domingo, janeiro 11, 2015

'Ou o PT muda ou acaba', afirma Marta em entrevista

Senadora e ex-ministra deu declaração ao jornal 'O Estado de S. Paulo'.

Ela disse que articulou volta de Lula e criticou Dilma por não admitir erros.

Do G1, em Brasília

A senadora Marta Suplicy ao retornar ao Senado, depois de ter deixado o Ministério da Cultura (Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil)A senadora Marta Suplicy ao retornar ao Senado,
depois de ter deixado o Ministério da Cultura (Foto:
Antonio Cruz / Agência Brasil)
A senadora e ex-ministra Marta Suplicy (PT-SP) criticou a presidente Dilma Rousseff e lideranças do partido e afimou, em entrevista publicada na edição deste domingo do jornal "O Estado de S. Paulo", que "ou o PT muda ou acaba".
Na entrevista, ela reconheceu que articulou a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a presidente no ano passado – no lugar da de Dilma –, qualificou o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, de "inimigo" e disse que a presidente não reconhece os próprios erros.
Marta Suplicy pediu demissão em novembro do cargo de ministra da Cultura, por meio de uma carta na qual fez objeções à política econômica do governo. No mês passado, criticou a nomeação por Dilma do sucessor dela no Ministério da Cultura, o sociólogo Juca Ferreira, a quem atribuiu "desmandos" na época em que dirigiu a pasta (entre 2008 e 2010, durante o governo Lula).
Ao jornal, a senadora disse que, no ano passado, organizou um jantar com empresários em apoio à candidatura de Lula a presidente – no lugar da de Dilma à reeleição. Mas, segundo afirmou, o ex-presidente não quis.
Marta elogiou a equipe econômica nomeada por Dilma – "é experiente, qualificada" –, mas afirmou que a presidente precisa reconhecer os próprios erros, o que, segundo disse, não fez durante a campanha nem no discurso de posse.

"Cada vez que abro um jornal, fico mais estarrecida com os desmandos do que no dia anterior. É esse o partido que ajudei a criar e fundar? Hoje, é um partido que sinto que não tenho mais nada a ver com suas estruturas", afirmou.
Sobre o PT, declarou que é um partido "cada vez mais isolado" e do qual está "há muito tempo alijada e cerceada, impossibilitada de disputar e exercer cargos para os quais estou habilitada" – Marta perdeu a disputa interna para Fernando Haddad, que concorreu e se elegeu prefeito de São Paulo em 2012, e para Alexandre Padilha, candidato derrotado do partido a governador de São Paulo no ano passado.
Ela afirmou que ainda não decidiu se sairá do PT, mas disse ter vários convites. "A decisão não está tomada ainda, mas passei um mês e meio, dois meses, chorando, com uma tristeza profunda, uma decepção enorme, me sentindo uma idiota. Não tomei a decisão nem de sair nem para qual partido, mas tenho portas abertas e convites de praticamente todos, exceto do PSDB e do DEM."
A senadora também criticou na entrevista o atual ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, a quem chamou de "inimigo". Embora lideranças do partido já tenham se manifestado a favor da volta de Lula em 2018, ela afirmou que o ministro articula a própria candidatura, mas terá contra si "a arrogância e o autoritarismo"
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