quinta-feira, outubro 08, 2015

Andrade Gutierrez busca CGU para fechar acordo de leniência

Otávio Azevedo, diretor presidente da Andrade Gutierrez
Otávio Azevedo, presidente afastado da Andrade Gutierrez, que continua preso na sede da PF em Curitiba (Leo Pinheiro/VEJA)
Segunda maior empreiteira do país depois da Odebrecht, a Andrade Gutierrez ingressou nesta terça-feira com um pedido na Controladoria Geral da União (CGU), manifestando o interesse de fechar um acordo de leniência com o órgão. A informação foi divulgada nesta quinta-feira pelo jornal Folha de S. Paulo.
Envolvida no esquema do petrolão, a empreiteira é a sétima companhia a buscar o governo para fazer um acordo do gênero - já manifestaram interesse a SBM, UTC, Galvão Engenharia, Engevix, OAS e Setal. Nenhum acordo ainda foi fechado, mas a holandesa SBM já está em vias de concluí-lo. Segundo reportagem do jornal O Globo, esse acordo prevê o pagamento de 1 bilhão de reais pela estrangeira à Petrobras em indenização.
O acordo de leniência funciona como uma espécie de delação premiada para empresas, que confessam as irregularidades e se comprometem a revelar mais detalhes em troca de punições mais brandas. No caso do acordo por meio do CGU, o objetivo é evitar um dos maiores temores das empreiteiras: o de ser considerada inidônea e cortada da lista de prestadoras de serviços e fornecedoras do poder público. A Andrade Gutierrez, por exemplo, tem 44% da sua receita vinculada a contratos celebrados com as três esferas do governo.
Os principais executivos da construtora, incluindo o presidente afastado Otávio Marques de Azevedo, estão presos em na Superintendência da PF em Curitiba desde a 14ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada em junho.
Segundo depoimento de delatores, a Andrade pagou propina para obter contratos com a Petrobras e a Eletronuclear e em obras da usina hidrelétrica de Belo Monte. De acordo com os relatos, a empresa enviou dinheiro de propina, entre 2008 e 2012, para uma conta bancária na Suíça. Esse montante era "lavado" e depois remetido, por meio de contratos falsos, ao ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e ao ex-gerente da petroleira Pedro Barusco.

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