quarta-feira, março 26, 2014

Crateús inicia coleta seletiva na rede escolar


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O programa implantado utiliza várias ferramentas educacionais trabalhando com seis frentes: incentivo à Leitura, educomunicação, arte e cultura, educação ambiental, saúde e empreendedorismo
Crateús. Depois de conseguir implantar o sistema de coleta seletiva nos bairros da cidade e iniciar nos distritos rurais, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam) leva o serviço para as escolas municipais. O projeto Leve (Local de Entrega Voluntária Escolar) iniciou em fevereiro com quatro escolas, e com um mês já chega a 20 unidades escolares.
Semanalmente o material (pet e papel) é recolhido nas escolas e devidamente pesado pela Associação responsável pelo trabalho. A unidade escolar recebe um reembolso de 20% do valor de mercado dos produtos, como forma de incentivo pela preservação ambiental.
A iniciativa é fruto de uma parceria com o Instituto Brasil Solidário (IBS), que se soma com o Programa de Coleta Seletiva do município de Crateús, executado desde 2012 pela Semam e Associação de Catadores de Crateús (Recicratiú).
Funcionamento
O Leve funciona com ecopontos para arrecadação de lixo reciclável espalhados pelas escolas participantes do programa. Os catadores passam pelas instituições para coletar materiais, em princípio Pet e papel, todas as semanas.
"Trimestralmente, 20% do valor adquirido (e devidamente pesado) será repassado pela própria cooperativa de catadores Recicratiú, através de bens previamente definidos pela escola e entregue às crianças", explica Márcia Andrade, coordenadora do projeto na região.
Trata-se de uma proposta de inclusão social inovadora. Para o secretário municipal, Wanderley Marques, o trabalho gera impacto direto nas comunidades onde estão situadas as escolas e será estendido para outros municípios da região.
"A nossa meta é chegar a uma estimativa de 30 escolas em Crateús. Isso mobilizaria diretamente mais de 5 mil estudantes para a educação ambiental e gestão adequada dos resíduos sólidos, o que gera um impacto direto nas comunidades e famílias. Esta mesma proposta será multiplicada nos municípios vizinhos como Ipaporanga, Novo Oriente e Independência com previsão de início já em abril deste ano", revela Marques.
Frentes de atuação
De acordo com a Semam, o projeto Leve faz parte do programa Amigos do Planeta na Escola (APE), parceria entre o Instituto com a Casas Bahia e a Palmeirinha Ação Social.
O programa utiliza várias ferramentas educacionais trabalhando com seis frentes: incentivo à Leitura, educomunicação, arte e cultura, educação ambiental, saúde e empreendedorismo.
As múltiplas ações desta iniciativa vão desde a criação de bibliotecas (com doação de acervo, computadores e cursos de gestão), acesso e orientação ao uso da internet, mediação de leitura e atividades lúdico-literárias, na área de incentivo à leitura; até a arborização, construção de hortas, projetos de coleta seletiva e reciclagem e, especialmente, na área ambiental.
São realizadas, ainda, oficinas voltadas à arte-educação incluindo pintura, desenho, gravura, estamparia, assim como montagem de rádio escolar, jornal, oficinas de fotografia, vídeo, blog, formação musical e oficinas de música, sempre com palestras e workshops completos, além de atendimentos médicos e odontológicos.
O Instituto Brasil Solidário (IBS) atua em escolas do município de Crateús desde 2002, quando projetos educacionais, como seminários de abrangência municipal e oficinas de meio ambiente, saúde, comunicação e artes, foram implementadas pelos profissionais do Instituto.
Diversidade
Depois foi criada a Secretaria de Meio Ambiente, que apostou no aprofundamento dos trabalhos de sustentabilidade, como coleta seletiva, horta e centro de triagem de materiais recicláveis.
Implantou o Programa de Coleta Seletiva em 2012 e ano passado o município de Crateús ganhou o reconhecimento nacional, ao receber o Prêmio Pró-Catador, junto com mais três municípios brasileiros. Essa ligação forte do Amigos do Planeta na Escola (APE)com o município facilitou muito o trabalho.
Há dez anos atua junto às escolas municipais, com ações ambientais e culturais. Mais de 15 mil pessoas, entre alunos, educadores e comunidade, já foram beneficiadas pela entidade em Crateús. Conforme a Semam, a proposta deverá ser ampliada.
Prevê ainda que ônibus escolares façam a "logística reversa" dos materiais coletados, principalmente em distritos do interior e da zona rural, aonde mesmo a coleta de lixo convencional não chega.
Silvânia Claudino
Repórter

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