segunda-feira, julho 21, 2014

Brasil

COMENTÁRIO

'Me acode, Lula!', por Ricardo Noblat

Quem disse indignado na semana passada: “A política está apodrecida no Brasil”?
E quem disse: “É preciso acabar com partidos laranjas, de aluguel, que utilizam seu tempo [de propaganda eleitoral no rádio e na TV] para fazer negócio"?
Por último, quem disse que deveriam “ser consideradas crime inafiançável doações de empresas privadas para partidos”?
Está de pé? Melhor sentar. Foi Lula quem disse. Acredite!
Estou de acordo: não é de hoje que Lula diz o contrário do que faz. Ou afirma algo que nega amanhã. Ou simplesmente reescreve fatos conhecidos.
Procede assim porque acha que a política é para ser feita assim. Aprendeu de tanto observar os costumes alheios quando era líder sindical ou político novato.
Aprendeu, também, depois de perder três eleições presidenciais seguidas.
Agora, chega! – concluiu em 1998 ao ser derrotado pela segunda vez por Fernando Henrique. Deve ser por isso que sempre o trata mal. Parece esquecido de que foi cabo eleitoral dele.
Adiante.
Lula mandou chamar à sua presença o presidente do PT, à época José Dirceu. E ordenou-lhe que jogasse as regras do jogo para elegê-lo. Não estava mais disposto a bancar o bobo.
A semente do escândalo do mensalão caiu em terra fértil quando Lula, na companhia de José Alencar, seu futuro vice, assistiu à compra por pouco mais de R$ 6 milhões do apoio do PL do então deputado Valdemar Costa Neto. 
O negócio foi fechado em um apartamento de Brasília. Lula e Alencar ficaram no terraço. Dirceu, Delúbio Soares, tesoureiro do PT, e Valdemar, se trancaram num quarto.
O efeito devastador sobre o governo do escândalo do mensalão obrigou Lula a convocar uma cadeia nacional de rádio e de televisão para pedir desculpas aos brasileiros.

Dilma e Lula - Foto: Sebastião Moreira / EFE

Uma vez terminado o julgamento do mensalão, disse que ele jamais existiu. E acusou o Supremo Tribunal Federal, cuja maioria dos ministros foi nomeada por ele, de ter se curvado à pressão da mídia.
Incoerência? Que nada. Esperteza!
Em 2005, Severino Cavalcanti (PP-PE), presidente da Câmara dos Deputados, renunciou ao cargo e ao mandato para escapar de ser cassado. Recebera um mensalinho pago pelo dono de um restaurante.
Lula saiu em defesa dele três anos depois. Afirmou que o respeitava muito. E culpou parte da “elite paulista” pela queda de Severino. Ainda não existia a “elite branca” capaz de vaiar Dilma.
A um amigo, em conversa recente, Lula referiu-se a Dilma como “aquela mulher”. Lamentou não ter combinado abertamente com ela que a substituiria já este ano como candidato a presidente.
Dilma conta a história de que consultou Lula sobre seu desejo de voltar ao poder. E diz que ele negou o desejo. 
Antes de se lançar candidato do PSB à vaga de Dilma, Eduardo Campos ouviu de Lula que não disputaria a eleição.
O “Volta, Lula!” esfriou. O “Me acode, Lula!” só faz esquentar. Para tristeza de Dilma.
Ela imaginou que chegaria às vésperas da eleição deste ano menos dependente de Lula. Mas não. Em primeiro lugar, depende de Lula para se reeleger. Em segundo, do engenho e arte do seu marqueteiro.
O tempo de propaganda eleitoral de Dilma será três vezes maior que o de Aécio e cinco vezes maior que o de Eduardo. Por que?
Porque Lula costurou uma aliança de 10 partidos, a maioria de aluguel, que doou a Dilma seu tempo de propaganda em troca de dinheiro e de cargos no governo.
Se tudo der certo, Lula promete acabar com os meios reprováveis que teriam ajudado Dilma a se reeleger.
Você acredita?


POLÍTICA

Aécio nega que governo tenha financiado aeroporto em fazenda

Madson Vagner, O Globo
Candidato do PSDB à Presidência da República, o senador Aécio Neves (MG) negou neste domingo que sua gestão no governo de Minas Gerais tenha patrocinado a construção de um aeroporto dentro da fazenda de um parente seu, conforme denúncia publicada no jornal "Folha de S. Paulo" neste domingo. De acordo com a reportagem, foram gastos quase R$ 14 milhões na obra, que teria sido concluída em outubro de 2010 e seria administrada por familiares de Aécio.
"Tudo foi feito com a mais absoluta transparência e correção. Aliás, como sempre faço", disse Aécio durante agenda de campanha na região do Cariri cearense, a cerca de 560 km da capital Fortaleza.



Aécio Neves durante discurso em Queimados, na Baixada Fluminense, na última sexta-feira. Foto: O Globo


POLÍTICA

Um quarto dos conselheiros de tribunais de conta responde a processo

O Globo
Os Tribunais de Contas dos Estados (TCEs) são responsáveis por examinar os gastos dos agentes públicos, apontar irregularidades e superfaturamentos em obras e serviços, e tentar evitar que recursos governamentais sejam desperdiçados.
Com o advento da Lei da Ficha Limpa, esses órgãos passaram a ter uma responsabilidade ainda maior, uma vez que lhes compete encaminhar aos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) a relação de administradores que tiveram as contas com parecer negativo — o que pode impedi-los de se candidatar a cargos eletivos. Mas toda essa austeridade para o público externo nem sempre se verifica entre os próprios conselheiros.


