segunda-feira, março 09, 2015

Collor diz que Ministério Público tem 'postura parcial, irretratável e covarde'

O senador Fernando Collor (PTB-AL) questionou nesta segunda-feira (9), a forma como foram divulgados o nome dele e os de outros 46 políticos que serão investigados por possível participação no esquema de desvios da Petrobras revelado pela Operação Lava Jato.
Collor fez duras críticas ao Ministério Público, ao qual atribuiu uma “postura parcial, irretratável e covarde”. Segundo ele, um “grupelho”, em conluio com os meios de comunicação, teria influenciado o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para atuar com “desrespeito deliberado às autoridades constituídas”.
O parlamentar apontou o que considera falhas nos processos para autorização de abertura de inquéritos, baseada exclusivamente nos depoimentos de “notórios contraventores da lei” beneficiados pela delação premiada. Ele ainda destacou a fragilidade das denúncias ao lembrar que houve contradições entre o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e o doleiro Alberto Youssef sobre doação para a campanha presidencial de 2010 e o conhecimento da cúpula do Planalto em relação às irregularidades na estatal.
O senador ainda questionou o motivo que teria levado Janot a citar nomes como o da presidente Dilma Rousseff e do senador Aécio Neves (PSDB-MG) para em seguida pedir o arquivamento.
"Se não achou indícios suficientes, por que citar o nome do senador Aécio Neves e outros senadores? Bastava não pedir, simplesmente não citar, sem envolver aqueles nomes. Se não havia inquérito a ser instaurado de que exatamente o procurador pediu o arquivamento?", indagou.
O pronunciamento foi encerrado com um elogio ao relator do processo, ministro do Supremo Teori  Zavascki que, no entender do senador, agiu corretamente e em prol da transparência pública ao retirar o sigilo dos inquéritos para que todos possam prestar esclarecimentos.
"Até porque na prática da Justiça, listas de nomes sem provas não significam absolutamente nada. Politicamente, recomenda-se a devida serenidade e prudência que o grave momento institucional requer", concluiu.

*Agência Senado.

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