sexta-feira, outubro 23, 2015

Casa Civil amplia previsão de déficit para mais de R$ 70 bilhões

O ministro Jaques Wagner no Palácio da Alvorada, em Brasília (DF)
O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner(VEJA.com/VEJA)
A meta fiscal para 2015 deve registrar um déficit entre 70 bilhões e 76 bilhões de reais, segundo o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner. O aumento do rombo ocorrerá porque o Tribunal de Contas da União (TCU) não permitiu ao governo o pagamento parcelado das chamadas "pedaladas fiscais", como queria o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Wagner foi informado sobre a decisão do TCU na noite desta quinta-feira, depois que o governo cogitava fechar a meta em até 57 bilhões de reais. À tarde, o ministro chegou a declarar que a estimativa era de déficit de 50 bilhões de reais.
A decisão de incluir as pedaladas - atraso no repasse de recursos para bancos estatais para cobrir gastos com programas de governo - foi tomada em reunião no início da noite da presidente da República, Dilma Rousseff, com o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, e Jaques Wagner. A inclusão ou não das pedaladas na estimativa de déficit, segundo o ministro, dependia de acerto com o TCU.
"O atraso dos bancos nós vamos resolver, mas não está nisso aqui (50 bilhões de reais). Depende de como o TCU vai decidir, se vai permitir parcelamento. Se ele disser que vai ser tudo esse ano, nós vamos fazer", garantiu o ministro, mas sem revelar qual seria o impacto. "Depende da forma que vamos fazer. Não tem nada fechado", disse.
De acordo com fonte ouvida pela agência Reuters, o governo continua negociando com o TCU.
Novo rombo - Este será o segundo ano consecutivo que o Brasil fechará as contas no vermelho. Em 2014, o setor público consolidado registrou déficit primário de 32,5 bilhões de reais, o primeiro em mais de dez anos.
A nova previsão para as contas deste ano será encaminhada à Comissão Mista do Orçamento provavelmente na sexta-feira, disse a fonte. A Comissão está analisando a redução da meta fiscal para o ano anunciada em julho. Na ocasião, o governo reduziu a meta de superávit primário do setor público consolidado a 8,7 bilhões de reais neste ano, ou 0,15% produto interno bruto (PIB). A projeção anterior era de 66,3 bilhões de reais, ou 1,1% do PIB.

(Com agências)

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