sábado, março 14, 2015

OPERAÇÃO LAVA-JATO Janot reage às críticas recebidas

Eduardo Cunha, que é investigado, questionou os pedidos de inquérito apresentados pelo procurador-geral
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Em discurso, Rodrigo Janot afirmou que continuará seu trabalho para garantir a independência do Ministério Público Federal e para que os responsáveis pelos desvios na Petrobras sejam punidos judicialmente
FOTO: REUTERS
Brasília. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, reagiu ontem às criticas de parlamentares investigados na Operação Lava-Jato. Em reunião com procuradores-gerais, Janot disse "causar espécie que vozes do Parlamento" tenham se aproveitado da CPI da Petrobras para atacar o Ministério Público Federal, órgão responsável pela condução das investigações.
Em discurso, Janot afirmou que continuará seu trabalho para garantir a independência do Ministério Público e para que os responsáveis pelos desvios na Petrobras sejam punidos. "Causa espécie que vozes do Parlamento, aproveitando-se de uma CPI instaurada para investigar o maior esquema de corrupção já revelado no país, tenham-se atirado contra a instituição, que começa a desvelar a trama urdida contra a sociedade", disse ele.
Janot destacou que foi pelos esforços do Ministério Público que o esquema foi exposto ao país. "E será também pela nossa atuação que os verdadeiros culpados irão responder judicialmente e sofrerão as penas cabíveis", defendeu.
O procurador afirmou que não vai permitir que "interesses ou preocupações que estejam além do direito" influenciem suas decisões. "Continuo acreditando firmemente que a grande maioria dos homens de bem que integram as nossas instituições não se quedarão inertes; que os cidadãos que pagam impostos e cumprem com seus deveres cívicos saberão, nessa hora sombria e turva da nossa história, distinguir entre o bem e mal; entre a decência e a vilania; entre aqueles que lutam por um futuro para o país e aqueles que sabotam nosso sentimento de nação", disse Rodrigo Janot.
Na quinta-feira (12), em reunião da CPI da Petrobras, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendeu mudança na lei para proibir a recondução de procuradores-gerais.
Cunha criticou os pedidos de investigação apresentados por Janot, a quem acusou de ter motivação política.
Cooperação com a Suíça
A cúpula do Ministério Público da Suíça desembarca no Brasil no início da semana que vem para debater uma maior cooperação nas investigações relacionadas à Alstom e ao cartel dos trens de São Paulo, além de um aprofundamento da cooperação no caso da Petrobras.
A missão dos suíços entre os dias 15 e 17 de março será liderado pelo procurador-geral da Confederação, Michael Lauber.
O encontro em Brasília ocorre dias depois que o MP conseguiu repatriar R$ 182 milhões em nome de Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras. O tempo relativamente curto entre o início da operação e a obtenção do dinheiro, porém, ocorreu graças ao fato de que não houve oposição à repatriação.
Mas o MP brasileiro quer acelerar acima de tudo o envio dos extratos e detalhes das contas de cada um dos envolvidos no esquema relacionado com ex-funcionários da Petrobras.
Além do dinheiro de Pedro Barusco, cerca de US$ 23 milhões em nome do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, também estão bloqueados.
Setor metroferroviário
No caso da Alstom, a intenção do Brasil é a de acelerar o acesso aos documentos existentes sobre as suspeitas no País. Desde o ano passado, negocia-se a transferência ao Brasil de todos os processos de investigações criminais que existem contra a Alstom, o que significa que a Justiça brasileira receberá os detalhes de todas as contas do envolvidos

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