sexta-feira, julho 31, 2015

'Poderosos e partido do governo' se beneficiavam do petrolão, diz delator

O empresário Mário Góes, ligado ao ex-diretor da Petrobras Renato Duque, em audiência na Justiça Federal
O empresário Mário Góes, ligado ao ex-diretor da Petrobras Renato Duque, em audiência na Justiça Federal(Reprodução/VEJA)
Mais novo delator da Lava Jato, o lobista Mario Goes disse à Polícia Federal que achava que nunca teria problemas decorrentes da atividade ilícita que confessou ter praticado porque "pessoas poderosas e até o partido do governo" estariam sendo beneficiados do esquema. O delator não especificou quem seriam os "poderosos". Ele é apontado pelos investigadores como operador de propinas de empreiteiras junto à Diretoria de Serviços da Petrobras, cujos beneficiários finais eram o diretor Renato Duque e o gerente Pedro Barusco, segundo os investigadores.
A afirmação foi feita quando Goes explicava por que havia envolvido o filho, que aparece como sócio de uma das empresas usadas pelo lobista no esquema de negócios ilícitos. Ele afirma que "nunca imaginou que pudesse ocorrer algum problema quanto a essa atividade ligada a Pedro Barusco, uma vez que segundo ele pessoas poderosas e até o partido do próprio governo estariam sendo beneficiados por esse esquema".
Preso em fevereiro, Goes passou para o regime domiciliar nesta quinta-feira, quando o juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações penais da Operação Lava Jato, homologou seu acordo de delação. O novo delator da Lava Jato já prestou treze depoimentos, nos quais apontou valores pagos por empreiteiras ao gerente da diretoria de Serviços da Petrobras e indicou os caminhos do dinheiro ilícito.
Ele admitiu que usou suas empresas, a RioMarine e a Phad Corporation, para repasse de propinas e lavagem de dinheiro da empreiteira Andrade Gutierrez para a Diretoria de Serviços da Petrobras.
(Com Estadão Conteúdo)

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