segunda-feira, março 09, 2015

CONTRA ROSEANA Sarney acusa Janot de 'vingança'

Roseana Sarney se diz 'perplexa' com inclusão de seu nome na lista de investigados na Operação Lava-Jato
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Em sua coluna no jornal "O Estado do Maranhão", controlado pela família, Sarney revela que sua filha "está amargando o fel da vingança"
FOTO: AGÊNCIA BRASIL
São Luís. O ex-senador e ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) acusou ontem o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de agir por vingança ao incluir o nome de sua filha e ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB) na lista de investigados por suspeita de envolvimento no esquema de propina revelado pela Operação Lava-Jato.
Em coluna assinada no jornal "O Estado do Maranhão", controlado pela família, Sarney disse que o motivo da inclusão é a atribuição a ele sobre a recusa, pelo Senado, da indicação do "cérebro e braço direito" de Janot, o promotor Nicolao Dino, para o Conselho Nacional do Ministério Público. Sarney negou ligação com o fato. "É justo o nosso direito de revolta pela injustiça", diz em seu texto. Na sequência, cita a filha Roseana, "que está amargando o fel da vingança, uma mistura de ódio e política".
Roseana será investigada porque o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse ter repassado R$ 2 milhões em 2010 e R$ 1 milhão em 2008 à ex-governadora do Maranhão. Segundo Costa, os dois pagamentos foram solicitados pelo ex-ministro das Minas e Energia de Dilma Rousseff Edison Lobão.
"Ela nunca foi à Petrobras, nunca teve nenhuma relação com o senhor Paulo Roberto, nem teve nenhum pleito na Petrobras por firmas ou pessoas. Da Petrobras, só pediu, não pedindo, mas - como dizia o padre Vieira - exigindo e protestando, a refinaria de Bacabeira a que o Maranhão tem direito".
O ex-presidente criticou a justificativa do procurador da República de que, apesar das divergências entre as versões de Costa e do doleiro Alberto Youssef, delator do esquema, o Ministério Público Federal considerou que havia elementos para a abertura do inquérito contra Roseana.
O peemedebista afirmou ainda que não foi a primeira vez que o procurador da República agiu com vingança em "solidariedade" ao colega. Ele citou o pedido de intervenção federal no Maranhão feito por Janot em 2014 e a "perseguição" a Roseana no episódio dos presos em Pedrinhas.
Por meio de sua assessoria, Roseana informou que ficou "completamente perplexa" e reiterou não ter relação com Paulo Roberto nem com os fatos investigados na Operação Lava-Jato.
Vice da Bahia pede desculpa por frase controversa
Salvador. Após ganhar notoriedade imediata ao dizer que estava "c... E andando" ao comentar a inclusão de seu nome na lista de investigados pela Lava-Jato, o vice-governador da Bahia, João Leão, resolveu pedir "desculpas à sociedade" e àqueles que irão apurar seu caso.
Filiado ao PP, partido com o maior número de políticos sob investigação nesta fase da operação por ser ligado ao ex-diretor da Petrobras e agora delator Paulo Roberto Costa, Leão causou sensação com sua frase de baixo calão. "Foram considerações feitas num momento de profunda indignação e surpresa. Fiquei muito triste porque ao longo de 28 anos de vida política jamais passei por tamanha crueldade. Peço desculpas à sociedade", disse, em nota, ontem.
Em seguida, Leão diz ser inocente e que irá provar isso na Justiça, além de desculpar-se especificamente com quem irá investigá-lo e julgá-lo.
Defesa
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), definiu ontem como inadequada a declaração de seu vice-governador. Apesar da ressalva, o petista defendeu a inocência de seu vice.
"No momento de dor e de revolta você pode acabar pronunciando palavras que não sejam as mais adequadas", disse Costa na manhã de ontem, durante evento em Salvador.

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