sábado, fevereiro 08, 2014

Crateús deverá ter clínica para hemodiálise

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Na Câmara Municipal, os debates contaram com setores da sociedade civil
FOTOS: SILVANIA CLAUDINO
Serviço de caráter regional a ser instalado no município foi a principal decisão do debate no Legislativo

Crateús Como resultado da Audiência Pública realizada na noite de quinta-feira, a Câmara Municipal de Crateús criou uma comissão para cobrar agilidade na instalação de uma clínica de hemodiálise no município. O Poder Legislativo, juntamente com a população presente à Audiência, pediu urgência na instalação do serviço na cidade, que irá atender a todos os pacientes da região.
A Comissão é composta por membros do Poder Legislativo de Crateús, Novo Oriente e Poranga, municípios com representantes no encontro. Na próxima segunda-feira, o grupo marcará encontros com a Secretaria de Saúde local, além da Assessoria Jurídica da Prefeitura para obter informações sobre o andamento dos trâmites burocráticos para instalação do serviço de caráter regional.
Segundo a Câmara, Crateús está credenciado para instalar o serviço de saúde desde abril de 2013, com a finalidade de atender os pacientes da região - atualmente em número de 89 - que se deslocam três vezes por semana para Sobral, Canindé ou Fortaleza para fazer hemodiálise. "A Câmara como um todo decidiu debater a problemática tendo em vista o grande número de pacientes que se deslocam da região para a Capital ou centros que oferecem o serviço, como Canindé e Sobral. O sofrimento dessas pessoas é grande e é urgente a implantação da clínica em Crateús para melhorar a qualidade de vida dessas pessoas e de suas famílias", destacou o presidente da Câmara de Crateús, vereador Adriano das Flores.
Na Audiência, muitos pacientes renais e familiares também compareceram e deram depoimentos sobre a difícil realidade que enfrentam com a enfermidade, agravada com a obrigatoriedade de deslocamento.
De Crateús, 32 pacientes renais vão para Canindé três vezes por semana para realizar o tratamento, considerado delicado e doloroso para quem sofre com a enfermidade e quem convive com o doente renal. Muitos já são idosos e, ao longo do tratamento, são acometidos também por outras doenças, como hipertensão, diabetes, entre outras, que debilitam ainda mais o estado de saúde da pessoa. Outros não resistem e falecem.
A viagem é longa, em um ônibus da Secretaria de Saúde, que leva e traz os pacientes. A saída ocorre no horário de meia noite todo domingo, quarta e sexta-feira e chegam a Canindé cedo da manhã. A hemodiálise é feita pela manhã por cerca de quatro horas. Ao término, eles saem para Crateús, onde chegam ao final da tarde da segunda-feira. Descansam na terça e no outro dia começa tudo outra vez.
"A doença é um grande sofrimento. Só sabe quem passa e os nossos familiares. Mas pior ainda é a viagem. O cansaço, a fome, o sono, a sede toma conta da gente e ficamos mais fracos ainda. Nós pedimos que as autoridades agilizem a clínica aqui para a gente suportar melhor e viver melhor", clama o paciente Geraldo Souza, que faz o tratamento há quatro anos.
O empresário do setor de saúde, Wilson Cláudio, apresentou um projeto de instalação do serviço em sua clínica oftalmológica, instituição com atividade na cidade e com amplo espaço para abrigar a nova clínica. Dois médicos nefrologistas, presentes ao encontro, se propõe a implantar o serviço no local, com 32 pontos de diálise e capacidade para atender 200 pacientes da região. O investimento é em torno de R$ 1,5 milhões.
ENQUETE
Como o Sr. avalia o problema?
"A doença é um grande sofrimento, só sabe quem passa e os nossos familiares. Mas pior ainda é a viagem. Nós pedimos que as autoridades agilizem a clínica aqui para a gente suportar melhor e viver melhor"
Geraldo Souza
Paciente renal
"Quando chego em Crateús ainda pego uma Topic até a localidade de Patos e lá uma moto para a minha casa, em Santana, isso já por volta de 7 ou 8 da noite. É urgente uma clínica aqui para socorrer desse sofrimento"
José Ferreira
Paciente renal

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