domingo, fevereiro 02, 2014

Brasil

Mudar, com pé no chão, por Fernando Henrique Cardoso

As pesquisas eleitorais estão a indicar que os eleitores começam a mostrar cansaço. Fadiga de material. Há doze anos o lulo-petismo impõe um estilo de governar e de se comunicar que, se teve êxito como propaganda, demonstra agora fragilidade.
Toda a comunicação política foi centralizada, criou-se uma rede eficaz de difusão de versões e difamações oficiais pelo país afora, os assessores de comunicação e blogueiros distribuem comunicados e conteúdos a granel (pagos pelos cofres públicos e pelas empresas estatais) e se difundiu o “Brasil Maravilha”, que teria começado em 2002.
Ocorre que a realidade existe e que às vezes se produz o que os psicólogos chamam de “incongruências cognitivas”. Enquanto os efeitos das políticas de distribuição de renda (criadas pelos tucanos) eram novidade e a situação fiscal permitia aumentos salariais sem acarretar consequências negativas na economia, tudo bem. O cântico de louvor da propaganda encontrava eco na percepção da população.
Desde as manifestações de junho passado, que pegaram governo, oposição e sociedade de surpresa, deu para ver que nem tudo ia bem. A insatisfação estava nas ruas, a despeito das melhorias inegáveis do consumo popular e de alguns avanços na área social.
É que a própria dinâmica da mobilidade social e da melhoria de vida, e principalmente o aumento da informação, geram novas disposições anímicas. As pessoas têm novas aspirações e veem criticamente o que antes não percebiam. Começam a desejar melhor qualidade, mais acesso aos bens e serviços e menos desigualdade.
O estopim imediato da reação popular foram os gastos da Copa, o custo do transporte, a ineficiência, a carestia e a eventual corrupção nas obras públicas. Ao lado disso, a péssima qualidade do transporte urbano, da Saúde, da Educação, da segurança, tudo de cambulhada.


Vara de Execuções Penais calcula multa de Dirceu em quase R$ 1 milhão

G1
A Vara de Execuções Penais do Distrito Federal calculou em R$ 971.128,92 a multa que o ex-ministro José Dirceu (foto abaixo) deverá pagar pela condenação no processo do mensalão. Além do pagamento da multa, Dirceu foi condenado a 10 anos e 10 meses de prisão.
Atualmente, ele cumpre pena de 7 anos e 11 meses em regime semiaberto pela condenação por corrupção ativa. No outro crime em que foi condenado, formação de quadrilha, Dirceu ainda aguarda julgamento de recurso.
A assessoria do Tribunal de Justiça do DF, responsável pela Vara de Execuções Penais, informou que Dirceu ainda não foi notificado do valor da multa. A partir da notificação, que ainda não tem data para ocorrer, Dirceu tem 10 dias para fazer o pagamento.





MP denuncia 12 em primeira acusação criminal do cartel em SP

Fernando Gallo Fausto Macedo, Estadão
O Ministério Público Federal denunciou na última sexta-feira, 31, à Justiça doze investigados por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro relativos a um aditivo de contrato firmado em 1998 pela multinacional francesa Alstom com uma companhia de energia do governo de São Paulo.
Entre os denunciados estão dois ex-diretores de estatais paulistas. Segundo a denúncia, o pagamento de propina a funcionários públicos do Estado ocorreu entre 1998 e 2003. O período compreende as gestões de Mário Covas e Geraldo Alckmin, ambos do PSDB.


Os desafios do Judiciário na volta do recesso

Veja
Depois de concluir o mais importante – e interminável – julgamento desde a redemocratização –, que levou políticos e empresários que organizaram o mensalão para a cadeia, o Supremo Tribunal Federal (STF) e se prepara para enfrentar em 2014 temas espinhosos e que poderão ter impacto direto no equilíbrio fiscal dos Estados e da União e no sistema eleitoral do país.
Paralelamente, em ano de eleições majoritárias no Brasil, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), vai se manifestar sobre a liberação de doações de empresas para campanhas e os limites de atuação do Ministério Público na investigação de crimes eleitorais.
Oficialmente, os trabalhos do STF serão retomados no dia 3 de fevereiro. A previsão é que as primeiras horas do Ano Judiciário ainda sejam dedicadas ao mensalão: o presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, assinará a ordem de prisão do deputado João Paulo Cunha (PT-SP).




