quinta-feira, junho 04, 2015

STJ autoriza quebra de sigilo telefônico de Cabral e Pezão

STJ autoriza quebra de sigilo telefônico de Cabral e Pezão Fábio Pozzebon e Gabriel de Paiva/ABR e Agência O Globo
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou a quebra de sigilo telefônico do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB) e também do ex-governador do Estado, Sérgio Cabral, também do PMDB. No mesmo pedido foi autorizada ainda a quebra de sigilo de Régis Fichtner, ex-chefe da Casa Civil do Rio, e de representantes de empreiteiras investigadas na Operação Lava-Jato.
O pedido de quebra de sigilo foi enviado à Corte pela Polícia Federal e autorizado pelo ministro Luis Felipe Salomão, relator da Lava Jato no STJ. A autorização dada pelo ministro é para que sejam revelados registros telefônicos dos investigados referentes ao período que antecedeu a campanha de 2010.
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A Procuradoria-Geral da República (PGR) apura se os investigados cometeram os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. De acordo com a Procuradoria, Cabral e Pezão agiram juntos, com a contribuição de Fichtner, para receber R$ 30 milhões de empresas contratadas pela Petrobras para a construção do Comperj, no Rio de Janeiro. O dinheiro teria sido destinado para a campanha de Cabral e Pezão aos cargos de governador e vice, respectivamente, do Estado do Rio de Janeiro, em 2010.
Em um mesmo inquérito do STJ são investigados Cabral, Pezão e Fichtner por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O Ministério Público Federal suspeita que o recebimento da propina foi feito por meio do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. No STJ existe outro inquérito que apura o suposto envolvimento do governador do Acre, Tião Viana (PT-AC). A reportagem apurou que não houve, por ora, quebra de sigilo telefônico no inquérito de Tião.
Os investigados têm negado o envolvimento com os desvios da Petrobras, fatos que apurados na Operação Lava Jato. A reportagem entrou em contato com os investigados e ainda aguarda resposta.
Por meio da assessoria de imprensa, Cabral comentou a quebra de sigilo telefônico autorizada pelo STJ e reiterou não ter ligação com o esquema de corrupção na Petrobras.
Ele classificou como "mentiras" as denúncias do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, que acusa o ex-governador de ter pedido dinheiro para o caixa 2 da campanha da reeleição, em 2010, quando o atual governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB), era candidato a vice. "O ex-governador Sérgio Cabral respeita o processo judicial e reitera seu repúdio e sua indignação às mentiras ditas pelo delator Paulo Roberto Costa", diz a nota de Cabral. O ex-secretário da Casa Civil Regis Fichtner não quis se pronunciar. O governador Pezão ainda não respondeu ao pedido do Estado.
Pezão, também em nota, disse colocar à disposição da Justiça seus dados telefônicos e bancários para as investigações da Operação Lava Jato. "Eu já havia me colocado à disposição da Justiça, e assim permaneço. E reafirmo que a acusação é falsa e essa conversa nunca existiu. Meus sigilos telefônico e bancário estão à disposição. Minha declaração de bens é pública e também está disponível", afirmou Pezão. Ele nega acusações feitas pelo ex-diretor da Petrobras e delator do esquema, Paulo Roberto Costa.

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