sexta-feira, fevereiro 28, 2014

Falta pontual de combustível volta a preocupar


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Para não deixar faltar combustível ao consumidor, os postos de Fortaleza buscam trabalhar com estoque máximo, sobretudo no Carnaval
KLEBER A. GONÇALVES
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Na edição do dia 10 de janeiro de 2013, há mais de um ano, o Diário do Nordeste já denunciava as limitações da tancagem no bairro do Mucuripe
Sem espaço adequado para estocagem de gasolina e diesel, navios atrasam a descarga dos combustíveis
A falta de local para armazenagem dos combustíveis que chegam por navio ao Porto do Mucuripe, único local de tancagem do Ceará, está atrasando a chegada de diesel e gasolina aos postos de Fortaleza, cujos donos já temem por uma possível escassez durante o Carnaval. O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado do Ceará (Sindipostos) confirma o atraso, mas diz que o problema é pontual.
Questionado sobre um possível risco durante o período momino, o assessor de economia do Sindipostos, Antônio José Costa, afirma que os empresários convivem diariamente com o problema e alerta que, durante o feriado, os atrasos no abastecimento dos estabelecimentos podem se intensificar.
Tancagem
"Os proprietários estão sempre trabalhando no limite. Enquanto não resolver o problema da falta de espaço (tancagem) no Porto do Mucuripe, os postos vão sempre trabalhar sobre alerta", afirma Guilherme Meireles, proprietário do posto Aliança, no bairro Aldeota.
"Basta o navio atrasar um dia para chegar, já gera confusão, ficamos no limite. Por exemplo, o navio chegou na última terça com um dia de atraso. Se eu não trabalhasse com estoque alto, eu tinha tido problema", afirma Meireles, para quem a normalização do abastecimento não será solucionada tão cedo.
Na avaliação de José Olavo Leal, dono de alguns postos Petrobras no Estado, o problema de escassez é nacional. "O crescimento da demanda e a infraestrutura de logística e estocagem de combustíveis não acompanhou o crescimento do País. Apesar disso, eu nunca fiquei sem estoque. Nesta sexta-feira, eu garanto combustíveis na bomba, mas não posso prever os próximos dias". E acrescenta: "Sempre trabalho com estoque alto e isso gera prejuízos, prendendo meu capital de giro. Ninguém tem capacidade para ficar vários dias sem receber. Essa alternativa é para minimizar a falta".
Dependência externa
Para o assessor econômico do Sindipostos, o motivo dos atrasos, já que o Ceará tem pouca capacidade de armazenagem, está na dependência dos combustíveis, que vêm de outros Estados, como Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Maranhão.
Antônio José ressalta que a solução para o problema seria a construção do parque de tancagem do Porto do Pecém. "Com a limitação do Mucuripe, que teve três terminais desativados nos últimos anos, e o crescimento da demanda de combustíveis, o jeito é esperar a construção do terminal do Pecém", diz.
Licitação atrasada
Segundo a assessoria da Cearáportos, empresa que administra o Porto do Pecém, o processo licitatório para construção de novos tanques ainda não foi iniciado, e a previsão para a construção do novo terminal é para o fim de 2015. Até lá, a solução para que os postos não deixem faltar o combustível na bomba, para o consumidor final, é buscar sempre trabalhar com os estoques cheios.
Problema antigo
Na edição do dia 10 de janeiro de 2013, há um pouco mais de um ano, o Diário do Nordeste já alertava para esse problema. Naquele dia, divulgou a falta de gasolina em várias cidades do interior cearense, a exemplo de Juazeiro do Norte, na região do Cariri, onde alguns estabelecimentos do município ficaram cerca de 48 horas sem o combustível.

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