domingo, abril 10, 2016

DATAFOLHA 2 – Marina e Lula lideram; chefão petista segue sendo de longe o mais rejeitado

Datafolha cenários 1 e 2 abril
Datafolha cenários 3 e 4 abril
O Datafolha também fez simulações eleitorais. Em relação ao mês passado, os tucanos oscilaram para baixo, dentro da margem de erro. No cenário com Lula (23%), do PT, e Marina (19%), da Rede, Aécio Neves vai de 19% para 17%. Quando o nome do PSDB é Geraldo Alckmin, o candidato passa de 11% para 9%. Se é José Serra, de 13% para 11%. Na comparação com dezembro do ano passado, a queda dos candidatos do PSDB é significativa: de 27% para 17% (Aécio); de 14% para 9% (Alckmin) e de 15% (em fevereiro) para 11% (Serra).
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Marina Silva se mantém estável desde dezembro, entre 19% e 23% a depender do cenário. E lidera numericamente a disputa, ao lado de Lula, que recuperou alguns pontinhos de prestígio. Em todos os cenários, há um pequeno salto em relação a março — de 17% para 21% ou de 17% para 22%. Jair Bolsonaro (PSC) teve uma evolução significativa na comparação com dezembro de 2015: passou de 4% ou 5% para 7% ou 8%.
Mas Lula não tem muito o que comemorar: segue sendo, de longe, o candidato mais rejeitado do país: dizem que não votariam nele de jeito nenhum 53% dos entrevistados. Em segundo lugar, mas muito atrás, está Aécio, com 33%, seguindo de Michel Temer (PMDB), com 27%; Serra, com 21%, e Marina, com 20%.
Datafolha rejeição
Como entender o resultado?
Seria preciso fazer uma competente pesquisa qualitativa para explicar esses números. Vou lidar, aqui, com algumas hipóteses que me parecem razoáveis, além de agregar algumas considerações que tenho ouvido por aí.
Comecemos por Lula: era fatal que subisse um pouco. Afinal, vive um período de exposição máxima e resolveu governar o Brasil. Deu um chega pra lá em Dilma e se tornou o presidente “de facto’, com ou sem ministério. Também passou a comandar a dita “resistência” ao que chama, de modo estúpido, de golpe. Desde que deixou a Presidência, em 2010, nunca aparece tanto, deu tanta entrevista, subiu em tanto palanque. Sempre demonizando a oposição. Notem, no entanto, que ele apenas recupera o que tinha em dezembro do ano passado. E já era muito pouco.
E os tucanos? Para responder a essa pergunta eu apelo aos números de um outro pré-candidato: Bolsonaro. A depender do cenário, pode dobrar o índice, sem nunca passar de 8%. Considerando a sua, digamos, “mensagem”, é de se supor que parte expressiva do eleitorado quer mais pancadaria — a retórica ao menos.
E isso pode explicar a queda dos tucanos de dezembro para cá. Não é raro eu ser abordado por pessoas que dizem: “Pô, mas o PSDB também não se mexe”. Nem acho a crítica justa. O partido está trabalhando ativamente em favor do impeachment, mas é provável que precise falar mais duro. Nessa reta final, por exemplo, o embate do PT no noticiário se dá mais com o PMDB.
Marina é outra que volta ao patamar de dezembro, mas, como se percebe, também não entusiasma a ponto de liderar. Está tecnicamente empatada com Lula.
Parece-me claro que esses números revelam certo fastio da política como um todo, e o dito-cujo nunca é um bom conselheiro. Dadas as coisas que pensa e diz, Bolsonaro com até 8% não é exatamente um boa notícia. Parte significativa desses pontos, não duvidem, foi tirado dos tucanos, de quem a população espera mais dureza.

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