segunda-feira, julho 07, 2014

Brasil

COMENTÁRIO

Deixem só a Copa passar, por Ricardo Noblat

Aconselha-se aos eleitores mais exigentes, aqueles que cobram dos políticos coerência, fidelidade partidária e respeito a princípios elevados, que abdiquem temporariamente dos seus desejos para não cair na tentação de anular o voto.
Nada a ver com a eleição de outubro próximo. Mas sabe como é...
Curto e grosso: avança a degradação do exercício da política entre nós. E a vontade que dá... Esqueçam!
Até outro dia, Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, queria José Serra de vice de Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente da República, e Gilberto Kassab (PSD), ex-prefeito de São Paulo, como candidato ao Senado em sua chapa.
Aécio preferia Serra como candidato ao Senado – afinal, dividir o poder com ele, caso se eleja, jamais; e Kassab como candidato a vice de Alckmin. Era o que Kassab também queria.
Candidata à reeleição, Dilma não queria que Kassab apoiasse Alckmin. Se não pudesse apoiar Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo de São Paulo, que apoiasse então Paulo Skaf, também candidato ao governo de São Paulo pelo PMDB.
Logo quem... Skaf, ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, que se nega a apoiar Dilma abertamente, mas que à sombra... Pois é.
Este ano, Padilha é o poste preferencial de Lula. Que vem de recentes sucessos ao eleger dois outros postes: Dilma em 2010 para sucedê-lo, e Haddad em 2012 para prefeito de São Paulo.
Dilma depende de Lula para ganhar um segundo mandato. Sozinha, não ganharia. Haddad vai mal. Sua aprovação é baixa. Quanto a Padilha, está quase só. Foi abandonado por Maluf. Poucos acreditam que Lula possa iluminá-lo.


Sim, faltou dizer o que aconteceu com Kassab. Depois de ouvir Serra lhe garantir que não disputaria o Senado, anunciou sua candidatura ao Senado – mas não na chapa de Alckmin como queria Alckmin. Na verdade, na chapa de Skaf.
Por último, Serra arrependeu-se do que dissera a Kassab e se lançou candidato ao Senado. Constrangido, Kassab enfrentará Serra, de quem já foi vice como prefeito de São Paulo.
Espera aí: sobrou a vaga de vice de Alckmin? Sobrou não. Foi preenchida por um deputado do PSB, partido de Eduardo Campos, candidato a presidente da República.
Embora apoie Aécio, Alckmin dará uma força a Campos em troca da força que o PSB lhe dá. Talvez arranje empresários que ajudem Campos a pagar despesas de campanha. E poderá recepcioná-lo em seu palanque. Para desgosto de Aécio, é claro.
Para desgosto de Dilma, que sem um candidato forte ao governo de São Paulo se enfraquece no maior colégio eleitoral do país, o PT do Rio fechou um acordo com Campos.
O ex-jogador e deputado federal Romário, do PSB, será candidato ao Senado na chapa de Lindinho. Quero dizer: do senador Lindberg Farias, candidato do PT ao governo. Lindberg apoia Dilma. Mas Campos estará no palanque dele.
Tem nada não. Há uma inflação de palanques para Dilma no Rio. Fora o de Lindberg, ela dividirá com Aécio o palanque de Pezão, atual governador do Estado pelo PMDB, adepto da política “muito dinâmica”. Tanto que no último fim de semana ele substituiu seu vice do PDT por um vice do PP.
Pezão compreende que Dilma frequente mais dois palanques de adversários seus: Marcelo Crivella (PRB) e Anthony Garotinho (PR).
A seis dias do final da Copa das copas só nos resta torcer pelo hexa. Fica o convite para em seguida acertarmos as contas com os que degeneram a política. Porque fora dela, de fato, não há salvação.


POLÍTICA

Dilma garante a metade do horário eleitoral com alianças controversas

Pedro Marcondes de Moura, El País
A presidenta Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT), venceu a primeira batalha da eleição deste ano. A petista amealhou o maior tempo no programa eleitoral gratuito por meio de acordos (às vezes, em troca de ministérios ou cargos) com outras legendas.
É uma prática que o sistema político brasileiro permite graças à proliferação de partidos, que já nascem com um tempo de exposição garantido no horário gratuito para usarem ou negociarem em alianças. Com nove legendas em torno de sua aliança, Dilma garantiu cerca de onze minutos e meio a cada bloco de 25 minutos do horário eleitoral.



Dilma e o PT se aliaram a oito siglas. Foto: EFE


POLÍTICA

Depois de escândalo, Arruda diz esperar ‘o julgamento das urnas’

Evandro Éboli, O Globo
Na sua primeira disputa eleitoral desde o escândalo do vídeo com as imagens na qual aparece recebendo R$ 50 mil das mãos do ex-auxiliar Durval Barbosa, divulgado em 2009, o ex-governador José Roberto Arruda — ex-DEM e agora no PR — voltou às ruas do Distrito Federal, em campanha para governador.
Ele ficou dois meses preso na carceragem da Polícia Federal e foi afastado do governo do Distrito Federal em 2010, no chamado mensalão do DEM. Com o discurso pronto de que tudo não passou de um jogo sujo e um golpe do PT contra ele, Arruda diz não temer a volta dessas imagens, que diz terem sido editadas, na propaganda eleitoral.



