domingo, agosto 10, 2014

Brasil

POLÍTICA

Enfim, o início da campanha, por Elio Gaspari

Elio Gaspari, O Globo
Na terça-feira da próxima semana começam o horário de propaganda gratuita na televisão e a campanha eleitoral à vera. Se Deus é brasileiro, os candidatos começarão a falar língua de gente. Por enquanto, falam em “reforma tributária”. É uma lorota, porque só tem sentido se for detalhada. No mais, coisa tributária é assunto relacionado com tribos indígenas.
“Centro da meta”, numa hipótese bem educada, é a marca do pênalti. Além disso, há excesso de cerebrações em torno das pesquisas eleitorais. Desde maio elas dizem mais ou menos a mesma coisa. A doutora, submetida a uma saudável contradita, arrisca ser levada a um segundo turno.
Pesquisas têm seu valor mas, divinizadas como se fossem o centro da questão, viram um blá-blá-blá dispersivo. Por exemplo: O que sua família fará no domingo? Resposta: na segunda, tínhamos 35% de vontade de ir para a praia, na sexta ficamos com apenas 32%, dentro da margem de erro. E daí? Vale lembrar que nas velhas democracias as pesquisas são subsídios acessórios.
Grosso modo, um terço do eleitorado não vota em Dilma. Este é o índice de rejeição do PT desde 2002. Aécio Neves e Eduardo Campos continuam fazendo campanhas destinadas a converter os crédulos. O crédulo dobra seu ódio ao PT, mas seu voto continua do mesmo tamanho.
Na televisão, Dilma entrará com o dobro do tempo dos seus dois adversários, os efeitos especiais de João Santana e, para o bem ou para o mal, 12 anos de poder.
Imaginando-se um casal — Waldemar e Mariluce — com os problemas e projetos de uma família com renda de três salários-mínimos, o que é que Aécio e Campos vão botar na mesa?
Quem souber, como diria Ancelmo Gois, mande cartas para a redação. 

 










Elio Gaspari é jornalista


POLÍTICA

Aloprados fazem o diabo, por Merval Pereira

Merval Pereira, O Globo
O hábito de enviar mensagens por meio de robôs com ataques a jornalistas independentes, e invadir sites ou usar os que são abertos, como a Wikipédia, para denegrir a imagem dos que consideram seus inimigos políticos, é um expediente comum dos militantes petistas aloprados.
Em 29 de outubro de 2011 esses marginais entraram na minha página na Wikipédia para incluir uma suposta notícia de que eu havia sido identificado pelo Wikileaks como “informante” do governo dos Estados Unidos, juntamente com outros jornalistas.
Na verdade, o Wikileaks havia divulgado uma série de telegramas do embaixador dos Estados Unidos, entre os quais relatos de encontros que mantivera comigo e com outros jornalistas, onde conversamos sobre diversos assuntos, inclusive as eleições presidenciais de 2010.
Nada do que disse naquele encontro diferia do que escrevi nas minhas colunas naquela ocasião, nenhum segredo havia para ser informado.
O encontro de jornalistas com diplomatas estrangeiros é o que há de mais normal no mundo todo, e essa troca de opiniões faz parte de um relacionamento profissional que apenas mentes pervertidas, ou a soldo, podem transformar em uma atividade de “espionagem”.
Alertado, eu mesmo entrei no Wikileaks e retirei a peça infamante. Esta semana, vendo o que aconteceu com Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardemberg, lembrei-me do episódio e mandei fazer um levantamento na Wikipédia para verificar se era possível, a partir do IP dos computadores, saber de onde haviam sido acionados.
Para minha surpresa, descobri que haviam feito, de junho de 2011 até 8 de agosto deste ano, diversas entradas em minha página na Wikipédia para acrescentar comentários desairosos ou informações falsas.




















POLÍTICA

Cai rejeição de Dilma em S. Paulo, por Ricardo Noblat

É isso mesmo que você leu no título desta nota.
A rejeição a Dilma no maior colégio eleitoral do país andava pela casa dos 40%. Quer dizer: 40% dos entrevistados por institutos de pesquisa diziam que em hipótese alguma votariam em Dilma em outubro próximo.
Pois bem: o índice de rejeição caiu cinco pontos, a se levar em conta pesquisa feita para consumo interno da campanha de Dilma.


POLÍTICO

Contadora de doleiro fala em 'malas de dinheiro' para políticos

O Estado de S. Paulo
A ex-contadora de Alberto Youssef, Meire Bonfim da Silva Poza, afirmou que o esquema operado pelo doleiro preso pela Operação Lava Jato movimentava “malas de dinheiro” e beneficiou políticos e pelo menos três partidos - PT, PMDB e PP -, segundo reportagem da revista Veja deste fim de semana.
Segundo relato de Meire à revista, as malas de dinheiro saíram da sede de pelo menos três “grandes empreiteiras”, sendo embarcadas em aviões e entregues para políticos.
Dois dos integrantes da relação de políticos ligados a Youssef, citada pela Veja, já respondem a processo no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados: André Vargas (ex-PT) e Luiz Argôlo (ex-PP).
Meire afirma ainda que o doleiro teria depositado R$ 50 mil na conta do senador Fernando Collor (PTB-AL) a pedido de Pedro Paulo Leoni Ramos, um ex-assessor do ex-presidente. Ela afirma também que o deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP) contou com a ajuda de Youssef para quitar dívidas de campanha. Outro político citado é o ex-ministro e ex-deputado Mário Negromonte. Conforme a ex-contadora, um irmão de Negromonte trabalhava para o esquema “transportando as malas, levando e buscando dinheiro nas construtoras”.




