quinta-feira, janeiro 08, 2015

Só 30% dos repasses do MCMV foram pagos


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Demora do governo nos repasses tem ocorrido desde novembro de 2014 e fizeram construtoras demitir 2 mil pessoas
FOTO: KIKO SILVA
Os pagamentos às construtoras que executam obras do programa Minha Casa, Minha Vida, que deveriam ter sido realizados em dezembro, ainda continuam atrasados no Ceará. De acordo com o Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Ceará (Sinduscon-CE), apenas 30% do repasse prometido, que está atrasado há mais de dois meses, foi realizado pelo governo.
Por conta do atraso, segundo o presidente do Sinduscon-CE, André Montenegro, novas demissões poderão voltar a ocorrer neste ano. "Cerca de 2 mil pessoas já foram demitidas no ano passado e, caso uma data para o pagamento não seja definida, novas demissões podem acontecer", afirma.
Apesar disso, o presidente do Sinduscon-CE não soube precisar quanto somam os repasses atrasados no Estado, pois nem todas as empresas que realizam o serviço no Ceará são vinculadas ao sindicato. "O clima atual é de preocupação. Estamos realizando reuniões semanais para tratar do assunto", disse.
Continuidade das obras
O presidente da entidade avalia ainda que as perdas poderão ser estendidas para diversos segmentos além da construção civil. "A falta de pagamento pode colocar em risco a própria continuidade das obras. Isso ainda gerará uma reação em cadeia envolvendo fornecedores e outros parceiros", analisa.
Ele comenta ainda que a demora no repasse prejudica os recursos das construtoras, que precisam honrar compromissos financeiros. "Com regras e prazos eu consigo negociar com meus fornecedores, consigo planejar a obra, mas desse jeito não sabemos como continuar. Estamos sem informações", afirma.
Expectativa
A expectativa do setor é a de que o governo agilize a liberação dos pagamentos e determine um novo prazo para os repasses. Contudo, as empresas temem que a mudança de ministro dificulte os pagamentos atrasados. "Não estamos com uma expectativa muito boa, pois com a mudança de ministro, se torna mais complicado resolver a situação". Procurado pela reportagem, o Ministério das Cidades - responsável por gerenciar os repasses -, disse apenas que "o cronograma de pagamentos do programa Minha Casa Minha Vida segue com o fluxo normal"

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