sexta-feira, novembro 07, 2014

'Acordão' em CPI gera crise no PSDB

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O deputado Carlos Sampaio (SP) representou a sigla na reunião. Ele confirmou que o PSDB concordou em excluir políticos das convocações
FOTO: AGÊNCIA CÂMARA
Brasília. O "acordão" firmado na CPI mista da Petrobras para blindar os políticos suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras gerou uma crise no PSDB depois que membros do partido aceitaram barrar convocações de membros do PT e do governo federal.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), presidente do partido, se irritou com o aval de membros do PSDB ao acordo firmado com aliados da presidente Dilma Rousseff (PT). Aécio soltou uma nota ontem para negar que o partido tenha pactuado com "qualquer tipo de acordo que impeça o avanço das investigações na CPI".
Aécio resolveu reagir especialmente porque o "acordão" foi fechado no dia de seu retorno ao Senado, em que discursou defendendo duras investigações sobre o esquema de corrupção na Petrobras. Na nota, Aécio afirma que o PSDB lutou pela instalação da CPI e defende que as investigações sejam concluídas sem poupar nenhum dos envolvidos.
"Temos de ir a fundo na apuração do chamado 'petrolão' e na responsabilização de todos que cometeram eventuais crimes, independentemente da filiação partidária. Essa é a posição inarredável do PSDB", disse Aécio.
O deputado Carlos Sampaio (SP) representou o PSDB na reunião que definiu o "acordão" na CPI. Depois da reunião para fechar o acerto, ele confirmou que o PSDB concordou em excluir das convocações políticos e pessoas citadas nas delações premiadas de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, e do doleiro Alberto Youssef.
"Vamos excluir os agentes políticos, aqueles que estão nas delações premiadas e vamos ouvir aqueles que estão na Petrobras, são agentes técnicos. Abrimos mão de ouvir Gleisi e Vaccari. Todo mundo concordou", declarou. O tucano ainda disse que a CPI não vai apontar os políticos envolvidos no esquema, o que vai ocorrer ao final das investigações e das delações. Sampaio também afirmou que o PSDB concordou com o "acordão" porque serão chamados a depor Sérgio Machado e Renato Duque, ex-presidente da Transpetro indicado pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL).
Recuo
Em entrevista ontem, Sampaio negou que a reunião tenha provocado mal-estar no PSDB.
O deputado disse que não houve acordo para poupar políticos, apenas a construção de um "roteiro de procedimentos" diante do curto prazo para a conclusão das investigações, que terminam em dezembro

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