dos meus interlocutores: ‘A Marina está de acordo?’ Há momentos em que eu, simplesmente, não entendo o que ela fala. Não entendo mesmo.
A tão louvada habilidade política de Eduardo será testada nos próximos meses pelo gênio difícil da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva.
Salvo uma inesperada ou uma repentina e incontornável desavença entre os dois, Marina fará parte da chapa de Eduardo na condição de vice. Mas a que preço?
Mal anunciou sua filiação ao PSB enquanto não registra seu partido, o REDE, Marina se opôs a um acordo quase firmado por Eduardo com setores da área rural do centro-oeste, o que traria para seu lado uma parcela do DEM representada por Ronaldo Caiado (GO), líder do partido na Câmara dos Deputados.

Eduardo Campos. Foto: Guga Matos / Agência O Globo

Bateu duro nos ruralistas, acusando-os de conservadores e de adversários do meio ambiente. Sugeriu que eles não poderiam ter nenhuma afinidade com uma nova via política que se oferece como alternativa ao PT e ao PSDB. Ameaçou saltar fora do barco de Eduardo.
Foi um corre, corre. Caiado enfureceu-se. Eduardo engoliu em seco. Em seguida, Marina levantou a questão das candidaturas aos governos estaduais. Na negociação com Eduardo tentou impor nomes do REDE que a acompanharam na adesão ao PSB.
A questão não foi resolvida. No Paraná, por exemplo, o PSB caminha para apoiar a reeleição do governador Beto Richa (PSDB). Marina é contra. Empenha-se para que o PSB apoie um nome inexpressivo, mas próximo do REDE.
No geral, Marina se comporta como se fosse uma agente do PT infiltrada no PSB, dificultando o mais que pode qualquer aproximação entre o partido e o PSDB. Foi o que faz no caso de São Paulo – e ali ganhou a parada.
O PSB paulista faz parte do governo Geraldo Alckmin, assim como fez dos governos do PSDB que o antecederam. E por sua maioria quer apoiar a reeleição de Alckmin. Em troca poderá emplacar um dos seus nomes como candidato a vice-governador.
Eduardo parecia de acordo. Sonhava em dividir o palanque de Alckmin com Aécio. Aí Marina disse não sob o argumento de que o PSB tem de se diferenciar do PSDB.
Não pode enfrentá-lo na disputa pela presidência da República conciliando com ele logo no principal Estado do país.
No primeiro turno, cada partido deve mostrar seu DNA. No segundo predomina o embate puramente eleitoral, imagina Marina.
Se dependesse dela, o candidato do PSB ao governo de São Paulo seria a deputada Luiza Erundina (PSB). Eduardo aceita a indicação. Foi ele que lançou Erundina como candidata a prefeita de São Paulo na última eleição. Erundina quer se eleger mais uma vez deputada federal.
O PT está grato a Marina. É forte a chance do partido de eleger os governadores de Minas Gerais (Fernando Pimentel) e do Rio de Janeiro (Lindberg Farias). O eventual enfraquecimento de Alckmin fortalece a chance de o PT eleger Alexandre Padilha governador de São Paulo.
Eduardo garante que num segundo turno, o PSB apoiará Alckmin. A se ver.
Tudo vale a pena se a recompensa não for pequena, acha Eduardo. Até suportar Marina – desde que ela o recompense com parte dos votos que atraiu em 2010 quando candidata a presidente. Marina foi a maior de suas conquistas até aqui.


Após folga na Bahia, presidente Dilma Rousseff retorna a Brasília

G1
A presidente da República, Dilma Rousseff, retornou neste domingo (5) a Brasília após passar alguns dias de folga em Salvador (BA), informou a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto. Ela chegou por volta das 19h40 na capital federal e já está no Palácio da Alvorada.
Neste sábado, um de seus últimos dias de recesso, a presidente Dilma foi à praia para um banho de mar. Ela foi vista com a família na praia da Viração, na Ilha dos Frades, em Salvador. Num dia de forte calor em todo o país, a capital baiana registrou 30º C entre a manhã e a tarde deste sábado. Dilma deixou Brasília para o descanso na passagem de ano no último dia 26 de dezembro, acompanhada da mãe, da filha, do genro e do neto.



