quarta-feira, março 04, 2015

Crise política se agrava e Dilma vai à TV defender governo

A presidente do Brasil e candidata à reeleiçãopelo PT, Dilma Rousseff, chega para o debate do segundo turno, promovido pelo SBT nesta quinta-feira (16), em São Paulo
Dilma Rousseff: 'batalha da comunicação' diante da crise(Felipe Cotrim/VEJA.com)
Acuada em meio à crise política agravada pela fragilidade na articulação política e pelos desdobramentos da Operação Lava Jato, a presidente Dilma Rousseff vai utilizar o pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão previsto para este domingo para sair em defesa do governo - e tentar, assim, reverter a estrondosa queda de popularidade que enfrenta. O mote da fala é a comemoração do Dia Internacional da Mulher, mas o discurso servirá mesmo de palanque eletrônico para a petista.
O pronunciamento reforça a estratégia do Palácio do Planalto de aumentar a exposição de Dilma, que decidiu assumir o protagonismo da "batalha da comunicação" em uma tentativa de diminuir a rejeição à sua administração, reverter o cenário negativo e defender a posição do governo perante a opinião pública. Em 2012, 2013 e 2014, Dilma também fez pronunciamentos por ocasião do Dia Internacional da Mulher, sempre aproveitando a oportunidade para dar recados. Em 2013, por exemplo, anunciou a isenção de impostos federais para produtos da cesta básica. Este será o 21º pronunciamento de Dilma em quatro anos e três meses de governo.
Dilma deve aproveitar a fala em rede nacional para defender seu marqueteiro pacote anticorrupção, que inclui propostas que endurecem as penas de funcionários públicos que tiveram enriquecimento ilícito e confiscam os bens oriundos da corrupção - propostas semelhantes estão esquecidas no Congresso há uma década. Também deve sair em defesa do ajuste fiscal implantado pela equipe econômica e justificar a importância das medidas para a população: na terça-feira o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) devolveu ao Executivo a medida provisória que eleva tributos sobre a folha de pagamento.
O governo vem enfrentando forte resistência da oposição, de centrais sindicais e até mesmo da base aliada para conseguir aprovar mudanças nas regras de concessão de abono salarial, seguro-desemprego, seguro-defeso, pensão por morte e auxílio-doença. O Planalto insiste que as medidas não cortam direitos trabalhistas e sim corrigem distorções e ajudarão no equilíbrio fiscal.
Dilma também deverá usar o pronunciamento para insistir na mensagem de que o Brasil tem fundamentos sólidos na economia no enfrentamento da crise e iniciará um novo ciclo de desenvolvimento, com geração de emprego e renda. Na última segunda-feira, o boletim Focus do Banco Central mostrou que piorou a previsão de economistas com o desempenho do país neste ano. A expectativa de retração do PIB passou de 0,5% para 0,58% em uma semana, o que seria a pior recessão dos últimos 25 anos.
Casa da Mulher - No pronunciamento, a presidente vai exaltar as políticas sociais dirigidas para o público feminino, como a implantação da Casa da Mulher Brasileira, espaço que reúne os principais serviços para o atendimento integral de vítimas de violência, como delegacias especializadas, defensorias e promotorias. O programa é considerado uma das principais vitrines do segundo governo da presidente.
A primeira unidade, em Campo Grande, foi inaugurada por Dilma em 3 de fevereiro, em sua primeira viagem oficial pelo Brasil no segundo mandato. A próxima deverá ser entregue em abril, em Brasília.
(Com Estadão Conteúdo

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