POLÍTICA

Brechas na Lei da Ficha Limpa podem favorecer maus políticos

Laryssa Borges e Marcela Mattos, Veja
Criada em 2010 para promover uma depuração ética na lista de políticos que pleiteiam disputar cargos eletivos, a Lei da Ficha Limpa enfrentará seu mais duro teste em outubro e poderá banir das urnas políticos que, a partir de seus currais eleitorais, se perpetuavam impunes na administração pública. Pela primeira vez, a lei será aplicada a deputados, senadores, governadores e candidatos à Presidência da República.
Ainda que a lei esteja plenamente em vigor, o Ministério Público Eleitoral, responsável por contestar pelo menos 360 candidaturas – número que vai aumentar nas próximas semanas – com base na nova legislação de inelegibilidades até agora, prevê que políticos e advogados devem utilizar as mais diversas artimanhas para explorar brechas na Lei da Ficha Limpa e se apresentar normalmente como opção ao eleitor.



Justiça analisará ao menos 360 candidaturas com pedidos de impugnação. Foto: Veja


GERAL

Madrasta de Bernardo planejou morte do menino

O Globo
O depoimento da assistente social Edevâlnia Wirganovicz e da enfermeira Graciele Ugulini, envolvidas no caso do assassinato de Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, foi divulgado neste domingo pela Polícia Civil ao G1 e ao Fantástico. Edevâlnia é amiga de Graciele, madrasta de Bernardo, e as duas são acusadas de premeditar o assassinato do garoto.
O vídeo foi gravado em abril deste ano, mas divulgado somente neste domingo. Durante o interrogatório realizado na Delegacia de Três Passos, a assistente social admitiu ter ajudado a amiga na execução e planejamento do assassinato. No depoimento de Graciele, no entanto, ela admite o crime, mas nega que tenha sido premeditado.



Madrasta em depoimento para a Polícia Civil, em abril deste ano: ela disse não ter tido a intenção de matar o enteado. Foto: Reprodução / TV Globo


GERAL

Justiça nega habeas corpus a 23 ativistas e 18 deles estão foragidos

G1
O plantão judiciário do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) negou, neste domingo (20), habeas corpus a 23 ativistas que são acusados pelo Ministério Público de planejar ações violentas em protestos — tendo, inclusive, a intenção de incendiar a Câmara do Rio. A informação foi veiculada pelo Fantástico.
Dos 23, 18 manifestantes estão foragidos. Entre os cinco presos, estão a ativista Elisa Quadros, a Sininho, e a dupla que teria provocado a morte do repórter cinematográfico Santiago Andrade em uma manifestação em fevereiro: Fábio Raposo e Caio Silva.


GERAL

Dunga volta ao comando da seleção brasileira

Pedro Mota Gueiros, O Globo
Há exatos 100 anos, a seleção brasileira tinha tudo pela frente ao iniciar sua trajetória com vitória por 2 a 0 sobre os ingleses do Exeter City. Na terça-feira, no primeiro dia do seu segundo século, só resta o passado como estímulo e ameaça para o futebol pentacampeão do mundo manter sua hegemonia. Depois de o Brasil sair da Copa humilhado como o anfitrião que cai com a cara no bolo, o chamado à lucidez não resistiu à tendência de negar a realidade.
No momento em que o esporte nacional necessita de uma internação para recuperar a identidade e o prestígio de outrora, a CBF contratou um ex-empresário de jogador, Gilmar Rinaldi, para coordenar a reestruturação, e anunciará a volta do técnico Dunga, símbolo maior do futebol de resultados e da combatividade, dentro e fora do campo.


Dunga na final da Copa do Mundo, no Maracanã. Foto: Nelson Almeida / AFP


GERAL

Um passinho, muitas caretas e seis milhões de cliques

Afonso Benites, El País
Uma coreografia que intercala passos frenéticos com imitações de robôs em câmera lenta mudou radicalmente a vida de dois adolescentes da periferia da zona leste de São Paulo. Em menos de dois meses, esses dois jovens passaram de estudantes a celebridades da Internet com o Passinho do Romano, uma dança ao som de funk que dificilmente é repetida da mesma forma.
O vídeo que um deles postou no YouTube já teve mais de 6,8 milhões de visualizações. Antes de terem centenas de fãs Pedro Felipe de Jesus Dias, de 18 anos, e Higor dos Santos, 14, sonhavam ser jogadores de futebol. Agora, com nomes novos, ambos pensam em investir na carreira artística.



O funkeiro Fezinho Patatty, em sua casa em São Paulo. Foto: Bosco Martín / El País


ECONOMIA

Ações de telecom sofrem com incertezas na Oi

Rennan Setti, O Globo
As últimas notícias do setor de telefonia provam que os consumidores que sofrem com a qualidade do sinal não estão sozinhos. Acionistas das operadoras têm passado por meses de provação, com intensa volatilidade dos papéis, crises de governança, rebaixamento por agências de classificação de risco e incertezas sobre o futuro das empresas — elementos fartos no enredo mais recente, o imbróglio entre Oi e Portugal Telecom.
Na opinião de analistas, o ideal é que os investidores se mantenham distantes do setor, uma vez que a perspectiva daqui para a frente também é negativa.



Roberto Indech, analista da Rico: “Em momentos de incerteza, o melhor a fazer é ficar fora do setor”. Foto: Marcos Alves /  O Globo

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