sábado, março 29, 2014

Brasil

Dilma e sua circunstância, por Ruy Fabiano

Ortega y Gasset cunhou a máxima de que o homem não é um ser isolado: é ele e sua circunstância. E é como tal que tem de ser avaliado. Em política, isso é ainda mais verdadeiro. Nenhum líder fala e age apenas por si. Expressa sua circunstância.
Portanto, a presidente Dilma Rousseff não pode ser avaliada apenas como indivíduo, pessoalmente honesta e empenhada em acertar. Há a sua circunstância – e aí reside sua tragédia.
É ela – sua circunstância – que a obriga a comprometer seu patrimônio moral e pessoal, avalizando transações tenebrosas como a compra da refinaria de Pasadena, ora objeto de CPI, ou fazendo vista grossa aos “malfeitos” de sua caótica base parlamentar.
De um lado, o PT, com suas facções, empenhadas em eternizar-se no poder, fazendo caixa com dinheiro público, aparelhando o Estado. De outro, os aliados fisiológicos, PMDB à frente, indiferentes ao projeto de poder dessas facções, desde que lhes caiba um naco nutritivo do aparelho do Estado.


Dilma, a rigor, não simpatiza, nem é simpatizada por nenhuma dessas alas. É vista no PT como uma arrivista, já que não fez parte de sua gênese, oriunda que é do PDT brizolista. Não fosse o apadrinhamento de Lula e jamais chegaria aonde está. Furou a fila, o que, em política, custa caro, gera inimigos.
Com relação aos fisiológicos, teve sempre grandes dificuldades, pois tal convívio impõe negociações constantes, concessões, o que lhe contraria a índole autoritária de neófita em política. Experiência não se improvisa.
Daí as frequentes tensões com os aliados, que resultaram na recente dissidência do PMDB, liderada pelo líder na Câmara, Eduardo Cunha, personagem pelo qual Dilma nutre particular e notória aversão – que, diga-se, é recíproca.


Ruy Fabiano é jornalista.


CPI da Petrobras, um caminho sem volta, por Gabriel Garcia

Será a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar a Petrobras algo irreversível?
Se depender dos senadores da base aliada da presidente Dilma Rousseff que assinaram o pedido, a resposta é sim. A oposição, claro, tem motivo para comemorar. Apurar irregularidades envolvendo a estatal brasileira, seis meses antes das eleições, tem potencial para desgastar a imagem de Dilma, até então vista como ótima gestora.
Para instalar a CPI, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), precisa ler o requerimento da oposição, o que deve acontecer na próxima terça-feira (1). Até meia-noite desse dia, os parlamentares podem retirar assinatura. Em conversa com o Blog do Noblat, os senadores aliados Sérgio Petecão (PSD-AC), Clésio Andrade (PMDB-MG) e Eduardo Amorim (PSC-SE) avisaram: não há como recuar, ainda que o governo faça concessões.

 
Eduardo Amorim, senador

Confira conversa com Amorim:
O senhor vai retirar a assinatura da CPI?
Não. Foi uma decisão bem pensada e refletida. Meu estado, Sergipe, depende muito da eficiência da Petrobras. Há um mês um desses envolvidos, o Paulo Roberto Costa (que foi preso), anunciou que seria construída uma refinaria aqui. Agora, o sonho virou pesadelo.
Mas o governo vai tentar demovê-lo da ideia...
Minha consciência é meu guia. Garanto que de jeito nenhum vou recuar. Inclusive comuniquei a direção do partido antes de tomar a decisão.
O senhor foi procurado por líderes do governo?
De quarta-feira pra cá, ninguém me procurou. Antes, eu conversei com líderes, mas eles compreenderam minha decisão. Eu acredito que, quem não deve, não precisa temer.
Quais líderes?
Com os líderes do Senado.
O senhor acredita em envolvimento da presidente Dilma?
Eu acho que ela não tem relação com o que está acontecendo. Mas precisamos ouvir vários atores, como ministro de Minas e Energia (Edison Lobão) e a presidente da Petrobras (Graça Foster), além desses personagens que apareceram nas últimas semanas.
Uma CPI não pode prejudicar a Petrobras?
Tenho certeza que, colocando as coisas com transparência, a Petrobras vai sair mais fortalecida. A Petrobras é um orgulho de todos nos brasileiros. Temos obrigação de resgatar esse orgulho desta importante empresa, que perdeu muito valor nos últimos anos.


Berzoini assume pasta de olho em CPI da Petrobras

Tânia Monteiro, Estadão
Antes mesmo de assumir o cargo, o novo ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini  (foto abaixo), já está em campo para cumprir a sua primeira missão: montar uma tropa de choque de governistas absolutamente fiéis ao Planalto para ocupar as cadeiras da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras.
Ao mesmo tempo, Berzoini terá como missão imediata trabalhar para ganhar a questão jurídica da futura CPI: que seu foco possa ser ampliado para que ela possa incluir outras questões, além da Petrobras.




Lula celebra democracia e critica ditadura

Estadão
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou nesta sexta-feira, 28, um vídeo no qual celebra a democracia e critica o regime militar, que “revogou liberdades essenciais, prendeu milhares de militantes políticos e fez com que outros tantos tivessem que sair do País.”
No vídeo, publicado no site do Instituto Lula, o petista destacou que “só em uma democracia o povo pode ir às ruas reivindicar seus direitos, pois democracia não é um pacto de silêncio, é a sociedade em movimento buscando novas conquistas”.



