sexta-feira, agosto 15, 2014

Brasil

POLÍTICA

Por baixo dos panos, por Merval Pereira

Merval Pereira, O Globo
Ao sentir que existe o perigo de o PSB tomar um rumo diametralmente oposto ao traçado por Eduardo Campos em sua campanha, apoiando oficialmente ou em uma aliança branca a reeleição da presidente Dilma Rousseff, sua família não se furtou a definir uma posição a favor da candidatura da ex-senadora Marina Silva à Presidência da República.
Seu irmão, também membro do diretório nacional do partido, disse que a vontade de Campos seria que Marina o sucedesse. O filho mais velho, João, postou no Facebook uma mensagem direta: as bandeiras de meu pai precisam ser levadas adiante.
Quem as representará melhor? Marina, que era sua vice, ou Dilma, que era seu alvo preferencial?
Enquanto a direção nacional do partido, tendo o novo presidente Roberto Amaral à frente, se escudava no luto oficial para adiar a discussão da sucessão, por baixo dos panos as negociações já começaram, especialmente através do ex-presidente Lula, para que o PSB não lance candidato próprio, ou lance um nome de sua base política que não seja Marina, a pretexto de preservar a estrutura partidária.
Na verdade, além do interesse político de recolocar o PSB na base aliada governista, há a preocupação de ala importante da direção nacional da legenda de não perder o controle sobre a máquina partidária. Com a assunção de Marina Silva à condição de candidata oficial do condomínio PSB-Rede, o controle da campanha passará naturalmente para os seus aliados. É Marina, e não qualquer outro político do PSB, que detém hoje uma expectativa de poder altamente avaliada, e por isso os candidatos pelo país afora devem também pressionar a direção nacional para que ela seja a escolhida.

















Eduardo Campos e sua mãe, ministra Ana Arraes - Foto Agência Brasil


POLÍTICA

Sete consequências da entrada de Marina Silva no lugar de Eduardo

Gabriel Garcia
A morte de Eduardo Campos na manhã de quarta-feira (13) muda completamente o cenário das eleições para presidente da República. Ex-governador de Pernambuco e neto de Miguel Arraes, Eduardo aparecia em terceiro nas pesquisas de intenção de votos, na casa de 10% das intenções de voto. Para aumentar tal índice, começava a explorar sua relação de proximidade com a ex-ministra do Meio Ambiente no governo do PT Marina Silva, sua candidata a vice. Agora, Marina desponta como o mais provável nome para sucedê-lo. É o natural, segundo os políticos. Abaixo, sete consequências no cenário com a entrada de Marina na disputa.

Ex-senadora Marina Silva - Foto: O Globo

Comoção nacional
Marina Silva terá a seu favor a comoção que tomou conta do Brasil. Antes desconhecido pela maioria dos eleitores, Eduardo Campos entra de forma trágica para a História. Nos quatro cantos do país, o brasileiro está chocado com o que aconteceu.
Marina é mais conhecida
Na última pesquisa do Ibope, divulgada na semana passada, a presidente Dilma Rousseff (PT) estava com 38% das intenções de voto, o senador Aécio Neves (PSDB) tinha 23% e Eduardo aparecia com 9%. Nas eleições de 2010, Marina teve 19% dos votos.
Preocupação para Aécio Neves
Com Marina Silva no lugar de Eduardo, aumentam as chances de um segundo turno. Diferentemente do que estava desenhado, há uma forte tendência de Marina largar com um percentual próximo ao do Aécio, sobretudo porque ela já disputou uma eleição presidencial.
Preocupação para Dilma Rousseff
Quem anda de olhos abertos com a movimentação que pode alçar Marina candidata a presidente são os políticos do PT. Marina é uma ameaça até para a reeleição de Dilma. Em eventual segundo turno, os votos de Aécio tendem a migrar para o candidato que disputa contra o PT. Marina é uma ameaça mais real do que o próprio Aécio.
Voto de protesto
Em 2010, Marina foi o voto de protesto contra a polarização PT x PSDB. A população continua insatisfeita com os governos do PT e, nos estados, com os governos do PSDB. Nenhum candidato tinha conseguido capitalizar as manifestações populares que tomaram conta do Brasil – nem Dilma, nem Aécio, nem Eduardo. Marina é o novo.
Alianças nos estados
Mais radical do que Eduardo, Marina terá dificuldade em alianças nos estados, como em São Paulo e no Rio de Janeiro. No primeiro, ela foi contra a indicação de Márcio França para vice na chapa do governador Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à reeleição. No Rio, o deputado Romário é candidato ao Senado na chapa de Lindberg Farias (PT) para o governo.
Alavancar candidaturas vacilantes
Marina é a esperança de vitória para outros candidatos a governador. No Distrito Federal, o senador Rodrigo Rollemberg (PSB) aparece em terceiro lugar, com 15% das intenções de voto. Está atrás de Agnelo Queiroz (PT), com 17%, e de José Roberto Arruda (PR), com 37% das intenções, mas que teve a candidatura cassada pelo Tribunal Regional Eleitoral. Em 2010, Marina venceu no Distrito Federal. Tende a repetir a dose na capital, caso dispute a eleição presidente este ano. Fortalecerá a campanha de Rollemberg.