Escutas mostram que ordem de ataques no Maranhão saiu de presídio

G1
Escutas gravadas com a autorização da Justiça mostram que as ordens para os ataques ocorridos no Maranhão partiram de dentro do complexo penitenciário de Pedrinhas. Segundo reportagem do Fantástico, Hilton John Alves Araújo, detido após os ataques, comandou a ação após o pedido de um preso.
A onda de ataques começou depois que uma operação da Tropa de Choque no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, na sexta-feira (3), buscou diminuir as mortes nas unidades prisionais do Maranhão. Até agora, quatro ônibus foram incendiados e duas delegacias foram alvo de tiros em São Luís.
A polícia fechou as saídas da cidade e mil policias fizeram buscas por toda a capital. Ao todo, 11 pessoas suspeitas foram detidas. Entre elas, Hilton John Alves Araújo que, segundo a polícia, comandou a ação.


RJ: protesto na Mangueira termina com tiros e ônibus queimado

O Globo
Moradores do Morro da Mangueira atearam fogo, na noite deste domingo, num ônibus na Rua Ana Néri, perto de um dos acessos à favela. O ato seria uma represália à operação da PM na comunidade, realizada sábado à noite, na qual um jovem teria sido morto. Às 19h20m, um grupo mandou que o motorista de um coletivo da linha 622 (Saens Peña-Penha) parasse o veículo e que os passageiros descessem. Em seguida, eles atearam fogo. Segundo PMs, ninguém ficou ferido.
Os moradores também atearam fogo em montes de lixo no meio da Rua Visconde de Niterói, a cerca de 300 metros do ônibus incendiado. Os manifestantes atiraram pedras contra veículos que tentavam atravessar a via, que foi interditada em ambos os sentidos e liberada ao tráfego no início da madrugada desta segunda-feira. PMs do Batalhão do Choque fizeram uma operação na favela, que tem uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). A Rua Bartolomeu de Gusmão também foi fechada ao tráfego. Barulhos de tiros puderam ser ouvidos vindos de dentro da comunidade.

Foto: Hudson Pontes / O Globo


Lei que define crimes de racismo completa 25 anos

Paulo Victor Chagas, Agência Brasil
Foi criada há exatos 25 anos a Lei 7.716, que define os crimes resultantes de preconceito racial. A legislação determina a pena de reclusão a quem tenha cometidos atos de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Com a sanção, a lei regulamentou o trecho da Constituição Federal que torna inafiançável e imprescritível o crime de racismo, após dizer que todos são iguais sem discriminação de qualquer natureza.
A lei ficou conhecida como Caó em homenagem ao seu autor, o deputado Carlos Alberto de Oliveira. A partir de 5 de janeiro de 1989, quem impedir o acesso de pessoas devidamente habilitadas para cargos no serviço público ou recusar a contratar trabalhadores em empresas privadas por discriminação deve ficar preso de dois a cinco anos.


Concessões ao setor privado vão gerar R$ 80 bi em investimentos

João VillaverdeLaís Alegretti e Adriana Fernandes, Estadão
O governo federal contratou no ano passado investimentos de R$ 80,3 bilhões pelos próximos 35 anos em concessões de rodovias, aeroportos, terminais portuários de uso privado, blocos de petróleo e gás natural e geração e transmissão de energia elétrica. O balanço, inédito, foi realizado pelo novo secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Pablo Fonseca, e obtido pelo Estado com exclusividade.
Em sua primeira entrevista desde que assumiu o cargo em outubro, Fonseca apresentou o estudo que aponta para aquela que deve ser a principal bandeira eleitoral da presidente Dilma Rousseff em 2014: a reativação dos investimentos privados no Brasil, destravados a partir das concessões de infraestrutura. A expectativa é que a primeira parte dessas despesas com máquinas e equipamentos comece justamente neste ano.


Aumenta entrada de produtos ilegais no país

Martha Beck, O Globo
Contrabandistas estão se aproveitando das dificuldades da Receita Federal na fiscalização das fronteiras para ingressar com mais mercadorias ilegais no país. Os próprios auditores admitem que a redução do número de operações de controle deve resultar num aumento de cerca de 40% no volume de contrabando que ingressou no país em 2013.
Entre esses produtos estão cigarros, equipamentos eletroeletrônicos, roupas, acessórios como óculos e relógios, além de brinquedos e até medicamentos.Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores da Receita Federal (Sindifisco Nacional), Pedro Delarue, a indústria nacional enfrentou no último Natal concorrência desleal de mercadorias de baixa qualidade.

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