Henrique Alves e comitiva ficam em hotel com diária de US$ 1,7 mil

O Globo
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN, foto abaixo), integra a comitiva deputados que viajam no próximo dia 11 de abril para uma missão oficial na China. Antes de cumprir os eventos oficiais na China, segundo a assessoria fará uma parada técnica em Dubai e Henrique e parte da comitiva irão se hospedar no suntuoso hotel Burj Al Arab, conforme antecipou a coluna Panorama Político de O GLOBO.
Henrique, segundo sua assessoria, optou por se hospedar no hotel cujo layout é famoso por lembrar uma vela e tem 300 metros de altura. A diária das suítes luxuosas é salgada: US$ 1.700,00. Mas a Câmara, diz a assessoria, bancará apenas parte deste valor, já que em viagens internacionais a diária paga pela Casa é de US$ 550 e por isso o restante será completado pelo próprio presidente e os deputados que decidirem acompanhá-lo. 





Protesto ‘Não mereço ser estuprada’ movimenta Facebook

Marina Cohen e Juliana Castro, O Globo
Um protesto virtual batizado como “Eu não mereço ser estuprada” movimentou ontem à noite o Facebook. A manifestação aconteceu um dia depois da divulgação do levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que indicou que 65% dos 3.810 entrevistados concordam, total ou parcialmente, com a ideia de que mulheres que deixam o corpo à mostra merecem ser atacadas. Indignadas com o dado, muitas delas aderiram ao protesto online e postaram fotos seminuas.
Convocada pela manhã, a campanha pedia que mulheres tirassem a roupa, se fotografarem da cintura para cima, com um cartaz que dissesse: “Eu também não mereço ser estuprada”. A princípio, a campanha começaria às 20h, mas, antes do horário, muitas já haviam postado seus registros com o hashtag #EuNãoMereçoSerEstuprada.





Dilma assina decreto que autoriza atuação das Forças Armadas na Maré

Luiza Damé, O Globo
A presidente Dilma Rousseff assinou, nesta sexta-feira, o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), autorizando o deslocamento de tropas das Forças Armadas para atuar no combate ao crime no Complexo da Maré. O decreto será publicado segunda-feira, no Diário Oficial da União.
Na quarta-feira, o Ministério da Defesa anunciou que blindados da Marinha já poderiam ser utilizados para reforçar as ações das forças policiais no Complexo da Maré, mas que ainda não significava que estava começando a ser empregada a Garantia da Lei e da Ordem no local. 



Forte correnteza do Madeira impede que BR-364 seja liberada, em RO

G1
A BR-364, única via de acesso terrestre ao Acre, continua bloqueada no trecho entre os quilômetros 861 e 877, na região da comunidade Palmeiral, a 130 quilômetros de Porto Velho.
Por causa da cheia histórica do Rio Madeira, em Rondônia, as balsas que faziam o transporte de caminhões carregados de mantimentos rumo ao AC, pelo rio, não conseguem operar, devido a forte correnteza das águas, segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit).
O Madeira atingiu a marca de 19,70 metros, mas tem oscilado entre dois e quatro centímetros a cada aferição da Agência Nacional de Águas (ANA). A BR-364 tem seis pontos de alagamento e a lâmina d'água passa de 1,5 metro, sobre o pista, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). 




Passageiros incendeiam parte de um trem do ramal de Belford Roxo

O Globo
Revoltados com um atraso na circulação de trens do ramal de Belford Roxo, passageiros incendiaram parte de uma composição na estação de Pilares, na Zona Norte, na noite desta sexta-feira. Bombeiros foram acionados para controlar o fogo, que atingiu a cabine do maquinistas e um dos vagões do trem.
Os manifestantes foram contidos por policiais militares do Grupamento de Policiamento Ferroviário (GPFer). Não há informações de feridos. Segundo a concessionária que administra o transporte, a circulação no ramal está sendo realizada por apenas uma linha no trecho entre as estações de Triagem e Pavuna/São João de Meriti


Alunos apontam preconceito na USP

Victor Vieira, Estadão
Faixas com frases racistas, machistas e homofóbicas encobriram nesta semana os vitrais e colunas do prédio histórico da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). A intervenção, feita pelo grupo feminista da escola, tinha o objetivo de revelar manifestações preconceituosas que teriam sido ditas pelos próprios professores em aulas da faculdade.
Entre as declarações nos cartazes estão a de que "gay não é confiável", "o assédio sexual é insignificante" e "homem não sabe por que bate, mas mulher sabe por que apanha". Segundo o grupo feminista da faculdade, chamado Dandara, as queixas sobre preconceito nas classes são recorrentes, mas aumentaram nos últimos meses. Nas faixas, não há identificação da autoria das frases.


Brasil e Argentina estudam meios para destravar o comércio bilateral

O Globo
Brasil e Argentina assinaram nesta noite memorando de entendimentos onde assumiram o compromisso de estudar a criação de instrumentos de garantia para destravar o comércio bilateral entre os países.
A informação foi dada há pouco pelo ministro do Desenvolvimento, Mauro Borges, após participar de reunião com delegação argentina na Costa do Sauípe (BA). Borges destacou que esses "instrumentos de hedge" poderão ser públicos ou privados. "Vamos garantir liquidez nas operações comerciais entre os dois países", afirmou o ministro.
Segundo memorando, os governos se comprometeram a analisar a possibilidade de emitir títulos em moeda nacional, com correção cambial, para garantir as operações de financiamento do comércio com prazos iguais ou superiores a 90 dias -- no caso o mercado do país importador não disponha de instrumentos financeiros para mitigar o risco cambial destas operações.

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