Arruda, em cidade satélite de Brasília. Foto: Jorge William


POLÍTICA

Luiz Estevão retorna à política e dá cartas no PR

Jailton de Carvalho, O Globo
Sem qualquer embaraço, o ex-senador Luiz Estevão passou a dar as cartas numa coligação que reúne expressivo número de políticos marcados por denúncias de corrupção — a do candidato ao governo do Distrito Federal pelo PR, José Roberto Arruda.
Quase uma década depois de condenado a 31 anos de prisão, o ex-senador Luiz Estevão está solto, dirige um time de futebol, conduz negócios milionários e voltou a se transformar num dos mais influentes políticos nas eleições da capital este ano.



Ex-senador Luiz Estevão. Foto: Ueslei Marcelino / O Globo


POLÍTICA

Silvio Meira: Maturidade das redes sociais na eleição é uma incógnita

João Valadares, Correio Braziliense
Pesquisador da área de engenharia de software e tecnologia da informação, o cientista-chefe do Centro de Estudos Avançados do Recife (C.E.S.A.R), Silvio Meira, analisa como as redes sociais estão sendo utilizadas nas campanhas políticas.
Na entrevista por telefone, manda um recado para todos os candidatos que tentam potencializar o desempenho nas urnas por meio da presença social na internet. "Todo mundo ainda tem muita coisa a aprender.


ESPORTES

Financial Times: Copa do Brasil é a melhor dos últimos tempos

O Globo
A Copa do Mundo do Brasil é a melhor dos últimos tempos. E o país-sede e os brasileiros têm parcela significativa de crédito pelo sucesso do Mundial. A atual edição do evento teria se notabilizado, inclusive, como “uma Copa do Mundo onde não há medo”. Esta foi a avaliação feita pelo Financial Times em coluna publicada ontem no jornal inglês.
O texto entitulado de “Por que o Brasil já ganhou”, assinado por Simon Kuper, tece elogios ao Brasil e ao povo, a ponto de o jornalista parafrasear declaração do treinador nigeriado Stephen Keshi após a eliminação da equipe, dizendo que "até agora foi tudo maravilhoso", e que, por isso, teria-se a tarefa de "determinar exatamente por que, para que possamos engarrafar o sentimento brasileiro e reutilizá-lo na Rússia em 2018 e no Qatar em 2022".



Texto “Por que o Brasil já ganhou” foi publicado ontem. Foto: Reprodução


ESPORTES

A periferia na televisão brasileira, entre a festa e a violência

Maria Eduarda da Mota Rocha, El País
A imprensa internacional já se deu conta da discrepância entre a composição racial brasileira e os rostos que vemos pela TV nas arquibancadas dos estádios, durante os jogos da Copa. A julgar por essas imagens, os desavisados poderiam até pensar que o Brasil é um país de brancos. Na verdade, a quase ausência de negros e mestiços nas arquibancadas dos estádios reproduz um fenômeno muito antigo: a invisibilidade dos pobres na televisão brasileira.
Até a década de 1970, a TV se voltava a um público quase exclusivamente composto pelas elites e classes médias altas. As tramas e ambientes da telenovela, por exemplo, tinham uma clara função pedagógica: dizer como deviam se comportar e consumir os membros daquelas classes, tanto os mais antigos quanto aqueles que ascendiam socialmente aproveitando-se dos postos de trabalho e oportunidades de negócio abertos pela intensa modernização capitalista do período.



Torcida majoritariamente branca, ontem no Castelão. Foto: Diego Azubel / EFE


ESPORTES

Neymar rejeita tratamento radical para voltar a jogar

Veja
O atacante Neymar divulgou nota neste domingo para negar a possibilidade de realizar qualquer tratamento alternativo no seu processo de recuperação da fratura na terceira vértebra cervical, sofrida na última sexta-feira, durante a vitória por 2 a 1 sobre a Colômbia, pelas quartas de final da Copa do Mundo. Essa lesão deixa Neymar fora do final da competição, começando pelo jogo com a Alemanha, na terça-feira, pelas semifinais, no Mineirão.
"Se Neymar vier a ter condições clínicas de disputar uma partida de futebol profissional antes do tempo inicialmente previsto será em função da evolução positiva do seu quadro diante do tratamento possível que está sendo efetuado. Nenhum tratamento alternativo foi colocado em discussão. O retorno dele aos gramados depende da superação das fortes dores que sente", diz nota publicada no site do jogador.



Neymar chora de dor após falta do colombiano Zuñiga, em Fortaleza. Foto: Ivan Pacheco / Veja


ESPORTES

O Brasil põe Neymar em jogo

Ramon Besa, El País
Neymar jogará a semifinal da Copa do Mundo contra a Alemanha, na próxima terça-feira, e pretende, naturalmente, ir à final de domingo no Maracanã. Mesmo que desde o último sábado esteja repousando, por escolha própria, em sua casa no Guarujá, litoral de São Paulo, Scolari pediu a ele que se sentasse no banco de reservas do Mineirão, em Belo Horizonte. O Brasil invoca o seu 10 com o mesmo fervor com o qual pede a graça de Deus.
O martírio do atacante do Barcelona funciona como motor para o sonho. A imagem de Neymar sendo retirado por um helicóptero depois de fraturar a terceira vértebra lombar, resultado de uma entrada de Camilo Zúñiga, lesão que o deixará imobilizado por pelo menos quatro semanas, funciona como um selo nesta Copa do Mundo.

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