           Youssef está preso por envolvimento nas investigações da Operação Lava Jato


POLÍTICA

Graça Foster é alvo de inquérito da PF

Andreza Matais e Fábio Babrini, O Estado de S. Paulo
A Polícia Federal instaurou inquérito para investigar se a presidente da Petrobrás, Graça Foster, omitiu do Senado informações relacionadas à compra da refinaria de Pasadena (EUA) e sobre a existência de contratos celebrados pela empresa de seu marido, Colin Foster, com a estatal.
O inquérito foi aberto após pedido do Ministério Público Federal encaminhado em junho, conforme informou ao Estado a assessoria de imprensa dessa instituição. Antes disso, Graça Foster havia prestado depoimento à Comissão de Infraestrutura do Senado.
A presidente da Petrobrás ainda pode responder a outro inquérito, que deve ser aberto na próxima semana, para investigar a denúncia de que teria combinado com senadores da base aliada na CPI da Petrobrás as perguntas que lhe seriam feitas na comissão investigativa.



                                                       Graça Foster, presidente da Petrobrás


POLÍTICA

Veja quantos candidatos a governador concorrem com ajuda do sobrenome

Pedro Marcondes de Moura, El País
A corrida eleitoral ao Palácio do Planalto deste ano evidencia um traço da política brasileira: os clãs eleitorais. Os dois principais adversários da candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), descendem – e ostentam isto – de duas personalidades históricas da vida pública nacional.
De um lado, a petista enfrenta o senador do PSDB, Aécio Neves, neto do presidente da República Tancredo Neves, que morreu antes de tomar posse. Do outro lado, disputa a eleição com Eduardo Campos (PSB), neto de Miguel Arraes – ex-governador de Pernambuco por três vezes. Há ainda a presidenciável do PSOL, Luciana Genro, ferrenha opositora do partido do pai e governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT).
Nas eleições estaduais, a presença dos clãs também é evidente. Segundo levantamento do EL PAÍS, 24 candidatos a governador integram grupos que já ganharam tradição em suas respectivas regiões. As oligarquias familiares não têm barreiras partidárias.
O PT, que ganhou força no passado com o discurso de pôr fim às estruturas arcaicas da política brasileira, também conta com os seus clãs. Um exemplo é a administração da sigla no governo do Acre. Há quatro mandatos à frente do Estado, a legenda já elegeu dois irmãos. O primeiro é o hoje senador, Jorge Viana, governou de 1999 a 2006. O segundo, o atual mandatário do Estado, eleito em 2010, e atual candidato à reeleição, Tião Viana.



      O presidente da Câmara e candidato a governador, Henrique Eduardo Alves -  Foto:AB


POLÍTICA

A presidenta Dilma Rousseff reage ao escândalo da Wikipédia

P. M. M.   El País
Em meio a sua campanha à reeleição, a presidenta Dilma Rousseff (PT) reagiu ao escândalo de que computadores conectados à rede do Palácio do Planalto foram usados para difamar jornalistas na internet. A petista classificou como inadmissível as alterações nos perfis na enciclopédia virtual Wikipédia dos repórteres e colunistas da área econômica Míriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg.
"A minha opinião é que isso é absolutamente inadmissível por parte do Planalto, do governo federal, ou por parte de qualquer governo. Nesse caso específico é algo que quem individualmente quiser fazer que o faça, mas não coloque o governo no meio”, declarou durante evento de sua candidatura à reeleição em Osasco, Região Metropolitana de São Paulo.
Rousseff recordou que também foi alvo de ataques cibernéticos na eleição de 2010. Na ocasião, violaram o seu e-mail pessoal.



                                          Foto: Marcelo Camargo/AFP


GERAL

Voto não muda nada, diz estudante tirado de protesto pelo pai

Julia Affonso, O Estado de S. Paulo
Já era quase hora do almoço de uma quinta-feira em junho, quando os sonhos de “lutar por um mundo melhor” do estudante Renan Baldi, de 16 anos, foram por água abaixo. No meio de milhares de pessoas mascaradas que gritavam contra a Copa, em uma manifestação na zona leste de São Paulo, ele foi puxado pelo braço. Era o pai, mandando-o de volta para casa.
Àquela altura, o prazo para tirar o título de eleitor já havia passado. E, para ele, não faria a menor diferença se houvesse ou não alguma data estipulada. Fã de Nelson Mandela, o estudante nunca pensou em tirar o título antes dos 18 anos, pois diz não acreditar na política brasileira. “Se voto mudasse alguma coisa, seria proibido. Tenho certeza.”



                 Manifestações de junho de 2013 se voltaram contra partidos políticos

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