segunda-feira, junho 15, 2015

Pela 1ª vez, balança comercial fica no azul no acumulado de 2015

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Superávit foi obtido com ajuda de ‘exportação’ de plataforma de petróleo.

Queda no preço do petróleo e atividade fraca também influenciaram.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília

A balança comercial brasileira registrou um superávit (exportações menos importações) de US$ 678 milhões na última semana, entre os dias 8 e 14 deste mês, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) nesta segunda-feira (15). Na parcial de junho, o saldo está positivo em US$ 2,65 bilhões, de acordo com dados oficiais.
Com o resultado positivo registrado nas transações comerciais na semana passada, o saldo da balança comercial, no acumulado do ano, "virou" e passou a ficar no azul – ou seja, com mais exportações do que compras do exterior.

O MDIC tem dito que aposta em um saldo positivo para todo este ano, mas, até o momento, ainda não informou em qual valor. Se isso acontecer, haverá melhora em relação ao ano de 2014, quando a balança comercial brasileira teve 
déficit (importações maiores do que vendas externas) de US$ 3,93 bilhões, o pior resultado para um ano fechado desde 1998, quando houve saldo negativo de US$ 6,62 bilhões. Também foi o primeiro déficit comercial desde o ano 2000.É primeira vez que a balança comercial fica positiva na parcial de 2015. No acumulado deste ano, o saldo está positivo em US$ 349 milhões. Até a semana anterior, a balança ainda apresentava déficit na parcial de 2015.
O mercado financeiro aposta que a balança terá superávit de US$ 3 bilhões em 2015.
Mês a mês
Em janeiro e fevereiro de 2015, houve déficits de, respectivamente, US$ 3,17 bilhões e US$ 2,84 bilhões.
Em março e abril, o saldo ficou positivo em US$ 458 milhões e US$ 491 milhões.
Em maio deste ano, por sua vez, o saldo da balança comercial ficou superavitário em US$ 2,76 bilhões - o maior valor para este mês desde 2012 (+US$ 2,96 bilhões) e, também, o melhor resultado mensal fechado de todo este ano.
O que contribuiu para o superávit no ano
De acordo com informações oficiais, alguns fatores impulsionaram o saldo da balança comercial neste ano. Entre eles, a "exportação", neste mês, de uma plataforma de extração de petróleo no valor de US$ 690 milhões. Neste tipo de operação, que já foi realizada em anos anteriores, a plataforma não chegou, porém, a sair do Brasil.
Ela foi comprada de fornecedores brasileiros por subsidiárias no exterior e depois "internalizada" no Brasil como se estivesse sendo "alugada", mesmo sem deixar o país fisicamente. Esse expediente – que é legal e está de acordo com as regras internacionais – permite às empresas do setor recolherem menos tributos. O processo é chamado de "exportação ficta".
Certamente o menor nível de atividade econômica causa menor demanda por importados. Não tem nenhum fator pontual"
Herlon Brandão, diretor de departamento no MDIC
Além disso, o baixo nível de atividade econômica também tem "ajudado" o saldo comercial em 2015. Em maio deste ano, por exemplo, as importações atingiram o menor patamar, para todos os meses, desde dezembro de 2010 – ou seja, em quase quatro anos e meio. No acumulado deste ano, até este domingo (14 de junho), as compras do exterior recuaram 17,7%, patamar acima da queda de 14,6% nas exportações neste mesmo período.
No início de junho, o diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação do Ministério do Desenvolvimento, Herlon Brandão, confirmou que o baixo nível de importações está relacionado com a atividade econômica fraca no Brasil. "Certamente o menor nível de atividade econômica causa menor demanda por importados. Não tem nenhum fator pontual. É a situação econômica e cambial [dólar mais alto torna as compras do exterior mais caras]", declarou ele na ocasião.
Outro fator que contribuiu bastante para o aumento do saldo da balança comercial em 2015, junto com o menor nível de atividade, é a queda do preço internacional do petróleo. Como o Brasil é importador líquido do produto, quando cai o preço do petróleo, há um impacto positivo no saldo comercial. Somente em importações de petróleo, combustíveis e lubrificantes, houve uma queda de 35% até maio, o equivalente a US$ 5,5 bilhões

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