Marina Silva e Eduardo Campos, em 4 de fevereiro - Foto: Beto Barata / AFP


POLÍTICA

Enterro de Campos e assessores está previsto para domingo

Ângela Lacerda, Estadão
O velório dos restos mortais de Eduardo Campos será coletivo, junto com as de outras três vítimas pernambucanas da tragédia (o jornalista Carlos Percol, o fotógrafo Alexandre Severo e o cineasta Marcelo Lyra). A cerimônia, segundo informação divulgada pelo governo pernambucano, aconteceria a partir de sábado.
O sepultamento, por sua vez, seria no domingo próximo. Já o prefeito de Recife, Geraldo Julio, não confirmou a data do velório, tampouco do enterro. Em entrevista a jornalistas na capital pernambucana, o político disse que a realização das cerimônias "não está condicionada à vontade de ninguém."



Casa da família de Eduardo Campos, no bairro Dois Irmãos, no Recife - Foto: O Globo


POLÍTICA

Caixa-preta do avião de Campos é aberta pela Aeronáutica

Felipe Frazão, Veja
A Aeronáutica começou a inspecionar ontem a caixa-preta do avião que caiu em Santos, matando o candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, e mais seis pessoas. Principal elemento da perícia para desvendar os motivos da queda do avião bimotor, a caixa-preta foi aberta no laboratório da Força Aérea, em Brasília.
O equipamento do Cessna 560XL PR-AFA tinha capacidade para gravar até duas horas de áudio da cabine dos pilotos, mas estava danificado e ainda vai passar por análises, com ajuda de um microscópio. Os peritos tentam verificar se as placas de memória conseguiram registrar as conversas entre os pilotos.


POLÍTICA

Presidente do TSE nega pedido para adiar horário eleitoral

Veja
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Dias Toffoli, indeferiu pedido apresentado pelo Partido Verde (PV) e seu candidato a presidente, Eduardo Jorge, solicitando o adiamento por três dias da propaganda eleitoral no rádio e na TV, programada para começar na próxima terça-feira, dia 19.
O candidato argumentava que o tribunal deveria, em razão do acidente aéreo que matou o candidato a presidente Eduardo Campos (PSB) e parte de sua equipe, conceder um período para que a família do presidenciável e das outras vítimas da tragédia pudessem se recuperar.



Ministro José Dias Toffoli - Foto: Fellipe Sampaio / STF


POLÍTICA

Ibope: Perillo lidera a disputa ao governo de Goiás com 41%

O Globo
Pesquisa Ibope divulgada ontem mostra que o candidato à reeleição ao governo de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), lidera a corrida eleitoral com 41% das intenções de voto. Em segundo lugar, aparece o ex-governador Íris Rezende (PMDB) com 28%. Em seguida, Vanderlan Cardoso (PSB), com 6% das intenções de voto.
Antônio Gomide, do PT, tem 5%; Alexandre Magalhães, do PSDC, 1%; Marta Jane, do PCB, 1%; e Professor Weslei Garcia, do PSOL, não pontuou. Brancos e nulos somam 9% e Não sabe ou não respondeu 9% dos entrevistados.


GERAL

Desembargador que libertou black blocs vai ser investigado

Gustavo Goulart, O Globo
Após tomar conhecimento de que o desembargador Siro Darlan classificou o Ministério Público (MP) estadual como uma ‘‘inutilidade’’ durante uma entrevista à BBC Brasil, o Tribunal de Justiça (TJ) do Rio instaurou um processo administrativo contra o magistrado para apurar se houve quebra de decoro.
Darlan fez a crítica ao responder a uma pergunta sobre uma lei federal, sancionada no ano passado, que permite que delegados e o MP tenham acesso a dados sigilosos de entidades financeiras e empresas aéreas e a ligações telefônicas sem necessidade de autorização judicial.



Desembargador Siro Darlan - Foto: Gabriel de Paiva / O Globo


GERAL

Brasil vai oferecer cidadania a pessoas que não têm nacionalidade

Lisandra Paraguassu, Estadão
O governo brasileiro vai oferecer cidadania a pessoas que, hoje, não tenham direito a nenhuma nacionalidade, os chamados apátridas. Depois de 60 anos da aprovação da Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas, aprovado pelas Nações Unidas, o Brasil finalmente decidiu incorporar na sua legislação a garantia de proteção a essas pessoas.
Apenas 65 países assinaram a convenção sobre apatridia e um menor número adotou legalmente os princípios de proteção. Nas Américas, 20 assinaram, mas apenas o México inclui os apátridas na sua legislação sobre imigração. No momento, apenas o Brasil e o Uruguai preparam leis a respeito.

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