sexta-feira, março 20, 2015

IZOLDA NO LUGAR DE CID Deputados cearenses comentam sessão da CF


Maioria elogiou a postura do ex-ministro e revelou movimentação para indicar Izolda Cela ao cargo
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Aliados acreditam que a atitude de Cid não agrediu o Parlamento, mas apenas aqueles que achacam
FOTO: FÁBIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL
Um dia após a sessão conturbada no plenário da Câmara Federal e o pedido de exoneração do ex-ministro da Educação, Cid Gomes, parlamentares cearenses ouvidos pelo Diário do Nordeste veem na atitude do ex-gestor um momento histórico na política brasileira, enquanto que outros acreditam que o Governo da presidente Dilma Rousseff sai fragilizado. Nos bastidores, congressistas do Ceará já articulam o nome da vice-governadora do Estado, Izolda Cela (PROS), para substituir Cid no Ministério da Educação (MEC).
O líder do Governo na Câmara Federal, deputado José Nobre Guimarães (PT), afirmou que o episódio, para ele, estava encerrado, pois o fundamental seria garantir que as políticas públicas do Governo não sofressem com o que aconteceu. Ele disse ainda que vai lutar para que o Ceará se mantenha no Ministério da Educação, e disse ter indicado o nome da vice-governadora do Estado, a educadora Izolda Cela para assumir o cargo.
Informações dão conta de que o próprio Cid Gomes já havia, antes mesmo da ida ao Congresso Nacional, ontem, apontado Cela como sua indicação, caso ele caísse; "A Izolda é um dos nomes que serão colocados. O ministro tomou uma decisão, e para mim, o assunto está encerrado. Nossa preocupação, como líder do Governo, é consolidar a proposta do orçamento, corrigir os erros do Fies e Prouni. A corda já foi esticada demais", disse.
O governador Camilo Santana, ontem, em visita feita ao Município de Quixeramobim, disse apenas que o episódio representou "um dia histórico" para a política brasileira. Já o deputado Raimundo Gomes de Matos (PSDB) acredita que a situação demonstrou apenas o "descontrole" do Governo Dilma Rousseff, uma vez que não conseguiu evitar as falas de Cid Gomes no plenário da Câmara Federal.
Serenidade
"No Parlamento a gente precisa ter serenidade porque há nesse espaço todas as prerrogativas regimentais para o parlamentar ser amparado. O problema é que existe uma certa ambiguidade em virtude da presidente Dilma não ter conseguido uma interlocução que faça todas as articulações. Se existe culpado nessa história é a falta de diálogo da Presidência com o Congresso", afirmou o parlamentar.
No entanto, o tucano disse que há uma parte da população que quer, efetivamente, que o Parlamento desempenhe seu papel à altura do que o povo espera, destacando ele que o modelo político brasileiro é corresponsável por toda essa situação pela qual passa a representatividade política. "Temos 28 partidos aqui na Casa, e tudo isso vem gerando descontentamento, porque há partidos em que seus filiados talvez nem saibam qual sua linha partidária. Tudo isso gera instabilidade", frisou.
O petista Odorico Monteiro disse que o momento é de tentar se esforçar para minimizar os conflitos internos e harmonizar a governança da presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, a intenção, a partir de agora, é o dialogo entre Governo, Congresso e sociedade. Ele chegou a se inscrever para fazer a defesa do ex-ministro, no entanto, antes do momento da sua fala, Cid Gomes se retirou do plenário, após ter o microfone cortado por Eduardo Cunha.
Não agrediu
O parlamentar afirmou ainda que conversou com o prefeito de Sobral, Veveu Arruda (marido de Izolda), com o governador Camilo Santana e com Roberto Cláudio, prefeito de Fortaleza, ainda na quarta-feira, onde ficou acertado que Izolda Cela poderia ser um nome para substituir o ex-ministro. "Nós temos um nome à altura, que é a Izolda Cela. É o nome dela que estou defendendo como substituta, porque isso seria uma política de redução de danos frente ao prejuízo que isso veio causar com a ausência do Cid", afirmou.
André Figueiredo (PDT) não participou da sessão, pois estava em missão especial da Casa, mas disse que o ex-gestor foi "extremamente feliz" em suas colocações, uma vez que, em sua análise, não agrediu o Parlamento, mas somente "aqueles que se utilizam da política como forma de praticar achaque". De acordo com o pedetista, o Ceará perdeu um ministro, mas o Brasil saiu grande, uma vez que Cid Gomes "colocou o dedo na ferida", sendo um exemplo a ser seguido pelos demais, visando moralizar a política brasileira.
Figueiredo também afirmou que, logo que soube da queda do ministro da Educação, pensou no nome de Izolda Cela para o cargo. "Eu estava pensando que ela substituindo Cid seria fantástico", defendeu. Já Chico Lopes (PCdoB) disse que o bate-boca no plenário da Câmara refletiu apenas a divergência que existe, atualmente, entre Executivo e Legislativo. Para ele, o ex-ministro Cid Gomes ainda é o nome mais indicado para enfrentar a dificuldade pela qual passa a educação brasileira, ressaltando ainda que qualquer nome não teria a força dele.

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