sexta-feira, abril 04, 2014

Brasil

Ex-diretor da Petrobras teria conta conjunta com doleiro

Globo
A Polícia Federal (PF) descobriu indícios de que as relações entre o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Yousseff vão além do suposto pagamento de propina.
Novos documentos, em análise na PF, indicam ampla parceria financeira entre os dois, inclusive com contas conjuntas e tentáculos no exterior. Planilha apreendida pela PF faz referência a pagamentos feitos por empresas do doleiro a Costa, entre julho de 2011 e julho de 2012, período em que estava na diretoria da Petrobras.

Fora do compasso, por Merval Pereira

Merval Pereira, O Globo
Curiosamente, a presidente Dilma tem feito tudo certo com relação à compra da usina de Pasadena pela Petrobras, mas com oito anos de atraso. Mandou demitir o diretor a quem atribuiu um relatório falho que induziu o conselho que presidia ao erro e, diante da afirmação de seu advogado de que recebera os documentos completos sobre as compra com 15 dias de antecedência, negou peremptoriamente a versão.
Parece ter razão, pois o advogado, que aparentava ter informações para encostar a presidente na parede, na verdade, estava sendo apenas leviano.
A fama de centralizadora de Dilma não se justifica nesse episódio, pois ela deixou que circulasse a versão oficial da Petrobras de que a compra de Pasadena fora um bom negócio durante vários anos, quando já estava convencida, pelo menos desde 2008, de que o conselho fora ludibriado por um relatório falho por incompleto.
O mais estranho, no entanto, é que permita que autoridades sob seu comando continuem divulgando a versão de que nada houve de errado na compra da refinaria, mesmo depois que ela, de próprio punho, admitiu que fora um mau negócio que nem deveria ter sido autorizado.
Ninguém menos que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse recentemente que o negócio de Pasadena não teve problema. Nesse caso, o governo está atingindo o auge de sua incompetência, desmentindo a própria presidente para defender os membros da corporação responsáveis pelo mau negócio. E evitando que uma CPI do Congresso investigue o assunto seriamente, coisa que os órgãos de fiscalização governamentais não poderão fazer por constrangimentos próprios do corporativismo.


Tragédias e farsas, por Sandro Vaia

Prometo que não vou citar o Marx do 18 Brumário e dizer que a História se repete a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa. Embora a tentação seja grande, muitos já o fizeram, e a obviedade pode ser cansativa, às vezes.
Relendo “João Goulart, uma biografia”, do professor e pesquisador Jorge Ferreira, um livro denso e fartamente documentado sobre a vida do ex-presidente deposto em março de 1964 por um golpe militar, as pessoas que regem suas crenças pelo facilitário do maniqueísmo — e acreditam que a vida não passa de uma luta entre o bem e o mal — encontrarão motivos para abrir preocupantes fendas em sua muralha de convicções inabaláveis.
Jango era um líder revolucionário determinado a quebrar os padrões clássicos de dominação com ousadia e arrojo político ou um líder reformista vacilante que não foi capaz de conciliar os interesses de quem o empurrava para a aventura e quem queria manter o status quo a qualquer custo, sem ceder um anel, quanto mais os dedos?

 
João Goulart (Jango)

Pois é possível ser uma síntese das duas coisas, como o livro prova com exemplos exaustivos, assim como é impossível negar que ele foi retirado do poder ilegalmente por um clássico golpe militar, um quartelazo à latino-americana.
O truque semântico de chamar o golpe de contragolpe preventivo que evitou a instalação de uma ditadura comunista sofre do paradoxo insanável de sugerir que o antídoto contra a implantação de uma ditadura seja a instalação de outra ditadura.
Fazer apostas sobre qual seria a pior alternativa é um jogo que padece de lógica, porque uma delas se materializou e não há como comparar os estragos que fez aos estragos hipotéticos que a outra faria. Um jogo inútil de soma zero.
As circunstâncias históricas detalhadas à exaustão no livro de Ferreira são irrepetíveis.Não há nenhuma semelhança entre a moldura histórica da época e a que enquadra hoje as críticas que se fazem ao tipo de governo — ou desgoverno — que o PT exerce, e sua assombrosa sede de perpetuação no poder. São situações, conjunturas e ambientes históricos diferentes. Por isso, repetir 50 anos depois a marcha da família soa como uma patética tentativa de repetir o voo do Hindenburg na era dos jatos que quebram a barreira do som.
O senso histórico de realidade falta a quem ignora a simbologia profunda da queda do Muro — que alguns preferem ler apenas como um acidente de engenharia civil — e a quem insiste em chamar os militares para cumprir uma missão que não é deles, para a qual não estão e nunca estiveram preparados, e ignora que o chamado à força e a intervenção é a sentença de morte para uma democracia nascente.
O que o livro de Ferreira conclui é que o que se enterrou em 1964, por culpa dos dois lados, foi a experiência liberal-democrática inaugurada com a Constituição de 1946. Repetir o erro seria mais do que uma farsa, uma irreparável tragédia.

