quarta-feira, setembro 30, 2015

Estatais culpam governo Dilma por prejuízos de usinas

Usina hidrelétrica de Furnas opera com apenas 15% da sua capacidade devido aos baixos níveis de água, em 14 de janeiro de 2013
Usina hidrelétricas tiveram prejuízo de 20 bilhões de reais com a crise no setor elétrico(Paulo Whitaker/Reuters/VEJA)
Estatais federais responsabilizaram o governo da presidente Dilma Rousseff pela crise energética que o país vem enfrentando. As usinas hidrelétricas já contabilizam um prejuízo de 20 bilhões de reais, valor que elas pagaram para conseguir energia com outros geradores. Dentre as principais críticas, está a de que o governo deixou de tomar providências no ano passado por causa da corrida eleitoral. As informações constam de documentos enviados à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e foram divulgadas nesta quarta-feira em reportagem do jornal Folha de S. Paulo.
Os documentos tratam da discussão sobre quem vai arcar com os prejuízos das empresas por elas terem sido impedidas de gerar energia para poupar água em um período de estiagem. A Eletrobras, maior estatal do setor, afirma, nos textos, que o programa atual das geradoras não "se deve meramente a condições hidrológicas adversas", mas a decisões dos gestores do sistema - leia-se, agentes do governo.
A Eletronorte, por sua vez, argumenta que o governo não tomou medidas "indispensáveis" em 2014 por causa das eleições presidenciais: "A despeito da situação excepcional de crise hidrológica por que passa o país, especialmente no ano de 2014 (em pleno período eleitoral), não foram implementadas, pelo governo, as medidas extraordinárias indispensáveis à manutenção do equilíbrio financeiro do contrato celebrado entre as partes".
Já Furnas disse que há um "grande desequilíbrio estrutural no setor", que afeta todas as companhias e produz "efeitos nefastos". A companhia ainda afirma que os problemas vieram também da falta de leilões de energia e de decisões do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Ele cita como exemplo que em diversas semanas entre 2014 e 2015 houve alerta para necessidade de se fazer um racionamento, mas a ONS não o fez.
A Aneel informa que as empresas fizeram "precificação equivocada" e ressalta que o problema é hidrológico, de escassez de chuvas. As companhias conseguiram liminares para não pagar todo o prejuízo pelo déficit na produção de energia. Se a posição delas se manter, a conta dos 20 bilhões de reais será repassada ao consumidor. Esse montante vem da compra de energia - mais cara - do setor termelétrico

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