segunda-feira, novembro 24, 2014

Petista nega propina e põe sigilo à disposição


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O senador admite que conheceu Paulo Roberto Costa em 2004, mas diz que a relação com o ex-diretor da estatal sempre foi institucional
FOTO: AGÊNCIA SENADO
Brasília O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), rebateu, ontem, a acusação de que teria recebido R$ 1 milhão do esquema de fraudes na Petrobras. Em nota, o petista "nega veementemente ter pedido a quem quer que seja qualquer doação de campanha a Paulo Roberto Costa", ex-diretor de Abastecimento da estatal e delator do escândalo.
O senador pernambucano declarou ainda que está "à disposição de todos os órgãos de investigação afetos a esse caso e, antecipadamente, disponibiliza a abertura de seus sigilos bancário, fiscal e telefônico".
Segundo reportagem publicada pelo jornal "O Estado de S. Paulo", Paulo Roberto Costa disse à Justiça que o petista recebeu R$ 1 milhão do esquema, que teria sido solicitado pelo empresário Mário Barbosa Beltrão, presidente da Assimpra (Associação das Empresas do Estado de Pernambuco).
Paulo Roberto teria dito que a quantia saiu da cota de 1% do PP, mas não soube informar como ocorreu o repasse, que, segundo ele, foi confirmado pelo empresário.
Inconsistente
O petista diz que "tal denúncia padece de consistência por não haver qualquer razão que justificasse o apoio financeiro de outro partido à minha campanha".
"Mais inverossímil ainda é a versão de que se Paulo Roberto não tivesse autorizado tal doação correria o risco de ser demitido, como se eu, à época sem mandato e tão somente candidato a uma vaga ao Senado, tivesse poder de causar a demissão de um diretor da Petrobras", concluiu.
O senador admite que conheceu o ex-diretor de Abastecimento em 2004, mas diz que a relação com ele sempre foi institucional. Segundo ele, todas as doações da campanha em 2010 foram registradas na Justiça Eleitoral.
Na cúpula do Partido dos Trabalhadores, a ordem é proteger Humberto Costa "até o último momento".
A avaliação dos dirigentes petistas é que enquanto as acusações forem baseadas apenas em depoimentos, sem provas concretas, a legenda dará o suporte necessário para o senador se defender das acusações. Nas conversas internas, petistas afirmam que se não houver provas de enriquecimento pessoal, a disposição é de não negar ajuda. Caso contrário, dizem, o tratamento será "severo", para evitar a pecha de conivência.
Foragido diz que se entregará hoje
Brasília O último foragido da Justiça da sétima fase da Operação Lava-Jato, Adarico Negromonte Filho, irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte, informou na sexta (21) ao juiz federal Sérgio Moro, por meio de suas advogadas, que deverá se apresentar à Polícia Federal hoje na sede da Superintendência do Paraná, em Curitiba.
A defesa de Adarico afirmou que ele "não suporta mais as mazelas decorrentes da prisão temporária" decretada pelo juiz. A ordem está sem cumprimento desde o dia 14 deste mês.
Segundo a petição entregue à Justiça Federal e subscrita pelas advogadas Joyce Rosen, Denise Nunes Garcia, Débora Motta Cardoso e Karen Toscano Mielenhausen, o investigado estava em sua casa no interior de São Paulo desde a decretação da prisão, mas não teria sido procurado pela PF. Para as advogadas, Adarico "vem sendo considerado como 'foragido da justiça', status que por certo não lhe é condizente, pois em momento algum foi realizada diligência em sua residência para o cumprimento da medida coercitiva".
Na investigação, Adarico foi apontado como "encarregado de transporte de valores em espécie" e "subordinado de Alberto Youssef", de acordo com a decisão do juiz Sérgio Moro.

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