Sandro Vaia é jornalista. Foi repórter, redator e editor do Jornal da Tarde, diretor de Redação da revista Afinal, diretor de Informação da Agência Estado e diretor de Redação de “O Estado de S.Paulo”. É autor do livro “A Ilha Roubada”, (editora Barcarolla) sobre a blogueira cubana Yoani Sanchez e "Armênio Guedes, Sereno Guerreito da Liberdade"(editora Barcarolla). E.mail: svaia@uol.com.br


Governo impõe CPI própria e monta estratégia para blindar Petrobrás

Estadão
A base aliada da presidente Dilma Rousseff protocolou nesta quinta-feira, 3, no Congresso Nacional mais um pedido de instalação de uma CPI Mista que investigue, além de irregularidades na Petrobrás, episódios ligados aos partidos dos principais adversários na sucessão presidencial, o senador Aécio Neves (MG) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).
A expectativa dos governistas é que só essa comissão seja instalada, a partir de uma estratégia que tem como protagonistas o Palácio do Planalto, o PT e o PMDB.


Campos deixa governo após maratona

Isadora Peron e Ângela Lacerda, Estadão
O pré-candidato à Presidência da República Eduardo Campos (PSB) deixa o governo de Pernambuco nesta sexta-feira, 4, após cumprir uma maratona de inaugurações e visitas a obras no último mês. Foram mais de 70 eventos nesse período.
Nesta quinta, Campos participou da inauguração de alas de três hospitais no Recife. Em duas dessas unidades, no entanto, o pleno funcionamento dos serviços só vai acontecer daqui a 15 dias.


Ministério Público do DF protocola ação contra Dirceu

Mariângela Rodrigues, Estadão
O Ministério Público do Distrito Federal protocolou nesta quinta-feira, 3, uma ação cautelar no Supremo Tribunal Federal (STF) que envolve quebra de sigilo telefônico contra o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Condenado por envolvimento com o esquema do mensalão e cumprindo pena desde novembro, o ex-ministro é suspeito de ter usado um telefone celular no complexo penitenciário da Papuda.


SP deveria adotar medida restritiva contra falta de água, diz agência

G1
O diretor-presidente da Agência Nacional de Águas, Vicente Andreu Guillo, disse que São Paulo deveria adotar medidas restritivas para prevenir a falta de água. Embora não tenha usado a palavra racionamento, Guillo alertou sobre a possibilidade de o volume morto do Sistema Cantareira secar antes da próxima temporada de chuvas.
Ele também defendeu que São Paulo e o Rio de Janeiro cheguem a uma solução negociada sobre a ligação entre o Sistema Cantareira e o Rio Paraíba do Sul.


Universitária é chamada de macaca, preta e safada

Sandro Villar, Estadão
A estudante Thais Evandra de Carvalho Telles dos Santos, de 26 anos, registrou um boletim de ocorrência por injúria após ter sido vítima de racismo. Nesta quinta-feira, 4, ao entrar no banheiro feminino da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Presidente Prudente (SP), onde estuda, encontrou a mensagem: "Thais Telles, preta, safada, macaca".
Colegas da universitária repudiaram o insulto e protestaram com batucada, exibindo faixas com frases contra o racismo. "Por uma Unesp livre do racismo" e "com quanto racismo e machismo se faz uma Geografia cinco estrelas", diziam as mensagens dos estudantes que, como Thais, cursam Geografia. Com a manifestação, aulas do curso foram paralisadas.


No Piauí, maternidade amontoa bebês em leitos

Éfrem Ribeiro, O Globo
Uma ex-servidora não identificada da Maternidade Dona Evangelina Rosa, em Teresina, flagrou nesta quinta-feira a superlotação do hospital municipal ao registrar, em foto, quatro bebês — alguns saudáveis, outros nem tanto — amontoados num leito.
As fotos foram enviadas à imprensa com a seguinte mensagem: “Muitas crianças sadias são mantidas por até três dias no mesmo berço com outras que têm patologias, correndo risco de infecção ou até mesmo de morte. A sala RN (de recém-nascidos) fica superlotada de bebês sadios esperando vaga no berçário, e aqueles com patologia aguardam para serem levados à UTI, que tem apenas 20 vagas”. 


A partir de 2015, conta de luz terá novo encargo

Mônica Tavares e Geralda Doca, O Globo
A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta quinta-feira as regras para aportes e empréstimos às distribuidoras de energia e criou um novo encargo chamado de Conta de Desenvolvimento Econômico (CDE).
O repasse desses custos para a conta de luz dos consumidores será feito no prazo de dois anos, a partir de fevereiro de 2015. O reajuste decorrente dos empréstimos é estimado por técnicos do setor elétrico em 10% .


Programa de fidelidade pode encarecer passagem aérea em até 50%

Cristiane Bonfanti, O Globo
Os programas de fidelidade do mercado brasileiro, em especial os de companhias aéreas, estão na mira do governo federal.
Estudo do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) apresentado nesta quinta-feira a representantes do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, com diagnóstico sobre o mercado de programas de fidelidade, aponta relação direta entre os programas e a elevação dos preços das passagens aéreas entre 5% e 15%, mas que em situações excepcionais, relacionadas à mudança de nível ou status do consumidor no programa, pode chegar a 50%.

0 comentários:

Postar um comentário