Trabalhadores perseguidos na ditadura são homenageados em SP

Tatiana Farah, O Globo
Quatrocentos trabalhadores perseguidos pela ditadura e suas famílias receberam uma homenagem neste sábado, em um evento organizado pelas centrais sindicais para marcar os 50 anos do golpe militar.
São metalúrgicos, bancários, químicos, servidores e professores que, durante o regime, foram presos, torturados, cassados em suas funções sindicais ou demitidos.
O ex-sindicalista mais esperado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não compareceu. Horas antes, ele, que teve um câncer de laringe há pouco mais de dois anos, passou por exames de rotina no hospital Sírio Libanês. Boletim do hospital informou que não foram detectados problemas de saúde.


Aumenta número de pessoas refugiadas no Brasil

Eliane Oliveira e Evandro Éboli, O Globo
Até recentemente sem tradição nessa política, o Brasil agora está abrindo suas portas a refugiados do mundo inteiro. O país adotou uma política de acolhimento e está desburocratizando processos de permanência e naturalização de pessoas que saem de seus países à procura de um lugar seguro para viver e trabalhar.
O resultado dessa política humanitária e, ao mesmo tempo, movida por interesses econômicos — há um déficit de 1 milhão de trabalhadores na indústria brasileira —, já pode ser contabilizado.
Em 2013, o número de pedidos de refúgio no Brasil mais que dobrou. Foram de 2.087 em 2012 para 5.200 até 15 de dezembro do ano passado — um aumento de quase 150%.
Dados da Secretaria Nacional de Justiça, vinculada ao Ministério da Justiça, mostram que, de janeiro a 15 de dezembro do ano passado, 651 solicitações foram aprovadas. Deste total, 284 atenderam a refugiados sírios, 106 a cidadãos da República Democrática do Congo e 88 a colombianos.



Refugiados sírios no Brasil Foto: Marcos Alves / O Globo


Crise entre delegados e agentes afeta trabalho da PF

Jaílton de Carvalho, O Globo
Num movimento sem precedente na história da Polícia Federal, agentes, escrivães e papiloscopistas estão se rebelando contra o suposto domínio dos delegados sobre a estrutura da instituição.
Na guerra por cargos, salários e reforma da polícia, agentes estão se recusando abertamente a cumprir ordens de delegado para situações que vão do simples ato de dirigir um carro numa operação a produzir relatórios de inteligência de grandes investigações criminais.
Os atos de resistência contra o que chamam de feudo dos bacharéis vão além dos limites de uma simples rixa de corporações.
Os embates entre os grupos, quase sempre pontuais, mas recorrentes, trincaram os pilares da disciplina em alguns setores e já estão afetando o número e a qualidade das operações de combate à corrupção. O clima é tão pesado que em alguns casos, policiais das categorias litigantes mal trocam cumprimentos.





Dois são presos por compartilhar pornografia infantil na Campus Party

Fabiana Cambricoli, Estadão
Dois homens foram presos na tarde deste sábado, 1º de fevereiro, na Campus Party por compartilhar fotos de pornografia infantil dentro do evento. A feira de tecnologia é realizada no Anhembi, na zona norte de São Paulo.
Segundo a assessoria de imprensa da Campus Party, os suspeitos foram identificados pela organização do evento e encaminhados pela equipe de segurança para a Polícia Civil.


Preso em Oruro participou de invasão de CT do Corinthians

Diogo Coelho, Estadão
Um dos torcedores que participaram da invasão do CT do Corinthians neste sábado esteve seis meses preso em Oruro, na Bolívia, no ano passado, acusado de envolvimento na morte do torcedor boliviano Kevin Espada.
De acordo com a Polícia Militar, Tiago Aurélio dos Santos Ferreira, liberado da prisão um junho passado, foi identificado pelos policiais.


BC vai à Justiça cobrar R$ 39,8 bi em multas de empresas e clubes

Adriana Fernandes e Célia Froufe, Estadão
O Banco Central está à caça de R$ 39,8 bilhões de multas que estão sendo cobradas de bancos e empresas, e que não entraram para os cofres do governo.
O ‘Estado’ teve acesso à lista inédita dos principais alvos dessa operação judicial de recuperação de créditos, que inclui grandes empresas, bancos liquidados ou em funcionamento e times de futebol como Santos, Corinthians, Internacional, Fluminense e Atlético Mineiro.


‘O Brasil tem que redescobrir as reformas’, diz criador do termo Bric

Lucianne Carneiro, O Globo
Economista que criou o termo Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) em 2001, Jim O’Neill afirma que problemas de emergentes são específicos, o Brasil deve observar o México e “redescobrir as reformas”.
— O Brasil usa muito o Estado para garantir o crescimento da economia: o Estado precisa sair do caminho — diz ele, que defende reformas para incentivar o setor privado a investir.
Sobre a turbulência em mercados emergentes nos últimos dias, O’Neill defende que não há crise e os problemas são específicos de alguns países.

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