quarta-feira, junho 24, 2015

CPI sobre fraudes na Receita convoca presidentes de grandes empresas para depor

Reunião da CPI do CARF para votar novos requerimentos
Reunião da CPI do CARF para votar novos requerimentos (VEJA.com/Divulgação)
A CPI que apura denúncias de irregularidades no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) aprovou nesta terça-feira a convocação de uma série de empresários do ramo automobilístico, do sistema bancário e da área da comunicação. Entre os convocados para prestar esclarecimentos estão os presidentes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), da Ford e da Mitsubishi. Representantes do Banco Santander e do grupo RBS, afiliada da Rede Globo no Rio Grande do Sul, também foram chamados a depor na comissão. Ao todo, 13 requerimentos foram aprovados.
A justificativa para chamar Luiz Moan Yabiku Junior, da Anfavea, e os gestores da Ford e da Mitsubishi é que essas empresas teriam participado do esquema de corrupção investigado na Operação Zelotes. No caso da Anfavea, a associação é acusada de causar uma perda de 6 bilhões de reais aos cofres públicos.
O vice-presidente do Santander, Marcos Madureira, e o diretor executivo da RBS, Eduardo Sirotsky, também foram convocados. Segundo relatórios da Polícia Federal, as duas empresas também participaram do esquema. Foram convocados ainda quatro ex-conselheiros e o ex-presidente do Carf Lutero Fernandes do Nascimento, suspeito de atuar para beneficiar o Banco Safra.
Última instância administrativa a que os contribuintes podem recorrer contra decisões da Receita, o Carf teve suas atividades interrompidas em março, por causa das investigações da Polícia Federal que descobriu a existência no órgão de uma articulação criminosa para anular ou reduzir multas aplicadas a empresas. A Operação Zelotes descobriu fraudes bilionárias em favor de grandes empresas. Nas apurações iniciais, a polícia identificou perdas de cerca de 6 bilhões de reais para a Receita Federal. O esquema de propinas e de tráfico de influência entre conselheiros do Carf pode ter causado prejuízos de mais de 19 bilhões de reais.
Em resposta à convocação, a Ford declarou que ainda não foi contatada por nenhum representante do governo ou do Ministério Público para falar sobre as investigações.
A montadora também ressaltou que, como uma "empresa comprometida com a ética e com a integridade em todos os aspectos do negócio", tem uma "posição forte e clara contra a corrupção em todas as nossas operações ao redor do mundo".

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