terça-feira, março 24, 2015

PARA AVALIAR CRISE Dilma, Temer e oito ministros se reúnem

Criticado por erros na coordenação política do governo, Aloizio Mercadante foi defendido por colegas
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Presidente pediu que ministros tornem processos internos menos burocráticos com o objetivo de aumentar a eficiência das pastas
FOTO: REUTERS
Brasília. A presidente Dilma Rousseff começou a semana com uma reunião com o vice-presidente, Michel Temer, e mais nove ministros e auxiliares. É a terceira semana seguida que a presidenta reúne ministros para reunião de coordenação política no Palácio do Planalto. O encontro contou com representantes do PT, do PMDB e do PSD.
Participaram da conferência de ontem os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante; da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas; da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto; das Cidades, Gilberto Kassab; da Agricultura, Kátia Abreu; de Minas e Energia, Eduardo Braga; da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha; da Defesa, Jaques Wagner; além do assessor especial de Dilma, Giles Azevedo. A reunião começou por volta das 9h.
Na última segunda-feira (16), a reunião foi convocada para avaliar os protestos do dia 15 de março, em que manifestantes pediram a saída da presidente Dilma, entre outras reivindicações. Na ocasião, os ministros Eduardo Braga e José Eduardo Cardozo foram escalados para comentar as manifestações em nome da presidenta e reafirmaram que o governo reconhece a legitimidade dos protestos e está aberto ao diálogo.
Esta semana, Dilma deve indicar um novo ministro da Educação, após a demissão de Cid Gomes, na última quarta-feira (18). O ministro se envolveu em polêmica com o Congresso Nacional e disse que deixou o governo para evitar constrangimentos do Planalto com a base aliada.
Falhas
Após o encontro, ministros defenderam o colega Aloizio Mercadante, que setores do PT e do PMDB querem ver fora da Casa Civil devido a erros na coordenação política do governo. Junto de Kátia Abreu, Nelson Barbosa (Planejamento) e Gilberto Kassab afirmaram, em entrevista coletiva que Mercadante continua ativo no cargo, apesar dos rumores de que ele iria para a Educação no lugar de Cid Gomes.
"Mercadante participou ativamente da reunião. Já ficou claro na posição da presidente, a presidente já falou sobre isso", afirmou Kassab acerca das negativas de Dilma sobre a saída de Mercadante do posto. Segundo ele, o titular da Casa Civil continua tendo parte da responsabilidade nas conversas com o Congresso para negociar as medidas legislativas do ajuste fiscal.
"O que existe é esse trabalho coletivo, de todos. Mercadante participa, continua com suas atribuições, partilhadas, como sempre foi", disse Barbosa.
A piora da relação do governo com sua base neste ano é atribuída por aliados em parte à falta de habilidade de Mercadante e de Pepe Vargas, ministro de Relações Institucionais. Dentre os críticos de Mercadante está o ex-presidente Lula.
Desburocratização
Os ministros destacaram um pedido feito por Dilma a todos eles para que desburocratizem processos internos em cada ministério com o objetivo de aumentar a eficiência das pastas com foco no cidadão.
"Os mecanismos e processos é que estão travados e antiquados. Cada ministério terá que melhorar para que a burocracia possa ser superada, focando no cidadão e invertendo a lógica que hoje costuma se ver no serviço público em todas as esferas", afirmou Kátia Abreu.
"É sempre o serviço público que decreta as normas e o cidadão é obrigado a atender, sem conhecer a realidade do dia a dia. O que queremos e o que a presidente determinou é que se inverta a lógica. O cidadão determina o que ele precisa e o governo é que precisa atender", completou a ministra.
Dilma também pediu para que o governo otimize sua comunicação, segundo relatos dos três ministros. De acordo com Barbosa, foi pedido para que "ministros possam ter a mesma linguagem" sobre assuntos chave. "Não tem sentido dois ministros falando do mesmo tema no mesmo dia", disse

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